É apenas um homem que nunca chorou...
Sempre, altivo, desdenhou as mazelas da vida
Que, em enormes enxurradas, sempre o atingiram.
Os olhos, duas pedras de granito, incrustados em seu rosto
Nunca, por um momento algum, se viram lavados em lágrimas...
Teve, sim, instantes em que pensou ser um simples mortal,
Mas, a despeito das dores, se portou como um Ser inerte,
E, inerte, sempre seguro de si, deu as costas para a insignificância da dor.
É apenas um homem que nunca chorou...
A alma há muito já o abandonou em seu mundo de icebergs...
O coração, não pulsa, ou quando o faz, faz sem vontade de fazer,
Apenas, cumpre o ritual secular de pulsar, sem que isto lhe seja gratificante.
Vive, por viver, e assim o fazendo se vê envolto por uma armadura de desdém.
Às vezes, pensa ou finge pensar, de que alguém por ele se preocupa...
Ledo engano! "Homens assim como ele são esquecidos e relegados ao abismo."
Mas, o que é o abismo senão as desventuras e desamores que povoam seu mundo?
É apenas um homem que nunca chorou...
Como se chorar fosse um dom ou um sentimento imprescindível.
Por acaso, pergunta este homem: " As pedras choram?"...
E, como pedras frias que são, permanecem por séculos em seus nichos
Sem que ninguém delas se apiedem ou ão as atazanem com querelas.
Se são felizes ou não, o que importa?, importa sim, não sentir e não chorar.
Este homem, pode-se dizer que é feliz?, mas, o que é ser feliz?
É chorar quando a crença em alguém sucumbe a seus pés?,
É humilhar em atitudes que não condizem com a vida que levou?,
É ser vilipendiado em seus sentimentos, idéias e jeito de amar?...
Não, creio que não, por isso ele benfazeja aos homens que como ele, não choram!
É apenas um homem que nunca AMOU!
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário