segunda-feira, 2 de maio de 2011

DESAMOR INSIDIOSO


As pedras que rolam, sem sentido de rolar,
São como as nuvens que se evolam
Na inexplicável leveza do ar;
Ou são as lágrimas que em meu rosto rolam.

São pedras desgastadas pelo vai-e-vem das águas
Que rolam pelo leito do rio turbulento
Até o imensurável oceano onde deságua;
Ou são pedaços do meu coração explodindo em tormento.


Pedras ou seixos; não importa o tamanho e a cor;
Nem se são topázios; turmalinas; granitos ou barro.
Importa sim, saber, que, desprezam de mim, a dor,
Que rola pelo leito sanguíneo de tumefatos vasos.


Um dia, quem sabe, me transformarei em pedras,
E, rolarei, sem sentido de rolar, por rios caudalosos.
Ah!, e feliz, despedaçar-me-ei, em pó, nas mortais quedas
E, deixarei de existir no vai-e-vem deste desamor insidioso.


Aldo Aguiar
01-05-2011

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