segunda-feira, 2 de maio de 2011

Exéquias para um morto só, com um velador só.

Enfim, ele morreu!
Sim, o lobo atroz; maledicente, insidioso; perverso e contencioso morrreu. E, fiquei sabendo deste feliz acontecimento pelo esvoaçar constante dos urubus à minha volta. Presenciando o revoar das aves agourentas resolvi me interiorizar e enfurnar no covil que o pérfido canídeo morava. A cena me chocou!
Deitado a fera tinha o aspecto furibundo dantesco. A pele, rasgada pelos ossos ponteagudos, desgrudava-se em pedaços horripilantes e fétidos. As vísceras, já apodrecidas, exalavam um odor nauseabundo causando-me acessos constantes de ânsias. Jazia no âmago de minha alma.
Com nojo e repulsa catei os míseros pedaços da fera em decomposição e atirei um terreno baldio. Preocupado de que o mesmo retornasse à vida, queimei os despojos e atirei as cinzas num precipício. Estou liberto deste monstro. Bastou não alimentá-lo com ódio; desamor; inveja; fofocas; mentiras; ciúme e outros sentimentos afins, para que ele morresse.
Caro leitor, se você abriga dentro de si um lobo mau, mate-o, o mais rápido possível e, abrigue no seu âmago apenas o lobo bom.

Um comentário:

  1. Caro Poeta, que maravilha, te tornaste um eximio conhecedor e um grande abatedor de lobo mal, mas cuidado! não te livraste ainda dessa temivel alcateia, pois eles estao por ai, alojados nos amigos, parentes e demais criaturas alimentadoras dessa temivel criatura, quando o velho lobo quiser retornar, livre-se dele e repreenda o seu alimentador. Um grade abraço
    Laércio

    ResponderExcluir