segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O TROPEÇO DO BEATO J. PALHARES.


J.Palhares teve uma vida normal, isto é, dentro do que se pode chamar de normalidade quando se trata de um jovem no auge dos seus dezesseis anos. Como qualquer outro adolescente de sua idade viveu o que tinha de ser vivido. Nem mais, nem menos. Frequentou os grupos de amigos e junto deles desenvolveu as suas aptidões as que não eram poucas. Ora era um excelente arqueiro debaixo dos três paus; ora era um exímio caçador de preás; às vezes desempenhava o papel de mocinho nas brincadeiras de esconde-esconde; ou então se mostrava um aventureiro pertinaz quando se tratava de roubar frutas na chácara do italiano Mussolini. De aventura em aventura foi levando sua vida até os dezoito anos quando aconteceu o fato inusitado que o fez mudar bruscamente de vida, ou seja, de costumes, modos e comportamento emocional. Até então, além de dado a molequices era um habitual namorador. Tinha se lambuzado de mel nos lábios das mais belas morenas e loiras de Pedralva. Para muitas ele era um excelente partido, embora ainda estivesse na puberdade, mas, antes cedo do que tarde. Era o pensamento das moçoilas casadoiras e sonhadoras. Tudo caminhava às mil maravilhas para Palhares. Trabalhava de ajudante na loja de armarinhos do seu tio G. Palhares. Não ganhava muito, mas, o que recebia dava e de sobra para o seu sustento e para as matinês de domingo no cine Majestic quando enchia o bolso de caramelos: mimos que dava para a namorada do momento.
Como eu disse anteriormente, tudo caminhava bem, até o dia em que conheceu Lindalva. (cont.)

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