terça-feira, 9 de agosto de 2011

SOB O RITMO DE UM CORAÇÃO



Sob o ritmo de um coração
Dancei uma noite ou um século;
Quem sabe uma eternidade.
Dancei ritmos que nunca havia dançado.
Deslizei pelo salão embalado pelo som
Que se desprendia de um coração.
Às vezes eu rodopiava no êxtase de um bolero;
Ou então no ritmo frenético de um flamengo.
Não importava a melodia;
Não importava o ritmo;
Não importava a letra da música que saía de um peito.
Importava sim, bailar e bailar, até a exaustão.
A noite parecia não ter fim
E um coração pulsava freneticamente impondo o seu ritmo.
Um suor pegajoso grudava a camisa em meu corpo, porém,
Os pés teimavam em não se desprender do piso escorregadio.
Bailava subjugado pelo ritmo ininterrupto de uma orquestra
De um instrumento só... Um coração ávido e romanesco.
A madrugada silente chegou e enciumada se fez verdugo;
Verdugo de minha alma; de meus sonhos; de meus desejos.
Madrugada-verdugo que de mim não se apieda;
Amante-verdugo que de mim não tem compaixão.
Rompe a aurora e o ritmo impregna cada vez mais o salão:
Acordes maviosos se confundem com o ribombar de tambores;
Sons de violinos se evolam em espirais de misticismo;
Notas estridentes partem das trombetas douradas;
Um pulsar fremente faz arfar o busto da bela mulher.
Sob o ritmo de um coração
Vivi uma noite de excelso romantismo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário