quinta-feira, 4 de abril de 2013

CACOS DE VIDROS!





Cacos de vidros espalhados pela alcova perfumada e tépida
Demonstram que brigas inusitadas explodiram em fagulhas
De uma fogueira que pensava ser de paixões fecundas
E, nunca, de atos insanos próprios de uma união lépida.


No piso nu, desprovido de tapetes, rebrilham incontáveis vaga-lumes,
Envoltos pelas roupas íntimas jogadas a esmo no fragor da batalha
Vê-se um baby doll, um sutiã e uma calcinha cobertos por estilhaços fumê
E, aos pés da cama uma cinta liga pendurada como se fora o gargalo da garrafa...


Garrafa de champanhe ainda soltando borbulhas à beira de duas taças
Incompletas do líquido fresco. Em uma delas nota-se a marca do batom;
Na outra, apenas, um sulco de sangue, tingindo o cristal "bico de jaca".
Dois objetos ainda inteiros mas que breve farão parte do inevitável "frisson".


Por um "ai" a mais ou a menos, rompe-se a discórdia no casal de amantes,
Que, incontrolados, gritam, gemem, mordem e se machucam como tigres no cio.
Voam pelos ares do quarto, antes, reduto do amor, agora, arena de gladiadores
As taças; a garrafa de champanhe e, bólidos explodem e caem no piso frio.


Ah!, como entender o que se passa nas cabeças de amantes inflamados
Que, deixam as carícias de lado e se envolvem num confronto inaudito?
É melhor não querer entender o amor, esse sentimento por todos ansiado
E, deixar as coisas "rolar" pois, breve, os amantes recolherão os cacos de vidros.


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