sábado, 13 de abril de 2013

I DID IT MY WAY





A briga foi catastrófica: travesseiros, camisola, lençol e batom
Voaram pelos ares como se foram plumas do majestoso faisão,
E, eu, atônito, estendido, lânguido, pelo inusitado "frisson",
Contemplava, mudo, a bela mulher se esvair como a lava de um vulcão.


Dos belos lábios palavras jorravam como faíscas de brasas ardentes
Na ânsia desmedida, de mim, judiar, sem piedade ou dó; na ânsia de agredir
Embora, silente, eu, recebia as vergastadas na alma dorida e fremente
E, gemia, baixinho, palavras que ela não entendia em sua fúria de me ferir.


Que fiz eu?; atrevia-me a perguntar, entre uma lanhada e outra pelas unhas
Cortantes, embora, belas e sensuais, mas que feriam, como garras da tigresa
No cio, ou, quem sabe, enciumada, pela corte do amante, a outra fêmea escusa.
Que sei eu? Nada sei da mulher, que no embate da posse, não se torna presa.


Sei sim, que estou imerso em uma batalha da qual certamente não sairei vencedor
De que, serei despojado de minhas crenças; de que serei vencido sem clemência,
Pela mulher que me fez acreditar ser amado e que receberia os louros de um gladiador.
Ah! ledo engano. Como um fantoche fui subjugado por um coração em demência.


Com muito custo e e infinita paciência arguí dos motivos de tamanha estultície
Que a fez tão severa e dura e cometer na alcova tanta rudeza; tanto despeito.
Com os olhos avermelhados confessou que o nosso amor se tornou uma mesmice...
Gaguejando, respondi: "I DID IT MY WAY", ou, "EU FIZ DO MEU JEITO".



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