segunda-feira, 22 de abril de 2013

ILIONA




Quando conheci ILIONA senti o coração pulsar célere e descompassado,
Embora, não o fosse um amante ingênuo e, despido, da arguta malícia.
Era, sim, um jovem imerso num mar de desejos nunca saciados
E, sempre, à procura, de alguém que pudesse me inundar de carícias.


Adentrei e me aprofundei em searas nunca dantes exploradas: todas virgens;
E, como excelente lavrador, colhi frutos e sementes envoltos em volúpias.
Lavrei em terrenos ásperos e pedregosos, como, também, em planícies férteis
E, em todos os lugares visitados, sempre fui vencedor vivendo ardentes núpcias.


Até que conheci ILIONA e, a partir de então, me tornei amante submisso,
Nunca, um intrépido desbravador de corpos; de entrâncias e reentrâncias.
Fiz-me para conquistá-la um gato dócil e carente de carinhos fortuitos;
Fiz-me, para tê-la para sempre um fantoche desprovido de vísceras e entranhas.


E, ela me teve por uma eternidade que se transformou em estéreis segundos:
Uma vida, que não foi vivida, como eu pensei que iria viver: um grande desatino.
Fez de mim o seu eterno brinquedo: jogar e trapacear com corações crédulos,
E, impiedosa deu-me migalhas do seu tesouro: a arte de enganar o libertino.


Agora, inundado pelas carícias, carinhos e desejos: uma tempestade que dilacera,
Tento soerguer a cabeça e reagir; tento ser forte e não essa alma fraca e insonsa
Que se submeteu aos caprichos fúteis da mulher acostumada a domar feras.
Fera, outrora, e, que hoje, sou apenas um gato dócil; domado que fui, por, ILIONA.
  

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