segunda-feira, 8 de abril de 2013

QUE VONTADE DE IR PARA A LUA!




Hoje, eu me levantei da cama com uma vontade louca; inexplicável de ir para a Lua. Em todo o momento eu ficava de bruços na janela do apartamento procurando com olhares excitados a presença da Lua. Agoniado, eu só enxergava o Sol e, ficava então frustrado, pois, não era essa luminosidade que eu estava ansiando em receber em meu corpo: queria sim, a luminosidade da Lua; a mesma que encantou os poetas desde os primórdios da civilização. Poeta, que o sou, também fui encantado por ela desde quando beijei pela primeira vez os lábios perfumados e quentes da primeira mulher ( jovem, adolescente ou madura: não o recordo). Para que eu tivesse sucesso nesse intento, saí do apartamento e perambulei pelas ruas, vielas, praças, bosques e matas das redondezas, procurando em cada canto; em cada objeto a presença da Lua. Tudo em vão e,agoniado compreendi que tinha de esperar a noite cair com seu manto de mistério para então ela aparecer e mudar a paisagem. Cansado, adormeci em um banco da praça e sonhei. Sonhei que eu estava dentro de uma nave espacial ( apolo ou soyuz?, não me interessa) rumando em direção ao satélite maravilhoso que, decerto, estava me esperando, para me receber com galhardia, altivez e submissão ao mesmo tempo, pois, nós os poetas, despertamos vários sentimentos num átimo, num segundo. Sonhando, desembarquei na Lua e maravilhado pude ver o quanto ela é linda. O solo macio parece ser revestido de infinitas bolhas... de champanhe; as pedras que enfeitam a paisagem refletem as pérolas usadas nos colares das mais belas mulheres; a luz, sim a luz é divinal. A luz cega e entontece o poeta e, tonto o poeta se ajoelha e se dedica a versificar na areia fina e tênue: um, ou centenas de poemas, marcam o solo como se foram filigranas espanhóis. Estar na Lua! O sonho de todos os amantes que vivenciaram amores fecundos e tórridos. Por quanto tempo não sei precisar, passeei, pelos recantos indizíveis do meu idílio e, foram tantos os sortilégios que recebi que me senti um príncipe, um rei  ou então um deus e, me quedei e adormeci numa fenda aconchegante e sonhei...
Sonhei que estava deitado em um banco de uma praça e adormecido sonhava com a Lua.
Uma coruja piou sobre mim e me despertou. Entristecido pela realidade do momento constatei que a nave espacial era o banco da praça e, que, foi tudo um sonho... um sonho e, nada mais.
Num relance olhei para o alto e contemplei extasiado a Lua soberba e brilhante no centro do universo e, é incrível, pude ler, no meio de uma cratera uma frase mágica: " O POETA ESTEVE AQUI".
Quanto tempo durou o meu sonho?, deve estar se perguntando o querido leitor e, eu, respondo:
O tempo necessário para se ausentar da realidade e viver um sonho.
Uma noite, quem sabe, num futuro próximo, voltarei à LUA.

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