quinta-feira, 4 de abril de 2013


UMAMOR ENFADONHO



Tornou-se da noite para o dia um amor enfadonho
Repleto de "não me toques" e de incontáveis bocejos.
Se, antes, assemelhava-se a um oceano turbulento de sonhos,
Hoje, inerte, repousa em dois corpos nada sobejos.

Outrora, beijos molhados e libidinosos, explodiam em fagulhas
Queimando
sem dó nem piedade os lábios carnosos e frementes.

Ah, quantas vezes gememos de prazer e dor das carícias loucas
Dadas no arrepio da noite escura... Éramos duas almas gementes.


Passaram-se dias, meses e anos e, o tempo, esse maldito verdugo
Não nos poupou em sua ânsia desmedida de matar vidas e sonhos
Aniquilando com uma estocada fatal o coração; último reduto

Dos fracos amantes que permitiram que o amor se tornasse débil fumaça
Onde antes vicejava uma fogueira de arroubos vivos; nunca enfadonhos
Para então sucumbir num vulcão adormecido e ser envolto em fétidas lavas.


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