quarta-feira, 3 de julho de 2013
A ESTÁTUA
Altiva e varonil em seu esplendor de madrepérola, lá estava ela,
A estátua, disposta sobre o centro da mesa em um canto da alcova
Se inebriando dos perfumes obscenos que fluiam do corpo dela...
Dela, a mulher que gemia e se contorcia, no auge, da carne, que goza.
Eu, também, a um canto, observava impassível, o sensual contorcionismo
Temeroso de que um leve suspiro pudesse quebrar a magia frenética
Que, esvaía do corpo belo, rosado, tenro e trêmulo no arfar rítmico
Do colo e dos seios túrgidos que denotavam o afã da fêmea famélica.
O silêncio pairava como se um corpo estivesse repousando na urna mortuária
Ou, mesmo, como se ali fosse uma catacumba de segredos, milenar.
Petrificado, eu, pálido amante, incapaz de me atrever a lhe dirigir a palavra,
Tremia e me exauria de desejos e tinha o corpo pegajoso de fluídos carnais,
Até que, um som explodiu na quietude reinante e desfez a imagem salutar:
A estátua, invadida de ciúme, se atirou no chão e partiu, em infindos cristais.
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maravilhosa poesia, vc descreve perfeitamente a mágia de ser mulher ...parabéns!
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