quarta-feira, 28 de outubro de 2015

A FLOR-DE-LIS

Ela sempre protegeu os seios dos olhares esquivos
Tratando-os como se fossem joias de real valor.
A ninguém ela permitiu que fossem adorados...
Nem a mim mesmo, que fui seu amante desvirginador.

Quando a tinha nua, ou melhor, seminua, de blusa
Nunca transparente e sempre de um tecido rústico,
Eu ralhava e gemia pedindo para sugar as pedras rútilas
Ah!, tudo em vão e o tesouro permanecia em segredo.

Até que numa noite de amores e desejos incontroláveis
Ela despiu a blusa e, graciosamente, desvelou os seios.
Atônito, pelo gesto incomum, me senti o mortal mais feliz.


Por um instante que se transformou em séculos inolvidáveis
Tive-os em meus lábios e assim, realizei, os meus anseios.
Ela, sensual, me mostrou em cada seio, a tatuagem de uma flor-de-lis.


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