Quando eu não mais sentir saudade
Tire-me o coração do peito estéril,
E, num ato banal jogue-o sem piedade
Ao cão faminto que late febril.
Tire-me o sol que sumiu no ocaso
E, a Lua que se esconde vergonhosa.
Sã astros que não convivem com o fracasso
De um homem a quem a saudade não vigora.
De que vale ter recordações inverídicas
De um amor que não se fez eterno.
É melhor ignorar a alma que reivindica
O que não viveu e se viveu, foi um erro.
Portanto, amigo, faça-me o favor de destruir
Os sentimentos que ainda teimam em sobreviver.
Sou, sim, um pária que sente a seiva fluir
De suas veias secas e estéreis para o frio éter.
Agora, que, de mim, já sabe, o ingrato destino
Da jura de uma mulher; uma grande inverdade.
Não tenha dó nem piedade e cumpra o que peço,
Quando eu não mais sentir saudade.
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
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