domingo, 4 de outubro de 2015

A NEGRA

A negra espevitada e de ancas arrebitadas
É mucama na fazenda do Coronel Jesuíno,
E, como escrava, atende as  investidas
Que o "Senhor" o faz, por ser libertino.

Durante o dia, circula, expondo as belas ancas
Aos negros, que deixam a baba fluir em rios
Desejosos de tê-la nas noites de sonhos e volúpias
Numa orgia desmedida; no embate dos corpos rijos.

Porém, a negra que é posse do" Senhor" da senzala
Temerosa, afasta os negros que dela se enlouquecem.
Sábia, em sua aparência de negra bela e analfabeta,
Mantém a vida e o corpo longe das chibatadas que doem.

Assim, durante o dia, é alvo dos desejos carnais
Dos insanos escravos que por ela se masturbam.
À noite, ela se unta do perfume do cio dos animais,
E, lânguida, deita no leito rústico: o capim que abunda.

Neste leito, recebe sem constrangimento o seu "Senhor"
Que louco de tesão, sacia seus desejos, num doido afã.
Oh!, negra espevitada, és escrava e "senhora", no calor
Da posse. Ah!, quisera eu ser o "Senhor" de suas ANCAS.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário