domingo, 14 de maio de 2017

BONECA DE PANO

Tinha como "marca" o cabelo preto e escorrido
Sobre os ombros arqueados pelo peso da dor,
De, todo dia, faça chuva ou sol, viver o destino:
Suplicar esmolas, pedir, e viver de favor.

Menina esquálida fazia ponto sob a  estreita marquise
De uma loja, famosa, por abrigar esquivos ciganos.
Dentre eles, ela se destacava, como frágil pedinte,
Embora, carregasse um tesouro: uma boneca de pano.

Por várias vezes eu me compadeci de sua triste sina
E, tentei, convencê-la, a deixar o mísero sustento.
Ah, tudo em vão, ela, altiva, continuava, no insano

Esticar das finas e sujas mãos em busca das moedas
Que, a alimentaria e, o pedir, nunca lhe deu tréguas.
Hoje, triste, recordo, da menina da boneca de pano.







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