terça-feira, 30 de maio de 2017

O CEMITÉRIO

Tantos muros deteriorados, caiados e sem vida,
Circundam o terreno áspero no cimo do morro,
Portando-se como guardiões de corpos sem guarida
Assemelhando-se a um forte frágil, em desuso.

Dentro dele brotam como cardos, esqueléticas tumbas
Que abrigam sem seu interior, corpos, em decomposição.
Como imaginar que de uma ravina, outrora, fecunda,
Rebrotem, caules mirrados, poleiros, para a solidão.

Nunca pensei que um dia a minha alma, forasteira
De alegrias, felicidades, amor e companheirismo,
Ambicionasse repousar no campo santo,oh, aforisma...
Do que é para o ser, mas, não o é, pelo cruel destino.

Muros empedrados projetam-se como labaredas frias
Nas noites em que somente os gatos se tornam humanos.
Para os que estão fora do calabouço, viver, é não ter vida,
Para os que estão dentro da tumba, morrer, é ser ufano.

O cemitério, impassível, vive, e cultua, sua cidadela.



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