sábado, 27 de maio de 2017

SIMBIOSE ENTRE AMANTES

Sim, por incrível que possa parecer aconteceu
Uma simbiose entre três ferrenhos amantes:
O primeiro, um beija-flor, que nunca escafedeu;
Eu, que sempre me fiz presente e relutante,
E, por fim, ela, a mulher, que nos cativou.

Fomos amantes por vários dias em tardes outonais,
Vivendo a cada momento um amor pleno e surreal:
A avezita, com sua língua comprida tirando dela "ais",
Eu, com meus lábios de fogo, beijando a boca divinal,
Ela, semiacordada, desfrutando o momento, o "dèjá vu".

Quando ela reclamava do calor o beija-flor vibrava as asas,
Refrescando a pele alva, perfumada,trêmula e ardente:
Assim, ele beijava os lábios carmim e sugava a doce baba;
Eu, me refestelava das sobras e gemia tendo o coração fremente;
Enquanto, ela, gata sempre no cio, eriçava os pelos do corpo.

Cada qual, atendia o apelo do seu amante no momento fugaz,
Uma perfeita simbiose onde os desejos se locupletavam:
Da avezita, ela tina a brisa produzida pelo vibrar das asas;
De mim, ela recebia a língua grossa e e pegajosa no doce afã,
Dela, nós, tínhamos, os beijos mais sensuais e insanos.

Porém, um dia, encontrei o beija-flor morto, na relva verdejante,
E, ela, chorosa, se descabelando, pela morte do querido amor.
Do beija-flor, ficou sem a aragem e a língua molhada e latejante,
De mim, ficou sem os beijos que avermelhavam o seu palor,
Deles, só restou, para mim, infeliz amante, os meigos vultos.



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