quarta-feira, 30 de agosto de 2017

PAULA E A AUSÊNCIA DORIDA

No começo, pensei em me acostumar com a ausência que me impôs:
Decidi, que me acostumaria, com a imagem de sua boca vermelha;
Dos seus cabelos escorridos pelos ombros quais fímbrias de ouros;
Dos seus seios alvos, perfumados ,das aréolas quais, duas romãs,
E, assim. esqueceria, como se nunca os tivesse visto, sequer, uma vez.


Foi difícil no começo saber que o encontro não mais se realizaria;
Que coração não mais palpitaria célere como o de um adolescente;
Que os carros não mais se emparelhariam como testemunhas impávidas;
Que ela, não mais desceria e pisaria o chão, com o colo, fremente.
Que o meu coração, não galoparia como um corcel, despido, da lucidez.


Os dias se passaram e uma saudade avassaladora foi me possuindo a alma,
Tornando-a refém, de uma situação, em que não tinha o controle total.
Por muitas vezes a quedei, chorando, copiosamente, uma sofrida escrava
Dos carinhos que não os tinha, da beleza sem fim, do olhar sensual.
Nestes momentos eu, infeliz amante, também, chorava, lágrimas ferventes.


Algumas vezes, tive dela, esmolas, dadas a um pedinte roto, e maltrapilho.
Alguns momentos apenas, em que eu me debulhava em carinhos e ousados beijos,
Esgotando sem dor e nem piedade os lábios carnosos que me oferecia sorrindo,
Ou, então, uma nesga da blusa aberta que me oferecia a visão dos seios...
Tudo, num átimo, como se para ela, a doação fosse, um mísero presente.

Hoje, porém, sei que ela assim o faz, para que de mim, seja a eterna
Dona; a musa que inspirará os meus mais sofridos e belos versos de amor;
A mulher que trilhará os mesmos caminhos que trilharei, a alameda,
Onde, deitaremos no dossel de folhas e, nos possuiremos com paz e fervor.
A ausência dorida começou abruptamente, mas, cessará,num dia...de repente.





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