quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

A GAROTA DO PICOLÉ DE LIMÃO


Ela, sempre chegava no balcão e pedia: um picolé de limão,
Nunca mudando o pedido: nem coco, nem laranja, nem casquinha.
Eu, me postava frente à sua mesa e ficava mudo de admiração,
Mas, sem coragem de revelar a minha intenção de paquerá-la.

A sorveteria borbulhava de jovens em busca da guloseima.
Porém, indiferente a eles e a mim, ela lambia o picolé,
Fazendo trejeitos com os lábios, provocando a garotada
Que morrendo de inveja gesticulavam num doido banzé.

Uma tarde, cheio de coragem resolvi interferir em seu gosto,
E, ofereci para lhe pagar um picolé de coco queimado.
Imediatamente, ela olhou-me com desdém e para meu desgosto,
Disse: " Garoto, cresça e apareça" e, me deixou, pasmado.


Passaram se meses até que um dia a encontrei em outra sorveteria,
Agora, não mais, "coquete", mas sim, atrás do balcão, de avental.
Surpreso, ofereci-lhe um picolé de limão e vi em seu rosto a alegria.
O tempo passou, mas ela continuou para mim uma garota sem igual.


Hoje, estamos noivos e vivemos um grande romance apimentado,
Preparando-nos para um futuro promissor; a tão sonhada união.
Sempre nas tardes de domingo eu a levo de braços dados,
À sorveteria da praça e lhe pago um saboroso picolé de limão.




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