sábado, 24 de junho de 2017

O PARDAL... "COISAS DA VIDA!"

Toda manhã ele pousava num galho da Pitangueira e,
Assim, permanecia por alguns minutos, imponente em
Sua bela, porém, singela plumagem, piando indolente.
De vez em quando ele torcia o pescoço para olhar
Se algum inseto incauto estava à mercê de seu bico.
Tinha a paciência de Jó, pois, sabia que o suculento
almoço o esperava dentre os ramos floridos.
Uma borboleta voou sobre sua cabeça e o distraiu
Bem no instante em que uma lagarta assomou num vão
Do galho à sua frente; a poucos centímetros da pinça
Que certamente o prenderia... uma lauta refeição,
E que escapuliu num piscar de olhos .

Irritado com a intrusa borboleta, pôs-se a persegui-la
Dentre as flores do jardim em que eu me deleitava.
Curioso, passei a acompanhar o perseguidor e a perseguida,
Que em volteios mirabolantes descreviam órbitas inimagináveis.
Ora, eu, torcia para a borboleta, ora, eu torcia para o pardal.
E, a contenda durou alguns segundos, até que:
Até que o pardal pousou no chão para num impulso abocanhar a
flor que voa, mas...
A infeliz ave, fora da árvore, também se tornava uma presa e,
Foi o que aconteceu :
Num repente surgiu um gato e, com um salto gracioso e certeiro
abocanhou -a e, com movimentos morosos se pôs sob a Pitangueira e ,
a devorou com requintes de um rei.
Nos ares perfumados do jardim, a borboleta flanava,
Como se nada tivesse acontecido.
O gato, a borboleta e o pardal, permaneceram por um bom tempo,
Em minha mente.
Da pitangueira, curti a sombra e os frutos vermelhos.
Ah, são "COISAS DA VIDA".

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