Toda manhã ele pousava num galho da Pitangueira e,
Assim, permanecia por alguns minutos, imponente em
Sua bela, porém, singela plumagem, piando indolente.
De vez em quando ele torcia o pescoço para olhar
Se algum inseto incauto estava à mercê de seu bico.
Tinha a paciência de Jó, pois, sabia que o suculento
almoço o esperava dentre os ramos floridos.
Uma borboleta voou sobre sua cabeça e o distraiu
Bem no instante em que uma lagarta assomou num vão
Do galho à sua frente; a poucos centímetros da pinça
Que certamente o prenderia... uma lauta refeição,
E que escapuliu num piscar de olhos .
Irritado com a intrusa borboleta, pôs-se a persegui-la
Dentre as flores do jardim em que eu me deleitava.
Curioso, passei a acompanhar o perseguidor e a perseguida,
Que em volteios mirabolantes descreviam órbitas inimagináveis.
Ora, eu, torcia para a borboleta, ora, eu torcia para o pardal.
E, a contenda durou alguns segundos, até que:
Até que o pardal pousou no chão para num impulso abocanhar a
flor que voa, mas...
A infeliz ave, fora da árvore, também se tornava uma presa e,
Foi o que aconteceu :
Num repente surgiu um gato e, com um salto gracioso e certeiro
abocanhou -a e, com movimentos morosos se pôs sob a Pitangueira e ,
a devorou com requintes de um rei.
Nos ares perfumados do jardim, a borboleta flanava,
Como se nada tivesse acontecido.
O gato, a borboleta e o pardal, permaneceram por um bom tempo,
Em minha mente.
Da pitangueira, curti a sombra e os frutos vermelhos.
Ah, são "COISAS DA VIDA".
sábado, 24 de junho de 2017
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