A traição da madame J. Palhares pegou a todos de surpresa,
Visto, que, ela era, a Madame imaculada da bucólica Riacho feliz.
Esposa e mãe e, fiel companheira do distinto doutor obstetra,
]Pautou sempre pela inocência com todos que a sempre quis.
Assim, quis a amizade respeitosa com os homens que a cortejavam
Nos recantos em que ia, sempre com o rosto coberto pela mantilha.
Esbelta em sua formas, tinha o corpo sedutor e o porte, a pujança
De uma Madona, protegida na redoma, da bela, Capela Sistina.
J.Palhares se ufanava pelos quatro cantos da sorte de que Deus lhe deu
Em ter por longos anos a mulher mais bela e desejada: o seu tesouro.
Todo dia, presenteava-a com um mimo: uma flor ou então um camafeu,
Recebendo em troca, doces beijos e à noite, na penumbra, o místico corpo.
Porém, um dia, ou uma noite, sei lá, pois, ouvi, por ouvir dizer, de alguém,
Que, a Madame J. Palhares, foi flagrada, nos braços do negro ferreiro.
A comoção se espalhou como "notícia ruim" pela boca de um outrem,
Não dele, já que, a apoplexia o derrubou no leito... derrotado guerreiro.
Como tudo na vida passa, passou também a traição vil e inesperada,
Daquela que por tanto tempo foi o motivo de Salomão em seus "Cantares".
Hoje, na pacata cidade não se fala mais em traição da mulher recatada;
Nunca mais se cogitou em bares ou lugares escusos da Madame J. Palhares.
quinta-feira, 1 de junho de 2017
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