domingo, 1 de novembro de 2015

O SINO

O sino na torre da imponente Matriz
Soava as seis badaladas anunciando a missa
Que atraía as  senhoras e as meretrizes
E, mesmo as almas que se faziam omissas.

O padre sempre benévolo aceitava seus cordeiros
Independente se tinham pecado contra a moral.
Assim, lado a lado, ajoelhavam fiéis forasteiros
E, oravam, pedindo ao Criador o perdão final.

Uma tarde, antes da missa começar vislumbrei
Duas senhoras de vidas paralelas e equidistantes:
A primeira quando retirou o véu preto notei
Que tinha o s olhos úmidos e triste o semblante.

A segunda, vestida de um vestido de brilho; cor de carmim,
Não trazia nenhum véu que cobrisse os lábios carnosos
E, tinha os olhos vivos e, no colo ,uma flor de jasmim.
Era, sem dúvida, mais feliz do que a de véu negro.

Por um amigo fiquei sabendo que a sisuda era infeliz
E, que nunca amou em sua vida de austeridade doentia.
Já, a segunda, muito amou e amou, enquanto meretriz,
Das noites de orgias,  em que vendia suas carícias.

O sino soou as seis badaladas anunciando a missa
E. lá estava a meretriz ajoelhada frente ao púlpito.
Curioso, procurei a "velha" senhora de preto, vestida,
Não a vi. Soube depois que de desgosto tinha morrido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário