quinta-feira, 5 de novembro de 2015
A MOÇA QUE VENDE FLORES
A moça que vende flores é pobre, bela e iletrada,
Porém, com seu charme singelo vende belas flores
Para os passantes da escadaria da imponente igreja,
Após a missa matinal aos fiéis: seus compradores.
Com a cesta repleta das mais variadas flores ela exibe
Um sorriso encantador e oferece rosas, cravos e jasmins,
Dálias, petúnias e exuberantes magnólias num buque,
E, assim, de sorriso em sorriso, ela cativa a todos e, a mim.
Seu nome? Margarida e como a flor tem a tez pálida e suave,
Poderia também pelos lábios vermelhos e carnosos, se chamar Rosa,
Ou, então, Dália, pela frescura que exala de sua pele clara e jovem,
Mas eu, sempre preferi chamá-la de Orquídea, pela beleza exótica.
Acostumado a vê-la todos os domingos e sempre comprar uma flor,
Que ela, me entregava com as mãos trêmulas, talvez, envergonhada,
Não a vi neste último domingo e isto me fez sentir um certo pavor
De que a mesma não mais viesse nos presentear com sua singeleza.
E, assim se passaram alguns meses sem que a florista aparecesse.
Até, que, num domingo qualquer, ela estava aos pés da escadaria
Com a cesta de flores e num dos dedos da mão uma resplandecente
Aliança que fazia concorrência com o amarelo de uma margarida.
Trêmulo de emoção pedi um buque de rosas amarelas e titubeante
Perguntei sem maiores preâmbulos: A moça jogou o malmequer?
Sorrindo ela me entregou as flores e disse num ímpeto exultante:
" Moço, conheci o amor e hoje já não sou mais moça... Sou Mulher".
Ainda hoje, quando quero presentear um novo amor, uma nova conquista
Procuro nas escadarias da igreja a MULHER mais bonita, uma nova flor
E, recebo de suas mãos sempre as mais belas flores numa suave carícia
Embora, não a chame de orquídea, mas sim, uma SENHORA, de valor.
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