segunda-feira, 2 de novembro de 2015

O CABARÉ

O cabaré fervia no vaivém das almas perdidas e infelizes
Que transitavam como espectros de almas humanas.
Ora, iam para uma mesa e bebiam uma dose de uísque,
Ora, sentavam em cadeiras e traziam ao colo as damas.

Damas que se travestiam em prostitutas e se ofereciam
Ao primeiro que lhes pagasse uma bebida ou, um presente
Que fosse: linda pedras reluzentes que no escuro brilhavam,
Ou, moedas de prata; bijuterias que as deixavam contentes.

Dentre uma mesa e outra ao som do piano de notas melancólicas
Eu seguia em busca da "princesa" que me fizesse voltar a sonhar
E, na busca, bebia uma dose de absinto e procurava com arguto olhar,
A mais bela; nunca a mais pura, e seguia, na procura insólita,

Ansioso em ter nos braços a "dama", a mais requisitada pelos bêbados.
As luzes se apagaram e sozinho permaneci  no bar tomando um gim.
Dos olhos lágrimas escorreram até que uma carícia, um leve afago
Secou-as e ao me voltar deparei com uma prostituta que me disse: SIM.

Sim, a última das perdidas da noite me elegeu para ser o seu amante
Nesta noite em que os desenganados procuram a sorte, e têm a férrea fé,
De que não irão embora sem que uma delas beije o seu falo vibrante.
Enfim, fui infinitamente feliz num aposento mirrado no fundo do CABARÉ.



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