sábado, 21 de dezembro de 2013
AS ESTRELAS QUE ME PERTENCEM!
Estou feliz! E ninguém pode me contestar.
Devo sim, à Deus, agradecer em preces vivas
Pois, de mim, Ele, fez questão de me presentear
Com as estrelas que salpicam a noite como brasas.
Sei que quando não saio na sacada do meu apartamento
A noite se faz escura como breu, ou, como as asas da graúna.
Não importa qual seja o lugar do mundo... Tudo está escuro
Nenhum mortal recebe a luz das estrelas... joias miúdas,
Que salpicam o Universo transformando-o em uma pintura rara,
Como se fora um "Rembrandt", ou, um "Picasso" ininteligível
Porém, aos meus olhos, elas se transmudam em uma tiara
Própria para adornar a bela cabeça de uma cortesã indescritível,
Em sua beleza e trejeitos sensuais que a todos submete em seus desejos.
Sou feliz! Ontém à noite tive a complementação dos meus anseios,
Quando, Deus, piedoso de mim, me deu de presente o mais belo astro
Contemplando-me com a joia mais preciosa, do Univeros o mais belo seio.
Deu-me, num átimo, sem que eu tevesse Lhe implorado, ou, mesmo suplicado
A VÉSPER, a estrela que se faz rainha dentre as suas "aias" esplendorosas.
Nessa noite de magia, me vi, num instante, o poeta mais feliz do Universo,
E, ri, e chorei c,omo um louco, porém, um louco, com a alma prazerosa.
Portanto, digo e asseguro à todos os que me conhecem... Sou único.
Tenho a noite incrustrada de miríades de estrelas que refulgem
Para me fazerem o mais rico e feliz dos homens cegos e surdos
Aos impulsos poéticos que se despreendem dos astros que rugem.
Sim, que rugem, poesias e palavras de paz e amor e, muita luz.
Mais uma vez, afirmo: Sou felis! Deus me quer para si em seus desígnios.
Tenho o Universo salpicado de estrelas que aos amantes muito seduz.
Obrigado, Senhor, por me dar uma noite alva, um manto de prateados fios.
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
VIVENDO E APRENDENDO!
Em uma manhã ensolarada quando nós, os três amigos, estávamos tomando café na Dona Bella, eu, perguntei ao Dr. Laércio, procurando saciar uma curiosidade de tempos remotos se o número de casais jovens que procuravam a Justiça para pedirem divórcio estava aumentando, ou, não. Com a sua voz característica de um homem acostumado com litígios judiciais, alisou com calma até mesmo exasperante para nós o seu bem cuidado e charmoso bigode ( A la Dr. Jivago)e, sem maiores preâmbulos nos confidenciou o que reproduzo em sua íntegra.
-Caro amigo poeta Aldo e preclaro amigo Olívio, pelas minhas lides judiciais o que tenho notado é de que os que hoje procuram a nós, causídicos, para solicitarem o divórcio, estão na "melhor idade", se me faço entender...
_ Melhor idade ou já estão "prá lá de Marrakeshi", aparteou o Olívio.
Tanto faz, continuou o querido amigo Laércio - tanto faz, o que realmente importa é que já passaram dos 60...
_ E, por qual motivo, casais que já viveram uma "vida" juntos, resolvem sentar-se nos bancos dos tribunais esperando a decisão judicial? inquiri, ansioso pela resposta.
Mais uma vez, alisando o bigode, falou com propriedade e, o que nos confidenciou, nos deixou embasbacados.
Disse-nos ele:
_ Quando a velhice chega, chega com ela, vários sintomas que enfraquecem o relacionamento. Geralmente é a pressão alta; o reumatismo; a intolerância; a barriga volumosa (neste instante fiz cara de amuado); a surdez a próstata do tamanho de uma maçã, a lei da gravidade e, claro a perda progressiva da visão; a queda ( inevitável) da libido e tantas outras mazelas da "melhor idade"...
_ Mas, o que tem isso com os divórcios?, perguntou o Olívio.
Um amigo meu, médico oftálmo, continuou a explanação, disse-me de que quando atende casais de idosos em seu consultório,após proceder os exames e dar o diagnóstico ( receita para o uso de óculos com alto grau), é comum escutar, quando eles trazem os óculos para examinar, cada um, após usar o seu aparelho, se virar para o companheiro (a) e dizer: Pô, é com esse(a) tranqueira que estou convivendo no dia a dia? E, em seguida saem, dizendo que vão procurar um advogado para tratar do divórcio.
Ah, complementei: Em casa há muito tempo que escondi os óculos da minha consorte. Já o Olívio, só deu risadas. Mas, e, você, Dr. Laércio, perguntei à socapa - esconde os óculos da querida mulher?
Quando ele ia responder, aproximou-se da nossa mesa o Hans, proprietário do local falando blá,blá,blá... o que o livrou da confidência.
Quem sabe um dia ele nos conta.
-Caro amigo poeta Aldo e preclaro amigo Olívio, pelas minhas lides judiciais o que tenho notado é de que os que hoje procuram a nós, causídicos, para solicitarem o divórcio, estão na "melhor idade", se me faço entender...
_ Melhor idade ou já estão "prá lá de Marrakeshi", aparteou o Olívio.
Tanto faz, continuou o querido amigo Laércio - tanto faz, o que realmente importa é que já passaram dos 60...
_ E, por qual motivo, casais que já viveram uma "vida" juntos, resolvem sentar-se nos bancos dos tribunais esperando a decisão judicial? inquiri, ansioso pela resposta.
Mais uma vez, alisando o bigode, falou com propriedade e, o que nos confidenciou, nos deixou embasbacados.
Disse-nos ele:
_ Quando a velhice chega, chega com ela, vários sintomas que enfraquecem o relacionamento. Geralmente é a pressão alta; o reumatismo; a intolerância; a barriga volumosa (neste instante fiz cara de amuado); a surdez a próstata do tamanho de uma maçã, a lei da gravidade e, claro a perda progressiva da visão; a queda ( inevitável) da libido e tantas outras mazelas da "melhor idade"...
_ Mas, o que tem isso com os divórcios?, perguntou o Olívio.
Um amigo meu, médico oftálmo, continuou a explanação, disse-me de que quando atende casais de idosos em seu consultório,após proceder os exames e dar o diagnóstico ( receita para o uso de óculos com alto grau), é comum escutar, quando eles trazem os óculos para examinar, cada um, após usar o seu aparelho, se virar para o companheiro (a) e dizer: Pô, é com esse(a) tranqueira que estou convivendo no dia a dia? E, em seguida saem, dizendo que vão procurar um advogado para tratar do divórcio.
Ah, complementei: Em casa há muito tempo que escondi os óculos da minha consorte. Já o Olívio, só deu risadas. Mas, e, você, Dr. Laércio, perguntei à socapa - esconde os óculos da querida mulher?
Quando ele ia responder, aproximou-se da nossa mesa o Hans, proprietário do local falando blá,blá,blá... o que o livrou da confidência.
Quem sabe um dia ele nos conta.
sábado, 7 de dezembro de 2013
DUAS NOTÍCIAS DE ARREPIAREM OS PELOS DO CORPO
Todo dia, lemos, abismados notícias de arrepiarem os pelos do corpo.
Vou me fixar e comentar duas delas.
1a. Os vereadores da Cidade maravilhosa estão tentando aprovar um projeto que vai permitir às mulheres usarem Toples nas praias. Até aí, vamos dizer que será uma fato novo e passível de olhares dos mais diversos teores de sentimentos. É evidente que somente aquelas em que a "gravidade" ainda não se fez sentir é que vão iniciar o"movimento" dos seios à mostra. É claro, também, que para muitas tanto faz se a "gravidade" já se fez presente ou não, que vão, indistintamente balouçar os predicados pela aragem tépida das praias carioscas. Agora, o que me deixa preocupado é a quantidade de cirurgiões plásticos que vão dar plantão nas areias alvas, embaixo de uma palmeira ou de um guarda-sol, tomando água de coco e distribuindo cartões para "inverterem" à ação da gravidade tanto nas loiras quanto nas morenas e, em menor número nas mulatas.
De um jeito ou de outro, certamente eu, lá estarei, para apreciar os "belos" em exposição e quem sabe construir poemas e mais poemas... Que venha logo esta lei.
2a. A eterna leiloadora de sua virgindade está a um fio de ser desvirginada. Uma mulher, vejam bem, uma mulher, ofereceu a quantia de 320 mil reais para ficar com o trofeu. Não deixa de ser uma notícia arrepiante, pois, onde estão os homens,os machões do nosso Brasil? Talvez seja o valor que já chegou o delicado hímem que está inibindo os viris garanhões. Anteriormente, um japonês ofereceu mais de um milhão, mas, por razões que só a virgem sabe, ela não aceitou. O "tamanho" da oferta em R$ foi salutar mas, o outro "tamanho" , talvez não a tenha apetecido (Conjeturas minhas).
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
SONETO PARA UM AMOR INCOMPREENSÍVEL!
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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
UMA VONTADE DE NÃO DIZER NADA!
Neste momento estou com uma vontade indescritível de não dizer nada, portanto, não vou dizer coisa alguma.
O que posso dizer e, ainda, é muito, é que eu estou entediado...
O que me sai da boca é, e tão somente é: ckhkpoihdkljhkmasnmhmassdjis,kihASJ,JJL,ALXNHYSAMCMLHIUASDDSMCKLMDS...
Arre!, vou dormir que eu ganho mais.
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
UMA GRIPE DANADA!
Desde sábado à noite (23-11) estou acometido de uma terrível gripe. Como esta "maldita" doença judia de mim. É uma dor no corpo de não dar trégua, além, do nariz escorrer e de uma dor de cabeça infinda... Estou acamado, sem coragem de sair à rua para tratar dos problemas do dia a dia. O que me conforta é ter na cabeceira da cama livros dos meus autores preferidos...RUSSOS, assim é que, aproveitei o "incômodo" para ler "O ETERNO MARIDO" DE DOSTOIEVSKI e o "JOGADOR" DO MESMO AUTOR, E INICIANDO A LEITURA DE "O IDIOTA" do mesmo autor. Algumas horas, me ponho a assistir tv e por sorte assisti vários filmes muito bons. Creio que no fim de semana estarei apto para outras atividades, embora, esteja um pouco assustado... doença do pulmão nessa idade não é brincadeira.
terça-feira, 19 de novembro de 2013
O DIREITO DE FAZER TUDO ERRADO!
Hoje, eu acordei com uma vontade enorme de fazer tudo errado.
Asssim é que, ao me levantar da cama joguei o par de chinelos pela janela abaixo e, para logo em seguida, esconder a colcha e os travesseiros dentro do banheiro. Continuando "errando" derramei o café com leite na toalha alva de linho e passei manteiga nas bordas do microondas e da geladeira. Ainda, não contente, peguei os remédios que tomo de manhã e os atirei de encontro a uns passantes que passeavam pela calçada. Intimamente eu ria em gostosas gargalhadas... e, continuei a "errar". Num instante me vi atrasando os ponteiros de todos os relógios do apartamento. Sobre a mesa reinava absoluto um arranjo de rosas num vaso.De um salto, peguei-o e o coloquei sobre a grade de proteção da sacada ( 5 andar) e o vi balouçar de um lado para outro até que... Num repente me apoderei do liquidificador e num átimo de segundo fiz um suco usando óleo de comida, pimenta, maioneses, mamão e póde café e enchi um copo e deixei na geladeira... Ah, Ah, Ah,... Continuando minha saga de "errar" tapei os buracos de fechaduras das portas com araldite e, entortei as chaves. Ainda, não satisfeito, risquei com prego a coleção de CDs da minha consorte ( ou com azar?) do Victor e Leo, do Roberto Carlos e do Bruno e Marrone e, é, claro, que deixei intactos os do Cauby. Quando a tarde chegou, eu troquei as lâmpadas boas por umas queimadas que eu tinha guardado ( premonição?) e esperei com o coração transbordando de alegria a chegada da noite. Não demorou muito e a Lua se fez parecer e a casa em completa escuridão...
Quando me preparava para fazer mais um "erro" eis que escuto uma voz a me chamar ininterruptamente: " Aldo, Aldo, Aldo... mais uma vez você tomou 3 gardenal, dois frontal... Está variando... falando palavras incompreensíveis... Não é possível, você "erra" na hora de tomar seus remédios... Se arrume, vamos já para o Pronto Socorro fazer uma lavagem estomacal..."
Bom, pelo menos eu "errei" em algo de concreto, mas, que seria bom se tudo fosse verdade, seria...
Será que um dia eu vou ter o direito de fazer tudo errado?
Até esse dia maravilhoso eu vou cometer( escrever) só uns errinhos: O RReino dos Çonhos em que moro é deliSSioZo!
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
A FELICIDADE DO POETA
A felicidade do poeta é indescritível. Para externá-la ele precisa de uma plateia que respire; que sorva; que absorva um pouco que seja de poesia e de sensibilidade. Está se tornando cada vez mais difícil o poeta externar sua felicidade. No mundo em que orbita, pois, o poeta é como um astro: imerso no Universo onde pode ser visto mas não entendido, ele vive só e como um lobo solitário, externa seus sentimentos(não uivando), mas, falando com as estrelas; com as flores; com o vai e vem infinito das ondas dos mares e, principalmente com a singeleza de um desabrochar de uma flor silvestre. Para o poeta, torna-se enfadonho, o dia a dia miserável, de seres que desprezam a poesia e vegetam num deserto árido e estéril, embora, muitas ou todas as vezes se sintam parte indissociável desse mundo inóspito em que vagueiam.
Hoje, o poeta conseguiu externar sua felicidade.
E, foi, tão simples.
Por um instante ele contemplou extasiado a simplicidade e ao mesmo tempo a realeza expressa em uma flor silvestre. Nesse extato minuto veio-lhe à mente poética o quanto essa pequena flor teve que lutar para se fazer vista pelos olhos dos passantes que à ela dirigiam diversos tipos de olhares: Uns com tédio; outros sem vê-la (com a alma); outros tantos achando-a insignificante em sua aparência e, também, aqueles que para eles ela não significa uns $ a mais em seus orçamentos... Mas,para o poeta ela era a rainha do sujo jardim ( ignorado pelas autoridades municipais) e, nele, se fez única, senão para todos, pelo menos para ele, poeta que o é.
Hoje, o poeta conseguiu externar sua felicidade.
E, foi, tão simples.
Por um instante ele contemplou extasiado a simplicidade e ao mesmo tempo a realeza expressa em uma flor silvestre. Nesse extato minuto veio-lhe à mente poética o quanto essa pequena flor teve que lutar para se fazer vista pelos olhos dos passantes que à ela dirigiam diversos tipos de olhares: Uns com tédio; outros sem vê-la (com a alma); outros tantos achando-a insignificante em sua aparência e, também, aqueles que para eles ela não significa uns $ a mais em seus orçamentos... Mas,para o poeta ela era a rainha do sujo jardim ( ignorado pelas autoridades municipais) e, nele, se fez única, senão para todos, pelo menos para ele, poeta que o é.
domingo, 10 de novembro de 2013
O CONSTRUTOR DE CASTELOS DE AREIA (SONHOS) E OS IMPLODIDORES!
Pela sua vida toda, por “Coisas da Vida”, ou, pelas agruras enfrentadas que nunca permitiram que ele obtivesse sucesso material e financeiro (profissionalmente galgou todos os cargos, sem ajuda de ninguém, tudo através de concursos), construiu dezenas e dezenas de “castelos de areia”, que por si só se desmoronaram, por uma pequena aragem, ou um sopro qualquer de quem nunca o quis vê-lo se projetar por um pouco que fosse ao mundo da “riqueza”. Mesmo assim, continuou sonhando e alguns mais simples para ele (publicar livros; impossível para outros), foi se atracando contra as correntezas que vinham sempre de encontro às aspirações. Lutou muito, navegou por mares bravios; caminhou por estradas repletas de pedras, buracos e encruzilhadas; atravessou noites escuras e gélidas, tendo sempre em seu cérebro repleto de sonhos a esperança de que um dia, quem sabe, antes de sua morte, realizar um deles... Ah, ledo engano. Por mais que tentasse ser um homem igual aos demais, que por menos do que ele, realizam seus sonhos: alguns simples como um carro novo; outros mais difíceis, como uma casa no Litoral, ou uma lancha impecável... mas, realizam seus sonhos, mesmo que logo eles se esfumacem e, felizes, retornam a outros sonhos, e, os vivem. Rodeado de “amigos” e pessoas mais íntimas nunca se viu prestigiado... Tudo o que fez, ou tenta fazer causa rebuliços e nesgas indescritíveis. O que para ele é uma vitória, para os seus ditos “protetores” é uma loucura; é um ato de um homem insano; é próprio de quem não tem um “norte” na vida; é uma tremenda besteira. “Apesar de viver num círculo pernicioso em que ele não representa nada de confiável, ainda “tenta” de vez em quando, sair desse abismo odioso e comete alguns atos que, novamente, levam seus “ditos protetores” a recriminá-lo, como se ele fosse o mais incauto dos homens, Bem, em dias passados esse homem que nada representa como “vencedor” sonhou mais uma vez e mais uma vez construiu um “ CASTELO DE AREIA”, (o que ele sonhou tinha realmente muita areia”). Foi só sonhar e de repente apareceram em sua vida como “salvadores” os IMPLODIDORES DE CASTELOS DE AREIA (SONHOS) e, com apenas um bafo, nada mais que isso, botaram por terra as pilastras, as torres, os quartos e claro, os sonhos que nele estavam encerrados.
Pela sua vida toda, sonhou e, dos sonhos só ficou a certeza de que um dia terá para si todas as estrelas do Universo e, então, gargalhará, pois os Implodidores de sonhos nunca, mas, nunca mesmo, implodirão as estrelas.
Até o próximo sonho.
Pela sua vida toda, por “Coisas da Vida”, ou, pelas agruras enfrentadas que nunca permitiram que ele obtivesse sucesso material e financeiro (profissionalmente galgou todos os cargos, sem ajuda de ninguém, tudo através de concursos), construiu dezenas e dezenas de “castelos de areia”, que por si só se desmoronaram, por uma pequena aragem, ou um sopro qualquer de quem nunca o quis vê-lo se projetar por um pouco que fosse ao mundo da “riqueza”. Mesmo assim, continuou sonhando e alguns mais simples para ele (publicar livros; impossível para outros), foi se atracando contra as correntezas que vinham sempre de encontro às aspirações. Lutou muito, navegou por mares bravios; caminhou por estradas repletas de pedras, buracos e encruzilhadas; atravessou noites escuras e gélidas, tendo sempre em seu cérebro repleto de sonhos a esperança de que um dia, quem sabe, antes de sua morte, realizar um deles... Ah, ledo engano. Por mais que tentasse ser um homem igual aos demais, que por menos do que ele, realizam seus sonhos: alguns simples como um carro novo; outros mais difíceis, como uma casa no Litoral, ou uma lancha impecável... mas, realizam seus sonhos, mesmo que logo eles se esfumacem e, felizes, retornam a outros sonhos, e, os vivem. Rodeado de “amigos” e pessoas mais íntimas nunca se viu prestigiado... Tudo o que fez, ou tenta fazer causa rebuliços e nesgas indescritíveis. O que para ele é uma vitória, para os seus ditos “protetores” é uma loucura; é um ato de um homem insano; é próprio de quem não tem um “norte” na vida; é uma tremenda besteira. “Apesar de viver num círculo pernicioso em que ele não representa nada de confiável, ainda “tenta” de vez em quando, sair desse abismo odioso e comete alguns atos que, novamente, levam seus “ditos protetores” a recriminá-lo, como se ele fosse o mais incauto dos homens, Bem, em dias passados esse homem que nada representa como “vencedor” sonhou mais uma vez e mais uma vez construiu um “ CASTELO DE AREIA”, (o que ele sonhou tinha realmente muita areia”). Foi só sonhar e de repente apareceram em sua vida como “salvadores” os IMPLODIDORES DE CASTELOS DE AREIA (SONHOS) e, com apenas um bafo, nada mais que isso, botaram por terra as pilastras, as torres, os quartos e claro, os sonhos que nele estavam encerrados.
Pela sua vida toda, sonhou e, dos sonhos só ficou a certeza de que um dia terá para si todas as estrelas do Universo e, então, gargalhará, pois os Implodidores de sonhos nunca, mas, nunca mesmo, implodirão as estrelas.
Até o próximo sonho.
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
O MANEQUIM!
Amei-a desesperadamente, mesmo na lucidez
Dos meus dias( poucos),muitos, na estupidez
De uma vida que me fez amante insensato
Onde andarilho, peregrinei, e me fiz fantoche barato.
Assim, que a vi o amor explodiu em meu peito
Fazendo-me esqecer de que era uma amante insatisfeito.
Por um instante vi as brasas frias, semi-apagadas
Se colorirem de vermelho e a fogueira, reacendida.
Ah!, como basta um simples olhar eloquente
Para transformar o mármore em semente latente,
Ou, mesmo, para resgatar a esperença sepulta
De um peito, onde agora,o coração geme a pulsar.
Ela estava à minha frente e eu a via, de fato,
Atrás de uma vitrine,bela, embora os olhos embaçados
(Quando se envelhece, a alma, o coração e os olhos se tornam vítreos).
Via-a, sim, em todo o seu esplendor, ornada de adornos ricos.
Para mim que ía admirá-la todo dia,toda tarde outonal
Ela se vestia com requintes e ficava até o horário fatal
Em que se recolhia, levada por suas escravas pérfidas
Que desapiedadas de mim, riam, e se retiravam, lépidas.
A cada dia ela se trasmudava como se fora belo camaleão
Nunca repetindo uma vestimenta, conservando só o coração
No belo colo, que, ao me ver fitando-a, galopava frenético
Como frenético eu ficava quando era trazida pelo seu séquito.
Um dia, eu passei os minutos e as horas, mudo e estático
Adorando-a, vestida em um quimono de seda rica e pálido.
Era uma "gueicha"?, ou uma imperatriz de longínquo harém?
Perguntas que não respondia, pois, os meus pensamentos, estavam além.
Além da vitrine tanto estavam os meus pensamentos e desejos
Ansiando por um gesto que me prometesse carinho e afeto.
Porém, como eu, só me fitava, e, não dizia, nada,
E, o nada, pouco a pouco, se transformava em tudo, para minha alma.
Uma tarde, se bem me lembro, ela se vestiu de noiva
E, trêmulo, notei que ela me fitava com "ares" de vergonha.
Imediatamente, me exultei e num arroubo juvenil
Me enchi de coragem e fui novamente um "noivo" viril.
Ah!, como fui titubear em meu pedido de casamento
Levado pela dificuldade de me levantar do "maldito" assento.
Onde, por dias seguidos dei início ao longo "noivado"
E, num átimo de segundo, ela se foi, levada pelo séquito odioso.
O dia demorou para amanhecer e a tarde chegar
Quando por fim pude adentrar no "shoping"; cruel lugar
E, com passos cambaleantes cheguei à vitrine ofegante.
Dos óculos, as lentes baças,limpei, numa demora exasperante.
Em pé, estático, por horas tendo às mãos um ramalhete
Esperando, vê-la chegar, pisando num macio tapete.
Esperei... Quando as pernas me tremeram de cansaço
Sentei-me no banco e nada vi, através dos vidros baços.
Cansado, decepcionado, me levantei trêmulo e febril
Para regressar à minha vida, ao passado vil,
Que me acolheu em seu tédio, fazendo-me prisioneiro
De uma masmorra por onde vegetei... o meu paradeiro.
_ O senhor está-se sentindo bem?,perguntou-me à queima-roupa
O mesmo jovem que a levou... Minha doce e maravilhosa noiva.
Gaguejando ainda tive forças para lhe perguntar:
_ Moço, para onde levaste a mulher com quem eu ia me casar?
Foi então que rindo numa sarcástica e odiosa feição
Contou-me que a "bela mulher" que me fez pulsar o coração
Era apenas mais um "boneco" e se foi, caçoando, de mim.
Num último gesto, quebrei os óculos e então compreendi:
TINHA SE APAIXONADO POR UM MANEQUIM.
"Hall" do Hotel Ibis Providence
Santiago- Chile
04-11-13
16 horas de uma tarde calorenta.
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
A NOITE QUE NÃO SE FOI! OU, LA NOCHE QUE NO SE VA!
Inacreditável, porém, aconteceu:
A noite não se foi!
Ficou, e com ela, ficaram os seus mistérios:
Assim é, que, em instantes a noite se modificou.
Se antes era escura como azeviche e tenebrosa
Em um passe de mágica se tornou alva e altiva,
Salpicada de miríades de estrelas refulgentes,
Transmudando-se em um palco de espetáculos formosos.
Um gato vadio miou longamente para a Lua
E, se viu, protagonista da peça que ora se desenrolaria
Pelo início, meio e talvez, nunca fim,
Dessa noite de magia, que não se foi.
E, tudio teve início:
O amor, sem pedir licença sentou-se ao meu lado;
O tédio, como um furacão, afastou-se de mim;
O mar, num ímpeto de amante fogoso, banhou-me de espumas;
As estrelas toimaram o lugar das mortiças lâmpadas;
O andarilho, sem se aperceber, transmudou-se em um Príncipe;
A pedinte, viu-se envolvida em trajes de seda e pedrarias preciosas.
E, a noite, predisse que ficaria e que não morreria,
Ao clarear do dfia, quando tudo volta a ser cruel e incompreensível.
Eu, me fiz ator da noite sem fime me pús a viver a magia;
E, assim, amei como um doido, e, como um doido,gritei o amor pelas ruas;
Corri como um demente pela avenida nua e, nua, desejei o corpo da mulher...
Da mulher que sabe como nenhuma outra me fazer guerreiro,ou, palhaço,
Porque, somente aquelas que sabem amar é que conseguem mudar o íntimo do seu homem.
Na mesa, taças de vinho bailam, como se bailarinas fossem, nessa noite sem fim.
Mesmo os relógiuos se curvaram perante o mistério e, se, quedaram, como múmias
Adormecidas por séculos em seus sarcófagos:Dela, o coração, é o meu sarcófago.
No céu a estrela Vésper reinava como Cleópatra reinou no coração de Marco Antônio,
No céu de minha vida nuvens enoveladas brigaram entre si para serem o mcaio dossel
Que receberá os corpos trêmulos e apaixonados desse sonhador e da mulher de seus sonhos.
A noite teima em ficar!
Portas e janelas; pessoas e seres noturnosjá se recolheram em sus nichos.
Só ficaram eu, o amor, a paz e a alegria deestarmos onde somente os privilegiados
Por Deus ficam: Em uma mesa de bar; em um palácio, em um casebre...
Mas, sempre, com o tempo parado, pela
NOITE QUE NÃO SE FOI!
Santiago- Chile em 31-10-2013
Dentro do aconchego do bar Normandie
na Avenida Providence às 22,30h
domingo, 27 de outubro de 2013
A JANELA!
Quando eu era criança, eu gostava de me sentar frente à janela,
Que ficava sempre fechada, fizesse sol, chuva ou vento constante.
Criança, gostava de jogar sementes de mamona na madeira velha
E, me extasiava com a coragem que tinha no inocente rompante.
O casarão de inúmeras portas e janelas demonstrava ruir por fora,
Já que por dentro, o reboco se desprendia em grossos pedaços de barro.
Às vezes, curioso, outras vezes, denotando uma indiferença perniciosa,
Arriscava um olhar súbito pelas frestas da madeira do peitoril fraco.
E, como o previsto nada via que denotasse um esgar apenas de vida,
Um miado de gato, ou um esvoaçar de um morcego triste e solitário.
Nada, mas nada mesmo, emergia de dentro do casarão, cuja sina
Seria, a demolição, o final de uma vida nas contas de um rosário.
Sentado na calçada com um punhado de mamonas na mão e o olhar embaçado
Agora, velho, alquebrado e destituído de muitas lembranças da infância,
Me vejo, só, frente ao que foi um dia um casarão velho e arruinado,
Onde, agora, sobressai um prédio de janelas de vidro que reluz em faianças.
Oh, saudades dos momentos em que "agredia" as carcomidas e frágeis réguas
E, sorria, quando um cão amedrontado rosnava e fugia com medo das pelotas.
Eu, era feliz, e por "Coisas da Vida" me distanciei dessa imagem insólita,
Onde, atirando mamonas, espantava o medo, do que se abrigava, atrás da janela.
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
DORVALINA E O POEMA PROMETIDO!
Quem é Dorvalina? Rainha, Andarilha ou Messalina?
Se não sei defini-la, pelo menos sei dizer que é fatal;
Fatal na servidão que trás às incautas almas ávidas
De seus carinhos, de suas carícias e de sua libido animal.
Dorvalina é o que tem que ser nos momentos em que domina:
Mulher subjugadora e sem piedade dos tolos e febris amantes;
Serpente sensual que em seus volteios aprisiona e delira
Ao ver o seu eterno "escolhido" gemer em abraço escaldante.
Quando algum idiota pensa em tê-la para si eterna e fiel
Ela, em gargalhadas que ninguém ouve, ri, cínica e mordaz,
E, como gata no cio, oferece uma nesga de doçura, embora verta mel
Do sexo sempre túrgido, porém, à espera do seu amante contumaz.
Homens tido como gladiadores nas lides do sexo já se viram derrotados,
Como soldadinhos de chumbo jogados num canto qualquer da alcova.
Dovalina não faz distinção de galanteios, de palavrões amargos:
Para ela, tudo é insignificante, desde que seja leoa dentro da cova.
Quando conheci Dorvalina, me vi frente a uma mulher de extrema candura
Que, com seu sorriso franco e meio maroto me enredou em suas teias;
Em pouco tempo me apaixonei e pensei ser do "Oásis" o sultão de futura
Aventura em plagas nunca dantes visitada: Ter a posse ansiada nas dunas de areia.
Mas, quem é Dorvalina? Se é Messalina, com certeza nunca a terei toda para mim;
Se é Rainha, nunca me elegerá o seu Rei tanto no castelo quanto na cama;
Se é Andarilha, me despistará emquanto estiver desacordado por uma noite de festim...
Dorvalina, não é nada disso... Dorvalina é mulher de se dedicar toda a quem ama.
Finalmente, afirmo com convicção e com uma pontada de dor no coração desse poeta:
Dorvalina diz me amar, mas,como uma borboleta dardeja em outros jardins.
O que me resta a fazer a não ser me quedar e ficar sempre à espera doída e incerta
Se, realmente, ela, se compadecerá de mim e me fará um amante eterno... Sem fim.
DORVALINA
Dorvalina resolveu ser condescendente. Asssim, que a noite se aposssou do que restou da tarde, ela se "empetecou" toda e se dirigiu para o bar do Amâncio, que fica numa esquina próxima da praça da Matriz. Lá chegando, tratou de se acomodar numa cadeira rente ao balcão onde estavam dispersos copos das mais variadas bebidas(restos). Ao seu lado de vez em quando sentava uma ou outra mulher sequiosa de receber e dar carinhos, mas, o tempo passou e ninguém se atreveu a lançar um olhar que seja para uma delas, pois, Dorvalina estava lá.Sentada de pernas cruzadas e à mostra até onde chegava a cinta liga, ela bebericava um "rabo de galo", embora a sua bebida preferida fosse Campari com limão e algumas pedras de gelo, mas, issso só lá pelas tantas da madrugada. Eu,quando cheguei,logo em seguida me posicionei atrás da mesa de bilhar, num banquinho meio capenga de uma das pernas. Em alguns minutos o bar se encheu de todo tipo de ser noctívago; desde poeta, como eu e gigolôs, andarilhos, maridos mal- amados e jovens em busca de uma noite de loucuras nos braços de... Dorvalina. De uma vitrola saía a voz melodiosa de Nelson Gonçalves cantando a música "Deusa do Asfalto", enquanto algumas mulheres da "vida" se imiscuiam dentre os mais sãos, onde a bebida ainda não os tinha feito de palhaços (no dizer de Dorvalina). Para aquele que conseguisse uma bela "prenda", bastava combinar o preço com o dono do bar, subir os degraus de uma escada meio podre e suja e ir se alojar num minúsculo quartinho onde em pouco tempo alcançaria o paraíso ou o inferno, dependendo de seu estado etílico. Nessa noite eu fui agraciado pela sorte, pois, antes do galo cantar 3 vezes ela, a sensual e encantadora Dorvalina chegou para mim e me sussurrou no ouvido palavras que nunca pensei em ouvir de sua boca carnosa, idêntica a uma ventosa do tentáculo de um polvo:
" Poeta, hoje a noite lhe pertence... suba e me espere no quarto onde tem uma sacada...deixe a janela aberta para entrar os raios da lua... leve o meu drinque preferido..."
Trêmulo,solicitei ao barman o drinque e subi as escadas guiado pelo tilintar dos cubos de gelo nas paredes do copo. Do cimo da escada, ainda pude ver vários casais dançando... agora, Cauby Peixoto cantava SMILLE ( Sorria). Assim que entrei no quarto, desfiz a cama e me despi e fiquei num estado letárgico esperando a morena mais desejada do Bairro, quiça da cidade. A lua estava imponente en sua extraordinária alvura. Em, um lugar qualquer do telhado uma gata miava demonstrando estar pronta para o sexo, assim, como eu, também o estava.
A madrugada estava silente. Quando Dorvalina entrou na pequena alcova, o mundo se transformou para mim. Em instantes me vi ser sugado, lanhado,mordido e possuído por uma fera voraz. O suor me empapou como se eu estivesse mergulhado em uma cachoeira.No leito, rodopiei, esquivei, gemi, gritei e desmaiei.
O sol ao adentrar pela janela me acordou, ferindo-me os olhos. Aos poucos me dei conta da situação e procurei por Dorvalina. Ah, procura inútil, apenas encontrei sobre o criado mudo um copo cheirando a Campari e as minnhas roupas jogadas pelo chão e, então vi, com os olhos esbugalhados feridas sangrentas espalhadas pelo meu peito como se tivesse sido causadas por garras aduncas.
Mais uma vez me perguntei: Quem é realmente Dorvalina? Uma mulher fera ou uma gata eternamente no cio.
Antes de me retirar do bar, a faxineira me entregou um bilhete amassado e sujo. Ao lê-lo, estremeci de prazer , pois tinha somente uma frase: "Poeta, faça para mim um poema que retrate a minha vida. Dorvalina"
Respondendo para ninguém, disse: "Sim, minha fera, amanhã, comporei o poema"
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
DORVALINA!
Dorvalina é morena de corpo sensual e de trejeitos insinuantes.
Quando ela quer(e sempre quer) inferniza os homens que a rodeiam.
Para uns ela oferece o que nunca deu para ninguém
Para outros ela nega tudo aquilo que ela dá para qualquer um.
Dorvalina é como um gato amoroso e terrívelmente astuto:
Ronrona nas pernas de quem lhe interessa e arranha os mais afoitos.
Quando eu conheci Dorvalina eu pensei em ter conhecido o paraíso.
Ah, ledo engano... conheci sim, o purgatório, em todo o seu terror.
No início ela se mostrou doce, afável e oferecida em seus mistérios,
Porém, com o passar do tempo ela se mostrou o que verdadeiramente é:
Uma mulher devoradora de almas e corações de idiotas apaixonados.
Eu, caí em sua teia ardilosa de aranha sedenta de devorar corações.
Quando acreditei ser o escolhido para me lambuzar em seu sexo de mel
Me vi atirado a esmo pelas calçadas suplicando um pouco de carinho.
Por um tempo eu odiei Dorvalina a ponto de pensar em matá-la, mas,
Um beijo e o oferecimento dos seios para que eu os sugasse sem fim
Me fez perdoá-la... Mais um erro que cometi: Dorvalina despreza os fracos.
Assim que me viu contente e feliz ela me traiu com outro idiota.
Sempre, idiotas, rastejaram na sombra de Dorvalina, e, ela, amava ser idolatrada.
O outono se foi e a primavera chegou e, com ela as flores e os pássaros.
Poeta que o sou, pensei comigo: Vou encher a vida dela de flores perfumadas.
Em uma tarde de não sei que dia, fiz um arranjo com flores silvestres, um belo "bouquet".
Temendo não agradá-la, me enchi de coragem e a presentei... ela me atirou no rosto.
Rindo despudoradamente, arrancou o vestido , o sutiã e a calcinha e me mostrou a floresta,
E, disse, mostrando os dentes alvos e a boca carnosa: " Queres me dar flores? Oh, tolo apaixonado,
Bem o sabes que nenhuma flor irradia melhor perfume do que os pelos sedosos que me protegem,
E, continuou, ajoelha-te e beija-me o sexo túrgido, molhado e sequioso de tua boca...
Instantâneamente me vi entrando no paraíso e senti unhas me riscarem as costas,
Quando abri os olhos vi Dorvalina se transmudar em um felino e de um salto se instalar no sofá.
Ou, não vi nada disso... Mas que sei eu o que vi, se ainda tinha nos olhos o emaranhado
Dos tufos sedosos e perfumados do invólucro que resguardava o que Dorvalina dá para uns
E, nunca o dá, para outros.
Dorvalina não me mandes embora... De ti quero tanto o paraíso, quanto o purgatório.
terça-feira, 8 de outubro de 2013
MULHER NÃO TEM CORAÇÃO...
Quem me assegurou que mulher não tem coração, ou quando o tem, são raras, é o meu grande amigo Laércio, a quem prezo muito e sempre me delicio com as suas "tiradas" filosóficas.
Bom, mas, o que o levou a chegar a essa conclusão, que diga-se de passagem vai de encontro a nós, poetas, que vivemos engrandecendo o dito órgão com poemas,e prosas? Um pouco "cabreiro" pela assertiva do nobre amigo, resolvi questioná-lo sem maiores preâmbulos e, assim fui direto ao assunto:
" Caro amigo, explique e seja objetivo do motivo dessa afirmação que vai de encontro aos poetas e apaixonados do sexo "frágil".
Com meias palavras, sem se fazer de "douto" entendedor do referido órgão no que diz respeito à literatura poética, explicou que, tendo de passar por uma cirurgia cardíaca no Instituto Dante Pazzaneli (coroada de sucesso), por necessidade de se locomover nos corredores apinhados de doentes, constatou de que dentre 10 cardíacos, 9 eram homens, tanto para troca de vávulas; marca-passo e cirurgia de peito aberto. Intrigado, antes de ir para a sala de cirurgia confidenciou para este "aprendiz" de escritor sua constatação. Por incrível que possa parecer, por "Coisas da Vida", também tive de passar por um cateterismo no mesmo Instituto e enquanto aguardava a minha aprovação pela UNIMED, pesquisei a % de homens e mulheres para se submeterem aos procedimentos cardiológicos e, pasmem, a proporção estava exata.
Conclusão: Realmente as mulheres não tem coração, e, quando os tem, servem somente para judiarem dos "tolos" apaixonados...
Hoje, ao escrever esta crônica, fiquei triste, pois, poeta que o sou,pensei em deixar de homenagear o coração das mulheres com versos líricos e extremamente apaixonados.
Querido amigo Laércio, se as mulheres não tem coração, eis o motivo delas terem um cérebro privilegiado e, com a maior facilidade manter o homem subjugado aos seus caprichos e dengos.
Pelo sim, pelo não, vamos cuidar dos nossos corações.
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
LITERATURA RUSSA
Hoje, terminei de ler o livro NOTAS DO SUBSOLO de Dostoiévski. É impossível não ler Romancistas e Contistas Russos. Regozijo-me em ter mais de uma dezena de livros de autores russos. De todos, ainda sou mais fã de Tolstói. Acabei de comprar a mais nova obra sobre o autor: TOLSTOI, A BIOGRAFIA, da Biblioteca Azul com 639 páginas e autora ROSAMUND BARTLET.
Estou me organizando para o ano que vem ir até o país do consagrado autor e visitar a sua mansão e local de peregrinação IÁSNAIA POLIANA, e, quem sabe ir até a Estação Ferroviária de ASTÁPOVO onde ele morreu.
Enquanto não realizo o meu sonho, vou vivendo sonhos e aventuras nos escritos desse magnânimo escritor.
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
UM "DIA DO IDOSO" DIFERENTE. (Verdade?, ou Sonhei)
Ontem, comemorou-se o Dia do Idoso. Para mim, foi interessante torná-lo diferente de outras comemorações.
Resolvi fazer tudo ao contrário e, assim, o procedi.
Ao me levantar deixei de tomar os comprimidos habituais para os mais variados incômodos que atingem os Idosos.
Assim é, que, deixei de lado os comprimidos para Diabetes; pressão, colesterol, triglicérides, artrite, ácido úrico, memória, intestino preso e, claro o Azulzinho...O mais perigoso, embora o que causa mais emoção no Idoso.
Desprovido de tal aparato químico, fiz uma deliciosa "caipirinha" e me deleitei ouvindo Cauby Peixoto. Ao almoço servi-me de um excelente churrasco, acompanhado de "ardentes" pimentas. À tarde, coloquei um filme "picante" de sacanagem e confesso que assisti algumas cenas ( maldito sono que se apossou de mim). Ao cair da Noite, fiz uma dose generosa de uísque acompanhado de belisquetes e ao som de Frank Sinatra me pús a rodopiar pela sala. Ao me deitar, ignorei o Frontal para dormir e o Rinosoro para as narinas entupidas e me esborrachei no leito macio e perfumado e...
E, acordei numa maca no Pronto Socorro ladeado por um enfermeiro que tentava a todo custo me picar o braço em busca de uma veia. Quando me dei conta, estava com soro e sendo medicado de urgência pela pressão alta ( 21x12), por prisão de ventre, por desvio de coluna, por gastrite, por labirintite e tantos outros "ites".
Assim, acredito que passei o Dia do Idoso, diferente de outros milhões de Idosos. Se, arrisquei a vida ou não, não importa. O que realmente importa é ter sido "diferente".
Antes da alta hospitalar, o médico residente me confidenciou: " Ainda bem que o senhor não tomou o azulzinho, senão, já era...KKKK e, foi embora."
Acredito que, depois dessa experiência, passarei o próximo Dia do Idoso de pijamas, chinelas e tendo ao lado a bolsa repleta de remédios.
Quem viver, verá!
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
70. O BANHO DA CABOCLA
O sol não tinha mais onde queimar o corpo mulato
Já, tostado, por muitos sóis das tardes de intensa labuta,
Da cabocla que irradiava sensualidade aos rudes caboclos
Que ansiavam como doidas feras em tê-la nas noites escuras.
Saia amarrada entre as pernas fortes e sensualmente torneadas
Desfilava com seu porte altivo despertando a sanha voraz
Dos pobres sonhadores que sonhavam com as “doces” ofertas,
Esperando cada qual ser o eleito para uma noite sem paz.
Ás vezes inocente, mas, sempre, incendiada de libido extremo
Ela, com o cair da tarde, ia ao rio se banhar num deleite prazeroso
Atraindo em seu rasto os caboclos hipnotizados pela vitalidade
Que esvaía do corpo da mulata impregnando o ar de sensualidade.
Num gesto lascivo e provocante a cabocla se despe das roupas
E, nua, mergulha nas águas frias e revoltas da cachoeira oculta
No meio da mata, refúgio sublime da bela mulata fagueira
Que, sob os olhares lascivos nada em braçadas sobranceiras.
Para uns é uma deusa se banhando nas águas frias e cristalinas;
Para outros é uma pecadora livrando-se dos pecados da carne.
Para ela, é apenas, um momento de desprendimento da alma
Ou, nada mais, do que, a entrega do corpo ao invisível amante.
E, o tempo passou, e a cabocla cansada de se espadanar na água
Saiu à margem, o corpo desprovido da saia jogada a esmo
Na grama verde e repleta de flores silvestres; flores perfumadas.,.
Apanhou uma e, cabocla, a pregou, no cabelo desgrenhado.
Com passos de corça no cio, saiu pelo caminho e rebolando
As belas nádegas dirigiu-se para o seu rancho, o seu rústico lar.
Atrás de si, doidos caboclos, a seguiam e suspiravam de desejos
Resignados pela presa que estava mais distante do que o Luar.
Num gesto de complacência a mulata lhes ofereceu um prêmio:
Antes de adentrar no recinto, voltou-se para eles num rodopio
Levantando a saia até a cintura e deixando à mostra os seios,
Ofereceu a visão de suas coxas molhadas das águas do rio.
Boquiabertos os rudes “caipiras” estancaram à beira da porteira
E, se jogaram no chão soltando uivos, de tesão, reprimidos.
A porta se fechou e ela se deitou nua à espera do seu querido.
No ar, ficou uma voz: “Amanhã... ela... banho... na cachoeira.”
O sol não tinha mais onde queimar o corpo mulato
Já, tostado, por muitos sóis das tardes de intensa labuta,
Da cabocla que irradiava sensualidade aos rudes caboclos
Que ansiavam como doidas feras em tê-la nas noites escuras.
Saia amarrada entre as pernas fortes e sensualmente torneadas
Desfilava com seu porte altivo despertando a sanha voraz
Dos pobres sonhadores que sonhavam com as “doces” ofertas,
Esperando cada qual ser o eleito para uma noite sem paz.
Ás vezes inocente, mas, sempre, incendiada de libido extremo
Ela, com o cair da tarde, ia ao rio se banhar num deleite prazeroso
Atraindo em seu rasto os caboclos hipnotizados pela vitalidade
Que esvaía do corpo da mulata impregnando o ar de sensualidade.
Num gesto lascivo e provocante a cabocla se despe das roupas
E, nua, mergulha nas águas frias e revoltas da cachoeira oculta
No meio da mata, refúgio sublime da bela mulata fagueira
Que, sob os olhares lascivos nada em braçadas sobranceiras.
Para uns é uma deusa se banhando nas águas frias e cristalinas;
Para outros é uma pecadora livrando-se dos pecados da carne.
Para ela, é apenas, um momento de desprendimento da alma
Ou, nada mais, do que, a entrega do corpo ao invisível amante.
E, o tempo passou, e a cabocla cansada de se espadanar na água
Saiu à margem, o corpo desprovido da saia jogada a esmo
Na grama verde e repleta de flores silvestres; flores perfumadas.,.
Apanhou uma e, cabocla, a pregou, no cabelo desgrenhado.
Com passos de corça no cio, saiu pelo caminho e rebolando
As belas nádegas dirigiu-se para o seu rancho, o seu rústico lar.
Atrás de si, doidos caboclos, a seguiam e suspiravam de desejos
Resignados pela presa que estava mais distante do que o Luar.
Num gesto de complacência a mulata lhes ofereceu um prêmio:
Antes de adentrar no recinto, voltou-se para eles num rodopio
Levantando a saia até a cintura e deixando à mostra os seios,
Ofereceu a visão de suas coxas molhadas das águas do rio.
Boquiabertos os rudes “caipiras” estancaram à beira da porteira
E, se jogaram no chão soltando uivos, de tesão, reprimidos.
A porta se fechou e ela se deitou nua à espera do seu querido.
No ar, ficou uma voz: “Amanhã... ela... banho... na cachoeira.”
terça-feira, 24 de setembro de 2013
70. A PECADORA
Como sempre o fazia, adentrou na nave de cabeça pendente
Tendo a mesma envolta num véu de renda negro e florida.
Da face de pele sedosa, mestiça e perfumada, pouco se via.
Via-se, sim, um colo arfante, dono de seios belos e frementes.
Resignada pelo desprezo das velhas senhoras chegou-se ao altar
E, se pôs de joelhos e num gesto gracioso descerrou o véu,
Para então elevar os olhos à Santa e murmurar uma prece ao céu,
Que não discrimina a alma pura, da que tem muito, a expiar.
Os minutos se tornaram uma eternidade e de seus olhos lágrimas
Verteram em um caudaloso rio... Chorou os pecados da carne
Embora, tivesse o corpo maculado, tinha o coração inocente.
Oh, pecadora!, que desafia a hipocrisia das pessoas ditas crédulas
Para se purificar dos pecados cometidos na profissão deMadalena.
Eu, a entendo, e sei que para Deus, já estás, dos pecados, remida.
domingo, 22 de setembro de 2013
68. A VIGARISTA (ARTISTA?, OU MULHER!)
Quando ela chegou, ela se apossou de tudo!
Como se tudo lhe pertencesse; não tivesse dono.
Chegou como uma tigresa à espreita da presa
E, se fez fera, embora aparentasse ser criança.
Dançou e sapateou por sobre o lençol de linho
Amoldou-se no leito e se enrodilhou como serpente
E, então, permitiu que dos belos olhos verdes
Raios refulgissem e iluminassem a tépida alcova.
Como uma inocente virgem fez de mim um rei
E, me presenteou, com suas jóias mais caras e sublimes:
Deu-me os seios e disse serem pérolas nacaradas;
Deu-me o colo arfante e disse ser mina de rubis;
Deu-me o ventre alvo e sensual e disse ser prata reluzente,
E, por fim, deu-me o sexo túrgido e disse ser veio de ouro.
Em troca, pediu-me que lhe desse apenas bijuterias:
Contas de vidro; anéis de latão e uma pulseira de balangandãs.
Em instantes fí-la compreender que meus presentes seriam outros,
Sim, outros, de maior valor, pois uma mulher inocente, tudo merecia.
E, lhe dei os tesouros guardados, como poeta sonhador.
Dei-lhe do firmamento a jóia maior e mais bela: a estrela Vésper;
Dei-lhe as vozes maviosas do vento, do mar e dos pássaros
E, por último, dei-lhe o meu coração e o seu intenso pulsar.
A noite, se tornou eterna... Amamo-nos como dois colegiais,
Ou como dois amantes fogosos destituídos da lucidez:
Eu, como um deus de Atenas; ela, como uma messalina Romana.
E, sonhei... Sonhei que levitava num torpor lascivo e febril
E, acordei, e me vi só, deitado no lençol alvo, tingido de sangue.
Estupefato, deparei com o meu peito aberto e vazio, do meu coração.
Ainda, nos últimos estertores de vida, tive forças para compreender
Que a mulher-criança, hábil vigarista, me vilipendiou o peito
Arrancando sem piedade a jóia mais preciosa para vendê-la a Quem desse mais:
Mercadores do deserto; Ciganos andarilhos e, ladrões da noite.
Ah, pela minha credulidade deixo a vida expirando em golfadas de sangue.
Sobre o meu peito a visão que se descortina ainda me mata mais:
A estrela Vésper se apagando, assim, como as vozes do mar, do vento e dos pássaros... Um gato brincava no tapete com a pulseira de balangandãs.
Nada ela quis...
Quis sim, o meu coração!
Quem é ela? Vigarista ou Artista?
Ou, apenas, MULHER.
Composta no Café Tortoni em Buenos Aires
19-09-13
Quando ela chegou, ela se apossou de tudo!
Como se tudo lhe pertencesse; não tivesse dono.
Chegou como uma tigresa à espreita da presa
E, se fez fera, embora aparentasse ser criança.
Dançou e sapateou por sobre o lençol de linho
Amoldou-se no leito e se enrodilhou como serpente
E, então, permitiu que dos belos olhos verdes
Raios refulgissem e iluminassem a tépida alcova.
Como uma inocente virgem fez de mim um rei
E, me presenteou, com suas jóias mais caras e sublimes:
Deu-me os seios e disse serem pérolas nacaradas;
Deu-me o colo arfante e disse ser mina de rubis;
Deu-me o ventre alvo e sensual e disse ser prata reluzente,
E, por fim, deu-me o sexo túrgido e disse ser veio de ouro.
Em troca, pediu-me que lhe desse apenas bijuterias:
Contas de vidro; anéis de latão e uma pulseira de balangandãs.
Em instantes fí-la compreender que meus presentes seriam outros,
Sim, outros, de maior valor, pois uma mulher inocente, tudo merecia.
E, lhe dei os tesouros guardados, como poeta sonhador.
Dei-lhe do firmamento a jóia maior e mais bela: a estrela Vésper;
Dei-lhe as vozes maviosas do vento, do mar e dos pássaros
E, por último, dei-lhe o meu coração e o seu intenso pulsar.
A noite, se tornou eterna... Amamo-nos como dois colegiais,
Ou como dois amantes fogosos destituídos da lucidez:
Eu, como um deus de Atenas; ela, como uma messalina Romana.
E, sonhei... Sonhei que levitava num torpor lascivo e febril
E, acordei, e me vi só, deitado no lençol alvo, tingido de sangue.
Estupefato, deparei com o meu peito aberto e vazio, do meu coração.
Ainda, nos últimos estertores de vida, tive forças para compreender
Que a mulher-criança, hábil vigarista, me vilipendiou o peito
Arrancando sem piedade a jóia mais preciosa para vendê-la a Quem desse mais:
Mercadores do deserto; Ciganos andarilhos e, ladrões da noite.
Ah, pela minha credulidade deixo a vida expirando em golfadas de sangue.
Sobre o meu peito a visão que se descortina ainda me mata mais:
A estrela Vésper se apagando, assim, como as vozes do mar, do vento e dos pássaros... Um gato brincava no tapete com a pulseira de balangandãs.
Nada ela quis...
Quis sim, o meu coração!
Quem é ela? Vigarista ou Artista?
Ou, apenas, MULHER.
Composta no Café Tortoni em Buenos Aires
19-09-13
A CORUJA !
Uma coruja piou no mourão da cerca
Que cercava a minha vida; a minha solidão.
Como uma bola de pano ela se encolheu toda
E, de vez em quando, me olhava, antes da escuridão.
Piava baixinho e às vezes piava alto
Denunciando que a noite breve nasceria.
Ao ouvir os seus pios eu também piei baixinho
Da dor que sentia, pela tarde, que esmaecia.
Oh, coruja, que pia por piar e por alegria
Não entedes a dor que me faz piar gemente
E, segues, impassível, no mourão, piando fremente.
Eu,insisto em piar, e pio chorando a dor da saudade
De um amor que veio e foi, deixando-me, só, na eternidade.
Ouça-me, coruja: quando piares saiba, que de piar, fiquei demente.
Uma noite fria em Buenos Aires
No Café Tortoni. 19-09-13
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
UM OLHAR TRAVESSO!
Quando ela me olhou, olhou, com um olhar travesso,
Que, no momento me fez corar de extremo pudor.
Assim que me refiz do susto que me pôs pelo avesso,
Ousei encará-la, e assim o fiz, com o rosto, ardendo de rubor.
Atrevida, continuou a se portar como uma jovem desmiolada
Rindo em gostosas gargalhadas do meu titubear idiota.
Para não me irritar e lhe falar palavras duras e desalmadas,
Abaixei a cabeça num gesto submisso e a tudo aceitando, sem revolta.
Pensando que eu, talvez, não me portasse como um verdadeiro homem
Ela, jogando as tranças, por sobre os ombros me fez um leve toque
Convidando-me a ser mais ousado... das suas carícias, fazer um sequestro.
Oh!, quisera eu ser um lascivo amante para realizar seus desejos
E, não ficar petrificado, impassível, aos seus sensuais trejeitos.
Mas, ídiota que o sou, fiquei, pasmado, fitando, o seu olhar travessso.
terça-feira, 10 de setembro de 2013
O BAILE DAS NINFAS!
Enfim, chegou a noite do tão esperado baile... O baile das Ninfas.
Antes mesmo de o sol se esconder por detrás das montanhas e, a Lua,
No início tímida, e depois, majestosa, se fazer anunciar pelos
Raios prateados, os pássaros, as borboletas e toda a sorte de
Insetos prepararam o local onde as Ninfas e os Faunos iriam
desfilar em suas magias de habitantes exóticos da mata.
O silêncio, no início, agredia os convivas fazendo-os por
Instantes se tornarem em estátuas, temerosos de quebrar o encanto
Do salão de baile... E, aos poucos, o ar se impregnou dos cantos
Dos pássaros e demais viventes noturnos, todos convidados para
Animar o baile... Asssim, chegaram as corujas, os morcegos,
as mariposas, todos em trânse... todos em estado de excitação
Desmedida. Até mesmo os animais mais esquivos se atreveram a comparecer,
Mesmo que, muitos deles, não tenham sido convidados.
Margeando o local sagrado um lago se fez nascer e nele desfilaram
Exóticas e magníficas Ninféias... As flores, tímidas, se ofereceram
Para adornar os cabelos das belas e sedutoras Ninfas que riam como
Crianças em festa de aniversário.
E, o baile teve início quando a orquestra formada pelos animais
iniciou seus acordes maviosos... Em instantes os Faunos e as Ninfas
Rodopiaram pelo salão forrado de flores e folhas e rodopiaram pela
Noite até a madrugada nascer.
No céu as estrelas faiscavam, talvez, com inveja das belas Ninfas.
Na mata, os grilos cricavam, talvez, com inveja dos Faunos.
Findo o baile, num átimo, desparareceram os casais românticos e,
Só ficou, como testemunha do magnífico evento algumas Ninféias
Esparsas na relva pisada... Tapete roto... Leito dos Faunos e Ninfas.
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
MEU ANIVERSÁRIO!
Amanhã, dia 07 de setembro completarei 68 anos de idade. Durante esse punhado de anos só tenho a agradecer à Deus pela vida que tive E, TENHO. Profissionalmente, me realizei no Magistério, ocupando todos os cargos da carreira por intermédio de Concursos. Fora de Concurso, ocupei a função de Delegado de Ensino, hoje, Diretor Regional de Ensino por duas ocasiões; uma no Litoral Norte por 4 anos e, outra, em Taubaté por 2 ANOS. Nessas jornadas fiz excelentes amigos e companheiros de trabalho. Na vida particular permaneci 33 anos casado e desse casamento tive 3 filhos maravilhosos que, hoje, são meus fiéis companheiros e, oito netos. Casei pela segunda vez com e levo uma vida sem atribulações e repleta de paz e, amor.Com referência à saúde tive alguns percalços, mas, superei a todos. Operei de diverticulite o Intestino Grosso; Operei o Rím direito por 3 vezes e agora recentemente passei por angioplastia,que deu tudo certo (alarme falso, não precisei colocar Stent). Conmo escritor tenho 11 obras publicadas e mais 5 para publicar. O livro de Ecologia foi vendido para várias Prefeituras e escolas totalizando 25 mil livros...Recorde para um escritor do interior. Também, com muita honra e alegria, fundei a Academia Taubateana de Letras da qual sou titular da cadeira 1, cujo Patrono é o escritor Monteiro Lobato. Enfim, só tenho a me alegrar com a vida que Deus me presenteou. Para terminar, acrescento: FIZ O QUE TINHA QUE FAZER, COM DIGNIDADE, HONRA, AMOR E PROFISSIONALISMO
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
DEPUTADO PRESO!
Não deixa de ser uma tremenda vergonha Nacional. O Congresso Nacional em mais uma de suas trapalhadas e, com a maior "cara de pau" salvou o deputado Natan Donadon de perder o mandato, já que o vigarista tinha sido penalizado pelo STF com a pena de 13 anos de reclusão. Por incrível que possa parecer, deram a ele a condição de se tornar o primeiro deputado preso com o mandato embaixo do sovaco. À bem da verdade, lugar de politicos corruptos é na cadeia e, o nosso meliante está no lugar certo. O que nos deixa surpresos é ele continuar de posse do título. A pergunta que fica é: Ele vai legislar de dentro do presídio? Toda vez que tiver uma votação no Congresso ele será conduzido de algemas e no camburão? Qual vai ser a credibilidade do seu voto? Os pares vão "honrá-lo" com abraços e beijos e cordiais apertos de mãos (com algemas?); Os presos terão um representante no Congresso à altura de seus predicativos?... É de estarrecer qualquer cidadão de bem.
O que me deixou feliz é a notícia de que o STF suspendeu a sessão vergonhosa em que o corrupto deputado foi beneficiado.
Que este exemplo de "burrice" não se alastre no Congresso, pois, outros deputados corruptos certamente irão dormir vendo o sol nascer quadrado.
BRASIL, até quando vão tratá-lo como um país das bananas, se és, um gigante varonil?
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
O CORAÇÃO DO POETA ESTÁ TININDO!
Graças ao Supremo Criador desse Universo o meu coração está "tinindo". Não foi preciso colocar Stent na Coronária Direita. Apenas, apresenta uma curva de formação genética, porém, com a luz em perfeita ordem. Fiquei 3 dias internado no Instituto Dante Pazanese em São Paulo. Fui ótimamente tratado. O procedimento de introdução do cateter foi um sucesso. A Unimed Federação me proporcionou o que há de melhor. Fiquei num Apto. com ar condicionado, frigobar e televisão com tela plana e só eu, e nenhum outro paciente. A Edna me acompanhou nesses 3 dias e ficou ao meu lado no apto. Recebi muitos telefonemas dos meus amigos, o que me deixou muito feliz. Estou de volta às atividades que tinha suspendido. Agora é ir à luta, pois, Deus me mostrou o quanto é importante estar bem.
terça-feira, 20 de agosto de 2013
TAUBATÉ E OS POLÍTICOS CORRUPTOS!
Mais uma vez tomamos conhecimento através da mídia de atos impróprios protagonizados pelos nossos políticos. Não se passou um ano dos descalabros cometidos pelo Prefeito Roberto Peixoto e, para nosso espanto, já estamos vivendo outro escândalo. Agora é com o novato em política Ortiz Júnior, prefeito de nossa querida e "enlameada" cidade. Hoje, o Jornal Nacional comentou em rede Nacional a cassação desse Prefeito, que se elegeu com a proposta de reerguer o nome de nossa querida Taubaté. Durante a sua campanha eleitoral estourou o "escândalo" protagonizado pelo seu pai Bernardo Ortiz junto à FDE em São Paulo,do qual era presidente. Noticiou-se de que ele se aproveitou de sua posição dentro da Fundação e desviou $$$ para a campanha eleitoral de seu filho. É evidente de que os envolvidos vão usar de todas as artimanhas possíveis para anularem o ato da Juíza Eleitoral que assinou a sentença. Qualquer que seja o resultado final quem perde é o povo taubateano, que, já cansado de tantos políticos corruptos pelo Brasil afora, vive em seu âmbito familiar mais uma decepção. Até quando a corrupção e seus agentes corruptores permanecerão iludindo o povo? Precisamos urgente de um "Joaquim Barbosa" em nossa cidade para dar exemplo de Moral, Respeito, Dignidade e, acima de tudo, HONESTIDADE.
Como escritor, afirmo, sem medo de errar: "Monteiro Lobato deve estar se revirando em seu túmulo pelos descalabros cometidos pelos ditos honestos políticos".
domingo, 18 de agosto de 2013
O URUBU
O urubu voava em círculos
Por sobre o Círculo Militar.
Do meu apartamento onde o via
Parecia um ponto escuro fazendo
Malabarismos no céu cor de anil.
Para ele as nuvens eram flocos
Macios que os recebia com carinho.
Ao sabor das correntes ascendentes
Ele, com graça, ascendia ao inimaginável
E, deslizava graciosamente sobre o vazio
Repleto de raios tremeluzentes do sol.
Despreendido das agruras que nos rodeiam
Ele, descia e subia e fazia a minha alma
Descer e subir em busca de não sei o quê.
Voava com maestria por sobre os militares
E, a nada temia, pois, não era beligerante,
Ao contrário, era um amante ferrenho da paz.
Antes, ele voasse por sobre um circo
E, então, certamente, receberia os aplausos
Das crianças, dos anciões e do pipoqueiro,
Mas, não, persistiu em voar sobre o palco de guerra.
E, aconteceu... aconteceu um estampido reluzente
E, imediatamente o urubu se viu dando cambalhotas
E mais cambalhotas pelos ares, agora, sentindo frio
E, as penas visguentas, por um líquido vermelho,
Tingindo suas penas, antes, da cor do azeviche.
Antes, ave graciosa, agora, um bólido desgovernado
A cair sobre o Círculo Militar.
Da janela do meu apartamento, amaldiçoei... E, chorei.
Por sobre o Círculo Militar.
Do meu apartamento onde o via
Parecia um ponto escuro fazendo
Malabarismos no céu cor de anil.
Para ele as nuvens eram flocos
Macios que os recebia com carinho.
Ao sabor das correntes ascendentes
Ele, com graça, ascendia ao inimaginável
E, deslizava graciosamente sobre o vazio
Repleto de raios tremeluzentes do sol.
Despreendido das agruras que nos rodeiam
Ele, descia e subia e fazia a minha alma
Descer e subir em busca de não sei o quê.
Voava com maestria por sobre os militares
E, a nada temia, pois, não era beligerante,
Ao contrário, era um amante ferrenho da paz.
Antes, ele voasse por sobre um circo
E, então, certamente, receberia os aplausos
Das crianças, dos anciões e do pipoqueiro,
Mas, não, persistiu em voar sobre o palco de guerra.
E, aconteceu... aconteceu um estampido reluzente
E, imediatamente o urubu se viu dando cambalhotas
E mais cambalhotas pelos ares, agora, sentindo frio
E, as penas visguentas, por um líquido vermelho,
Tingindo suas penas, antes, da cor do azeviche.
Antes, ave graciosa, agora, um bólido desgovernado
A cair sobre o Círculo Militar.
Da janela do meu apartamento, amaldiçoei... E, chorei.
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
O CORAÇÃO DO POETA ESTÁ PEDINDO UM "RECALL".
E,não é que o meu coração está pedindo um "recall".Por COISAS DA VIDA, consultei um cardiologista e eis, que, foi diagnosticado em meu "sofrido" coração de poeta uma coronária com um defeito congênito ( uma curva). É notório que em curva de rio e em outras curvas nada de bom para. Para minha sorte, o cateterismo revelou que na "curva" estava um punhado de estrelas; flores e pássaros multicoloridos fazendo morada. Até aí, nada de novo, pois, anormal seria encontrar $$$ e objetos materiais endeusados pelos simples mortais. Para que o poeta possa viver mais (embora seja imortal da Academia Taubateana de letras)torna-se necesssário uma pequena intervenção cirúrgica para desobstruir tal artéria. Por Coisas da Vida, tive a felicidade de conseguir o "Recall" da coronária no famoso Instituto Dante Pazanesi em São Paulo e, que, será realizada dia 27 do corrente, uma Terça-feira. Como eu sei que tudo correrá às mil maravilhas deverei estar retornando a essa cidade de Monteiro Lobato já na Quarta-feira e, de coração novo. O que está me oprimindo é saber do destino dos poéticos "objetos" que estão obstruindo a minha coronária. De modo algum aceitarei passivamente que os renomados cardiologistas os joguem no cesto de lixo. Quero-os na minha mão para então espalhá-los pelas ruas da conturbada Capital e, quem sabe, com esse gesto, humanizar algumas pessoas.
Aos meus amigos e fiéis bloguistas eu prometo que, na Quarta-feira dia 28 eu estarei informando do acontecido.
APAGÃO CELESTE
Essa notícia muito me entristeceu. Ouvi hoje numa rede televisa. A apresentadora do jornal noticiou que logo teremos um "apagão celeste". Mas, o que vem a ser isso?
A explicação é clara; quanto mais lâmpadas são acesas nas cidades, mais a escuridão vai tomar conta do universo.
Portanto, para nós, poetas, torna-se imprescindível promovermos um movimento poético de "quebrar" as lâmpadas dos postes e, voltarmos urgentemente àquele tempo em que no lugar de lâmpadas possantes, lâmpiões de gás iluminavam as vias e vielas das cidades , o que, diga-se de passagem tornava o ambiente mais romântico e propício para os encontros amorosos.
Felizes são aqueles que tiveram seus momentos de magia sob um poste à luz mortiça de um bico de gás aceso, podendo, amar com a luz mágica que chegava das estrelas. Durante um beijo longo e apaixonado as mãos sempre tinham o que fazer e, ninguém espionava, pois a penumbra contribuía para o sucesso do encontro amoroso.
Abaixo as lâmpadas modernas... Retorno imediato às lamparinas e lampiões de gás... Queremos mais e mais estrelas sob nossas cabeças.
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
63. O GATO DE PORCELANA
I
O gato de porcelana tinha duas vidas e, não, sete.
Na primeira vida ele se mantinha frio e inerte;
Era um gato que ficava sobre o criado e, nada além.
Ausente de vida, ele a tudo olhava, com exacerbado, desdém.
II
Na segunda vida ele se encorpava todo e arrepiava os pelos
Quando eu, incauto amante, entrava na alcova, feliz e trêmulo.
Às vezes eu o sentia feroz e então temia suas garras aduncas
E, me precavia, evitando o seu olhar, que me fitava a nuca.
III
O gato de porcelana era o “querubim” dela e lhe devotava amor
A tal ponto de suplicar que não fizéssemos sexo com tal furor,
Para que ele não ronronasse e se jogasse num trágico suicídio
Destruindo consigo o coração de mulher sem nenhum tirocínio.
IV
E, aconteceu, numa noite em que eu, ébrio de amor e absinto,
Adentrei no quarto, tendo a razão e o medo, do corpo, extintos.
Num repente atirei-me sobre a mulher desdenhando o guardião
Que se enfureceu, dilatando as pupilas, na sensual escuridão.
V
Num átimo ele se metamorfoseou: a porcelana ganhou vida,
De fria que era, agora, recendia um calor excessivo de carne viva,
Onde os pelos eriçados e as garras pontiagudas se projetavam
Como se lanças fossem, prontas, para me lanharem a garganta.
VI
Bêbado, de amor e de absinto, ainda tive a lucidez para reagir
À investida do cruel felino (nunca fui homem, do perigo fugir),
E, com um pontapé o arremessei de encontro às paredes nuas
Da jaula em que nos encontrávamos e, imersos na penumbra.
VII
Com um ronronar rouco e amedrontador o gato de porcelana
Expirou suas duas vidas em cacos espalhados pela alcova.
Liberto, do perigo de morte, retornei aos atos libidinosos
Com a querida amante que tremia num choro copioso.
VIII
Entre beijos e afagos fí-la crer que o gato teve o fim merecido
Nessa noite de amores e promessas onde se cumpriu o destino
De anular o sortilégio que se apropriou do inerme “bibelô”
Tornando-o uma ameaça para os amantes ébrios e incautos.
IX
Cansado pela ardente faina de mil desejos, adormeci, risonho.
Feliz, pela aventura vivida me vi, num redemoinho, num sonho,
Onde um gato sem cara e sem membros me olhava assustador
Ameaçando estraçalhar o seu algoz num ataque de furor.
X
Abestalhado pelo medo da morte acordei e vi, boquiaberto
Que estava no meu quarto e, que, além de mim, estava deserto.
Ninguém, nem mesmo o gato de porcelana com suas vidas
Estava sobre o criado e, triste, compreendi, a minha sina:
Sonhar, sonhar e sonhar e, nunca; amar, amar e amar!
I
O gato de porcelana tinha duas vidas e, não, sete.
Na primeira vida ele se mantinha frio e inerte;
Era um gato que ficava sobre o criado e, nada além.
Ausente de vida, ele a tudo olhava, com exacerbado, desdém.
II
Na segunda vida ele se encorpava todo e arrepiava os pelos
Quando eu, incauto amante, entrava na alcova, feliz e trêmulo.
Às vezes eu o sentia feroz e então temia suas garras aduncas
E, me precavia, evitando o seu olhar, que me fitava a nuca.
III
O gato de porcelana era o “querubim” dela e lhe devotava amor
A tal ponto de suplicar que não fizéssemos sexo com tal furor,
Para que ele não ronronasse e se jogasse num trágico suicídio
Destruindo consigo o coração de mulher sem nenhum tirocínio.
IV
E, aconteceu, numa noite em que eu, ébrio de amor e absinto,
Adentrei no quarto, tendo a razão e o medo, do corpo, extintos.
Num repente atirei-me sobre a mulher desdenhando o guardião
Que se enfureceu, dilatando as pupilas, na sensual escuridão.
V
Num átimo ele se metamorfoseou: a porcelana ganhou vida,
De fria que era, agora, recendia um calor excessivo de carne viva,
Onde os pelos eriçados e as garras pontiagudas se projetavam
Como se lanças fossem, prontas, para me lanharem a garganta.
VI
Bêbado, de amor e de absinto, ainda tive a lucidez para reagir
À investida do cruel felino (nunca fui homem, do perigo fugir),
E, com um pontapé o arremessei de encontro às paredes nuas
Da jaula em que nos encontrávamos e, imersos na penumbra.
VII
Com um ronronar rouco e amedrontador o gato de porcelana
Expirou suas duas vidas em cacos espalhados pela alcova.
Liberto, do perigo de morte, retornei aos atos libidinosos
Com a querida amante que tremia num choro copioso.
VIII
Entre beijos e afagos fí-la crer que o gato teve o fim merecido
Nessa noite de amores e promessas onde se cumpriu o destino
De anular o sortilégio que se apropriou do inerme “bibelô”
Tornando-o uma ameaça para os amantes ébrios e incautos.
IX
Cansado pela ardente faina de mil desejos, adormeci, risonho.
Feliz, pela aventura vivida me vi, num redemoinho, num sonho,
Onde um gato sem cara e sem membros me olhava assustador
Ameaçando estraçalhar o seu algoz num ataque de furor.
X
Abestalhado pelo medo da morte acordei e vi, boquiaberto
Que estava no meu quarto e, que, além de mim, estava deserto.
Ninguém, nem mesmo o gato de porcelana com suas vidas
Estava sobre o criado e, triste, compreendi, a minha sina:
Sonhar, sonhar e sonhar e, nunca; amar, amar e amar!
O SOFRIMENTO DE SÍSIFO
Como conta a lenda Sísifo por ter desagrado aos deuses foi penalisado por eles a empurrar uma pedra até o alto da montanha e, quando, extenuado, cumpria o seu objetivo, a pedra rolava morro abaixo e ele era obrigado a empurrá-la novamente. Dizemos que alguém possui o "destino" de Sísifo quando tenta comquistar algo e não consegue. Tenta e tenta, mas, tudo em vão. Sempre retorna um passo quando deu dois para a frente. O interessante é que essas pessoas não se dão conta de que nunca vão conseguir o seu intento e, por isso, sofrem, ou, não sofrem. Diz um ditado que a pessoa sabe onde o seu calo aperta e, suporta, resignado, as dores. Também, podemos em analogia, falar que são pessoas que vão à luta, mesmo sabendo que a vitória não lhes sorrirá. Por exemplo: Um destacamento de 20 soldados mal armados enfrentando um batalhão de oficiais excelentemente treinados... Certamente a desgraça cairá sobre eles.E, no amor, também é assim. Quantas ilusões já não foram destruídas quando um fã mais ardoroso coloca na cabeça que vai conquistar e desfrutar dos carinhos de seu ídolo.Passa-se o tempo, os cabelos vao ficando grisalhos e o amor da mulher ou do homem queridos ficam na "saudade".
Deus me livre de um dia ser apossado pelo "sofrimento de Sísifo". É um presente de Deus ter os pés no chão e não ficar desejando o impossível. Até hoje, ainda não me foi dado de presente uma "pedra" para rolar montanha acima.
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
NOTÍCIAS ESCABROSAS
Vai dia, vem dia, e temos notícias que eu classifico como escabrosas publicadas nas redes sociais. Hoje, eu tive o prazer, ou, o desprazer de ler três delas:
1a. Uma senhora casada em Blumenau forjou o próprio sequestro para enganar o marido, isss porque, perdeu a hora no motel e, teve a ajuda do amante para preparar o ardiloso plano. Acontece que na Delegacia de Polícia ela não conseguiu enganar a Delegada e foi denunciada por falso sequestro. Não se tem notícia da atitude do marido quando foi buscar a esposa na Delegacia e foi informado do "delito" de sua mulher;
2a. Na República Dominicana um senhor tendo tomado "todas" adormeceu e quando acordou deu por falta do seu "bilau". No Hospital ficou a dúvida se alguma mulher ciumenta aproveitou do momento e o cortou, ou, se algum cachorro morto de fome confundiu o dito cujo com um pedaço de linguiça. Dizem as boas e más línguas que ele nunca mais bebeu.
3a. Também tem a notícia de um homem que dormiu com o seu cachorro de estimação no colo e quando acordou verificou que ele tinha comido os seus testículos. E, dizem, que o cão é o melhor amigo do homem.
sábado, 27 de julho de 2013
AINDA SOBRE CELULAR!
Uma pesquisa nos Estados Unidos da América do Norte mostrou que 60% das mulheres se desviam do ato sexual para verificar o celular e que, 40% dos homens fazem o mesmo.
É o final dos tempos!
Já pensou, você, meu caro amigo(a) no auge da relação, visualizando estrelas, astros e pássaros no clímax do orgasmo e a sua amada(o) se desvencilhar dos seus braços para verificar se não chegou um "torpedo", ou, então para atender uma ligação qualquer? É deveras brochante; de deixar qualquer um desiludido das promessas magníficas do amor.
Até quando essa situação vai perdurar?
Uma vez, estava eu numa praia quando visualizei uma criança dos seus 6 meses de idade manuseando um celular enquanto sua mãe tomava uma "caipirinha". É de arrepiar os cabelos.
E, o pior: tudo indica que essa "doença" vai grassar, pois, a todo dia são fabricados milhares desse "brinquedinho" do capeta.
Eu já tomei as minhas precauções: quando vou fazer amor, a primeira coisa mais importante que faço, antes mesmo da libido aflorar é esconder os celulares, tablets, I-pods e congêneres. O que se deve ficar à mostra sobre o criado mudo, são os cds do Cauby e os azuizinhos...aí, sim!
quinta-feira, 25 de julho de 2013
NOMOFOBIA !
Você sabe o que é NOMOFOBIA?
Se não sabe não precisa se preocupar, pois, eu também não sabia até ver o UOL está noite.
Nomofobia é a síndrome que as pessoas sentem quando ficam sem celular.
Hoje, creio ser impossível um brasileiro (até mesmo nas regiões mais pobres e remotas) ficar sem o celular. As pessoas esquecem de tudo ou quase tudo, mas, nunca do celular. É comum e normal encontrar os jovens, principalmente, com o aparelho grudado nas mãos e a todo momento olhar para ver se não tem uma ligação ou mensagem. Isso, sem falar dos jogos que os fazem de olhos grudados no visor. Acabou, aquele instante em que dentro de um ônibus numa viagem ou, na fila do banco ou do cinema, travávamos conversas com os pares... Impossível! Os olhos e a atenção estão voltados para o objeto de desejo dessa geração.
E, quando, a pessoa que mais convive com você o troca pelas "fofocas" do facebook, ou dos tablets?
Saudades do tempo em que eu para conversar com os meus amiguinhos de classe (lá pelos idos de 50) usava duas latinhas de maça de tomate com uma linha de costura presa em cada fundo. Até namorar uma menina com esse milagroso meio de comunicação eu o fiz...
De uma coisa eu posso afirmar com certeza: NÃO SOU NOMÓFOBO!
terça-feira, 23 de julho de 2013
UM TRÁGICO FIM!
Infelizmente a jovem Bruna Gobbi de dezoito anos não resistiu aos ferimentos causados pela mordida do Tubarão e faleceu. É uma dolorosa estatística para os mares do Brasil. Hoje, após ser noticiado o seu falecimento autoridades se posicionaram tentando justificar o injustificável: Médicos afirmam que o atendimento não foi o correto; Ambientalistas defendem que tinham placas avisando do perigo; Os pais pensam em processar o Estado... E, a jovem está morta.
E, o Tubarão para onde anda? ou, melhor, para onde está nadando?
Se formos analisar friamente ele é o menos culpado nesse drama. Apenas seguiu o seu instinto predador. Para ele a moça representava um peixe, uma presa a ser devorada. O mais certo seria existir mais salva- vidas percorrendo as praias e agindo com rigor contra os mais afoitos e incautos. Sempre que uma tragédia acontece, procura-se primeiro achar os culpados ou, despejar sobre esse ou aquele a incompetência das autoridades responsáves pela segurança dos turistas. Até quando os mesmos personagens e as mesmas novelas desfilarão incólumes por este imenso Brasil?
Que a jovem turista Bruna Gobbi esteja descansando em paz no céu cor de anil do município de Escada.
segunda-feira, 22 de julho de 2013
A FICÇÃO NA TELA DO CINEMA E REALIDADE NA PRAIA DA BOA VIAGEM!
Quem não se revolveu na poltrona do cinema e sentiu arrepios pelo corpo quando foi assistir o filme TUBARÃO, em anos anteriores?
Eu me lembro do sucesso que fez a trama envolvendo um gigantesco Tubarão numa praia dos Estados Unidos. A cada cena, era um pulo que se via dentro do cinema. As estatíscas mostram de que é muito raro o ataque de tubarão à banhistas mais ousados, que se aprofundam mar adentro. Como já sabemos o Tubarão é um peixe de proporções enormes e que se caracteriza pela sua voracidade e uma fome contínua. Existem relatos de que os mesmos engolem tudo o que encontram pelo mar, isso, sem falar de sua bocarra guarnecida por fileiras de dentes enormes em forma de serra, que ao prender uma vítima (tudo o que possa ser comível) rasga a carne em múltiplos pedaços.
O filme, não passou de uma ficção bem montada e o tubarão criado pela engenhosidade dos técnicos não causou nenhuma morte, a não ser a algum cardíaco na plateia.
Porém, a notícia que hoje foi propagada´pela televisão nos principais jornais foi o ataque de um Tubarão na praia da Boa Viagem no Recife e, aconteceu quando uma banhista dos seus dezoito anos estava nadando no mar, se refrescando nas águas serenas e tépidas, quando se viu atacada por um Tubarão que de uma só dentada estraçalhou sua perna. Socorrida pelos banhistas e bombeiros foi levada ao Hospital onde teve a perna amputada acima do joelho e no momento da notícia foi dito que a mesma corre perigo de morte.
Na imagem da televisão do local aparece uma placa avisando os banhistas da presença desses "monstros esfomeados" na praia.
O que dizer?
Imprudência? Destino?
Que Deus em sua infinita bondade poupe a vida da moça...
Tubarão? só em tela de cinema.
quinta-feira, 18 de julho de 2013
PARADOXO DA JUSTIÇA!
Não dá para entender!
A Justiça foi criada para prender os bandidos. Certo?
Errado!
No Brasil, atualmente a Justiça está mais empenhada em prender policiais, tanto civis, quanto, militares. É raro o dia em que não se tem notícias de homens da "lei" sendo enquadrados pelos seus pares. Antigamente, só se tinha conhecimento de bandidos, geralmente, "pés de chinelos", sendo levados pelos guardas às cadeias. Existia, sim, um enorme respeito pelas autoridades constituídas. A palavra de um juíz era inabalável. Decretada a prisão o "malandro" tinha de cumpri-la integralmente, ou, quando recebia algum benefício, usava-o, como um presente a ser respeitado. Hoje, o preso nem bem entra na cadeia ou presídio e já se vê benficiado por uma montanha de "leis" que os libertam.
Assim é, que, os ditos "homens da Lei", em sua grande maioria vivem ao arrepio da Lei. Muitos tentam justificar os seus atos criminosos com o "parco" salário que recebem. É uma triste verdade e vergonha o pouco que ganham os nossos representantes da Lei, mas, é o sistema e, como dizia a minha avó: Um erro, não justifica, o outro.
Espero um dia assistir o Datena ou o Marcelo Rezende, ou, mesmo, o Jornal Nacional e não ouvir a notícia de que os "homens da Lei" por isso ou aquilo foram presos.
Vamos ficar no que é normal e aceito por todos: Cadeia foi feita para bandido... E, não, para policial.
segunda-feira, 15 de julho de 2013
65. UM EXASPERANTE DIÁLOGO
Uma tarde em que estava dormitando à fresca
Embalado pelos cantos maviosos dos pássaros
Presenciei (sem querer) um exasperante diálogo
Entre duas rosas; duas criaturas nababescas.
A vermelha toda enrubescida num arroubo de fúria
Vociferava palavras ofensivas que não ouso pronunciar.
Já, a branca, pálida e trêmula, respondia no louco arfar
Frases conexas e desconexas numa enxurrada de lamúria.
Hipnotizado pela fereza das duas “damas” da natureza
Quedei-me aos pés da roseira e me fiz juiz do litígio.
Passaram-se as horas e o tempo, atenuou o martírio
Do tolo diálogo que travaram flores de tão rara beleza.
Emudecidas, cada qual em seu ramo, as altivas rainhas
Pendiam, ora pra um lado, ora pra outro, ao sabor da brisa
Num merecido descansar da “batalha” que as fez inimigas,
Embora, no balouçar dos ramos, rocem as corolas esbaforidas.
Curioso em saber o porquê de tão áspera e febril contenda
Argúi às belas flores que me contassem o impasse vivido;
Que me tivessem como um “ombro” amigo e um túmulo
Guardando o segredo que as fez digladiar com fereza.
Quem primeiro falou foi a rosa branca que num muxoxo de dor
Disse-me estar magoada com a vermelha que dela debochou
Quando apregoou aos quatro ventos, assim que desabrochou
Ser a rainha dos jardins e a preferida do galante beija-flor.
Instantaneamente, ouvi a rosa vermelha se defender com furor
Soltando impropérios pelos ares carregados de suaves eflúvios:
_Quis, a natureza- disse, ser eu, a predileta e, sem nenhum dúbio
A rainha dos jardins; a sempre requestada pelo galante beija-flor.
Prevendo que a discussão poderia reiniciar a qualquer momento
Pedi a Deus que me desse sabedoria para me dirigir a elas...
Num átimo, disse: _ Queridas rosas, no universo, em que habitas
És sem dúvida alguma as mais belas estrelas do firmamento
És, das amantes, as preferidas pelos beija-flores multicoloridos
És, das mulheres, as sonhadas pelos reis, sultões e príncipes.
Portanto, apaziguai-vos e continueis amigas eternamente
Para a alegria de nós, pobres mortais e admiradores fortuitos.
E, assim, em instantes, se roçaram e a trégua se fez eterna.
DIA DO HOMEM!
Hoje, comemora-se no Brasil o dia do Homem. O que temos para comemorar? Uns, que desfrutam de mais sorte do que outros, comemoram um grande amor; uma mulher maravilhosa em todos os sentidos, acompanhada de um belo carro e de muita "grana" no Banco. Outros, não tão sortudos, comemoram o dia com uma talagada de pinga e logo mais, à noite, carícias dadas à luz da vela e... são felizes. De um jeito ou de outro nós, homens desse enorme Brasil, chegaremos à meia noite em ponto sendo homenageados pelo belo sexo, porque, qual outra homenagem que deixa um "barbudo" mais feliz do que ser cortejado por uma mulher?
Bom, são onze horas da noite e ainda não fui cumprimentado pelo meu dia... falta uma hora... Será que serei lembrado?
O que me consola é saber que como eu, milhões de homens vão passar o seu dia em brancas nuvens, ou,pior: em pretas nuvens.
De qualquer maneira... Parabéns bravos homens brasileiros.
UM EXASPERANTE DIÁLOGO
65. UM EXASPERANTE DIÁLOGO
Uma tarde em que estava dormitando à fresca
Embalado pelos cantos maviosos dos pássaros
Presenciei (sem querer) um exasperante diálogo
Entre duas rosas; duas criaturas nababescas.
A vermelha toda enrubescida num arroubo de fúria
Vociferava palavras ofensivas que não ouso pronunciar.
Já, a branca, pálida e trêmula, respondia no louco arfar
Frases conexas e desconexas numa enxurrada de lamúria.
Hipnotizado pela fereza das duas “damas” da natureza
Quedei-me aos pés da roseira e me fiz juiz do litígio.
Passaram-se as horas e o tempo, atenuou o martírio
Do tolo diálogo que travaram flores de tão rara beleza.
Emudecidas, cada qual em seu ramo, as altivas rainhas
Pendiam, ora pra um lado, ora pra outro, ao sabor da brisa
Num merecido descansar da “batalha” que as fez inimigas,
Embora, no balouçar dos ramos, rocem as corolas esbaforidas.
Curioso em saber o porquê de tão áspera e febril contenda
Argúi às belas flores que me contassem o impasse vivido;
Que me tivessem como um “ombro” amigo e um túmulo
Guardando o segredo que as fez digladiar com fereza.
Quem primeiro falou foi a rosa branca que num muxoxo de dor
Disse-me estar magoada com a vermelha que dela debochou
Quando apregoou aos quatro ventos, assim que desabrochou
Ser a rainha dos jardins e a preferida do galante beija-flor.
Instantaneamente, ouvi a rosa vermelha se defender com furor
Soltando impropérios pelos ares carregados de suaves eflúvios:
Quis, a natureza- disse, ser eu, a predileta e, sem nenhum dúbio
A rainha dos jardins; a sempre requestada pelo galante beija-flor.
Prevendo que a discussão poderia reiniciar a qualquer momento
Pedi a Deus que me desse sabedoria para me dirigir a elas...
Num átimo, disse: Queridas rosas, no universo, em que habitas
És sem dúvida alguma as mais belas estrelas do firmamento
És, das amantes, as preferidas pelos beija-flores multicoloridos
És, das mulheres, as sonhadas pelos reis, sultões e príncipes.
Portanto, apaziguai-vos e continueis amigas eternamente
Para a alegria de nós, pobres mortais e admiradores fortuitos.
E, assim, em instantes, se roçaram e a trégua se fez eterna.
Uma tarde em que estava dormitando à fresca
Embalado pelos cantos maviosos dos pássaros
Presenciei (sem querer) um exasperante diálogo
Entre duas rosas; duas criaturas nababescas.
A vermelha toda enrubescida num arroubo de fúria
Vociferava palavras ofensivas que não ouso pronunciar.
Já, a branca, pálida e trêmula, respondia no louco arfar
Frases conexas e desconexas numa enxurrada de lamúria.
Hipnotizado pela fereza das duas “damas” da natureza
Quedei-me aos pés da roseira e me fiz juiz do litígio.
Passaram-se as horas e o tempo, atenuou o martírio
Do tolo diálogo que travaram flores de tão rara beleza.
Emudecidas, cada qual em seu ramo, as altivas rainhas
Pendiam, ora pra um lado, ora pra outro, ao sabor da brisa
Num merecido descansar da “batalha” que as fez inimigas,
Embora, no balouçar dos ramos, rocem as corolas esbaforidas.
Curioso em saber o porquê de tão áspera e febril contenda
Argúi às belas flores que me contassem o impasse vivido;
Que me tivessem como um “ombro” amigo e um túmulo
Guardando o segredo que as fez digladiar com fereza.
Quem primeiro falou foi a rosa branca que num muxoxo de dor
Disse-me estar magoada com a vermelha que dela debochou
Quando apregoou aos quatro ventos, assim que desabrochou
Ser a rainha dos jardins e a preferida do galante beija-flor.
Instantaneamente, ouvi a rosa vermelha se defender com furor
Soltando impropérios pelos ares carregados de suaves eflúvios:
Quis, a natureza- disse, ser eu, a predileta e, sem nenhum dúbio
A rainha dos jardins; a sempre requestada pelo galante beija-flor.
Prevendo que a discussão poderia reiniciar a qualquer momento
Pedi a Deus que me desse sabedoria para me dirigir a elas...
Num átimo, disse: Queridas rosas, no universo, em que habitas
És sem dúvida alguma as mais belas estrelas do firmamento
És, das amantes, as preferidas pelos beija-flores multicoloridos
És, das mulheres, as sonhadas pelos reis, sultões e príncipes.
Portanto, apaziguai-vos e continueis amigas eternamente
Para a alegria de nós, pobres mortais e admiradores fortuitos.
E, assim, em instantes, se roçaram e a trégua se fez eterna.
segunda-feira, 8 de julho de 2013
O PENHASCO
65. O PENHASCO
Aos meus olhos à beira do penhasco
A ravina se mostrava nua em sua altivez:
Dela, emergiam fluídos das flores agrestes
E, borboletas, planavam, pelo espaço.
Cervos e corças pastavam indolentes
Salvos de seus predadores mais ferinos.
A paz reinava no celestial paraíso,
E, o sol, injetava seus raios refulgentes.
No cimo do penhasco as nuvens dançavam
Envolvendo-me numa suave aura de poesia,
Como um fauno saciado de amor e lasciva,
Prostrei-me na relva, onde, flores, vicejavam.
Um falcão peregrino voava por sobre mim
Descrevendo círculos sob as nuvens altaneiras.
No penhasco, tudo acontecia, em formas e maneiras
Singulares, que me preenchia, de um sentimento, sem fim.
Oh! Deus, como é belo o mundo visto do penhasco
Em sua quietude e mistério de vidas de outrora,
Sou teu ente escolhido para desfrutar desde a aurora
Até o sol poente desse misterioso e simples espetáculo.
Um suave torpor invade-me o corpo enquanto desfruto
Das maravilhas que o penhasco encerra em seu perfil.
Ainda, deitado na relva esmoreço num sono senil
E, sonho, com amores e ilusões... Sentimentos obscuros.
Enfim, o negrume chega e com ela o fim da minha contemplação
Das coisas que se projetam à luz do dia e somem à sombra da lua:
A ravina com sua misteriosa beleza desmaia nas brumas,
O falcão com seus volteios... Apenas um ponto na escuridão.
Finalmente, chegou a hora de me despedir do penhasco
Embora a minha alma dele já seja eterna submissa,
Ou, mesma, uma amante a lhe oferecer infindas carícias.
Adeus!, grito em plenos pulmões... Adeuss... Ecoa, pelo espaço.
quarta-feira, 3 de julho de 2013
A ESTÁTUA
Altiva e varonil em seu esplendor de madrepérola, lá estava ela,
A estátua, disposta sobre o centro da mesa em um canto da alcova
Se inebriando dos perfumes obscenos que fluiam do corpo dela...
Dela, a mulher que gemia e se contorcia, no auge, da carne, que goza.
Eu, também, a um canto, observava impassível, o sensual contorcionismo
Temeroso de que um leve suspiro pudesse quebrar a magia frenética
Que, esvaía do corpo belo, rosado, tenro e trêmulo no arfar rítmico
Do colo e dos seios túrgidos que denotavam o afã da fêmea famélica.
O silêncio pairava como se um corpo estivesse repousando na urna mortuária
Ou, mesmo, como se ali fosse uma catacumba de segredos, milenar.
Petrificado, eu, pálido amante, incapaz de me atrever a lhe dirigir a palavra,
Tremia e me exauria de desejos e tinha o corpo pegajoso de fluídos carnais,
Até que, um som explodiu na quietude reinante e desfez a imagem salutar:
A estátua, invadida de ciúme, se atirou no chão e partiu, em infindos cristais.
segunda-feira, 1 de julho de 2013
A CADEIRA DE BALANÇO ( MEU CHAMEGO)
62. A CADEIRA DE BALANÇO (MEU CHAMEGO)
Quando chegou da loja foi cantada em verso e prosa,
Tornando-se, em segundos, o destaque da sala azul,
Atraindo para si olhares e suspiros de uma posse airosa
Pelas crianças e anciãos, e pela gata siamesa, “fru-fru”.
De imediato, viu-se instalada ao lado do sofá de couro marrom
Tendo sob os pés de madeira de lei um tapete azul da Pérsia,
E, num estado de langor, deixou-se embalar pelo “ron-ron”
Que saía da garganta do felino, sempre em suave inércia.
Na morosidade do destino o tempo passou e ela sempre altiva
Permanecia à disposição de quem dela quisesse se balouçar
E, Indiferente ao corpo que se depositava sobre ela, vivia
A ir e vir; a vir e ir, numa cadência, que inspirava o dormitar.
Mas, o constante uso de sua aptidão começou a deixar marcas,
Cicatrizes, no lenho opaco, outrora brilhante e de rijo cerne.
Desgastada, em pouco tempo viu-se relegada a um canto da sala:
Nenhum tapete... Um estorvo desdenhado, ou, um objeto reles.
Entristecida iniciou um lento definhar pelas tranças de vime
Adquirindo rasgos no outrora delicioso e cômodo assento.
Agora, já combalida, agonizava, prevendo o fim infame
Que lhe estava reservado: um brechó soturno e nojento.
Mas, quis o destino que dela se apaixonasse um ancião, um leitor
Aficionado por Tolstói, Chekov, Dostoiveski...um intelectual
Repleto de sonhos vividos nos romances que lia com furor.
A cabeça inundada de cabelos brancos se apoiou no espaldar...
E, ele, permaneceu, por uma noite e um dia, a alma embalada
Nos braços de sua nova companheira, balouçou e balouçou.
No canto mais escuro da sala “fru-fru” ronronava despeitada
De ter sido preterida pelo “velho” da morada: o senil “vovô”.
Hoje, ela respira aliviada por não ter sido descartada de vez
Pelos insensíveis donos, que dela, não cultuaram apego.
Vive sua vida agitada em balanços que proporcionam languidez
Ao velho leitor, que briga por ela e, diz ser, seu maior chamego.
62
Quando chegou da loja foi cantada em verso e prosa,
Tornando-se, em segundos, o destaque da sala azul,
Atraindo para si olhares e suspiros de uma posse airosa
Pelas crianças e anciãos, e pela gata siamesa, “fru-fru”.
De imediato, viu-se instalada ao lado do sofá de couro marrom
Tendo sob os pés de madeira de lei um tapete azul da Pérsia,
E, num estado de langor, deixou-se embalar pelo “ron-ron”
Que saía da garganta do felino, sempre em suave inércia.
Na morosidade do destino o tempo passou e ela sempre altiva
Permanecia à disposição de quem dela quisesse se balouçar
E, Indiferente ao corpo que se depositava sobre ela, vivia
A ir e vir; a vir e ir, numa cadência, que inspirava o dormitar.
Mas, o constante uso de sua aptidão começou a deixar marcas,
Cicatrizes, no lenho opaco, outrora brilhante e de rijo cerne.
Desgastada, em pouco tempo viu-se relegada a um canto da sala:
Nenhum tapete... Um estorvo desdenhado, ou, um objeto reles.
Entristecida iniciou um lento definhar pelas tranças de vime
Adquirindo rasgos no outrora delicioso e cômodo assento.
Agora, já combalida, agonizava, prevendo o fim infame
Que lhe estava reservado: um brechó soturno e nojento.
Mas, quis o destino que dela se apaixonasse um ancião, um leitor
Aficionado por Tolstói, Chekov, Dostoiveski...um intelectual
Repleto de sonhos vividos nos romances que lia com furor.
A cabeça inundada de cabelos brancos se apoiou no espaldar...
E, ele, permaneceu, por uma noite e um dia, a alma embalada
Nos braços de sua nova companheira, balouçou e balouçou.
No canto mais escuro da sala “fru-fru” ronronava despeitada
De ter sido preterida pelo “velho” da morada: o senil “vovô”.
Hoje, ela respira aliviada por não ter sido descartada de vez
Pelos insensíveis donos, que dela, não cultuaram apego.
Vive sua vida agitada em balanços que proporcionam languidez
Ao velho leitor, que briga por ela e, diz ser, seu maior chamego.
62
domingo, 30 de junho de 2013
61. UMA CHUVA, COMO NUNCA HOUVE OUTRA QUALQUER!
Chove ininterruptamente!
Descem dos céus carruagens transbordantes de chuva (lágrimas)
Que antes de caírem no solo se evaporam em infindas gotículas.
O universo se tolda de um negrume assustador e denso
Ocultando dos olhos de quem não chora as estrelas luminescentes,
Embora, dos olhos de incontáveis vaga-lumes, fagulhas
Resplandecem e iluminam os vãos daquilo que não quer existir.
Cachoeira invisível desaba sobre a alma daquele que chora
E, por muito chorar, difere da alma daquele que se consola em desatinos,
Tentando, deixar de ser, apenas mais um, sob o aguaceiro.
No solo, antes calcinado, agora um rio começa a nascer
E, atrevido, revolve seixos e almas e se dirige para o mar.
Pelo caminho, corpos e corações desajustados, são carregados
Em redemoinhos de proporções gigantescas, avassaladores.
E, a chuva se regala toda em despencar das alturas
Para as profundezas dos abismos que se formaram na mente
Dos degenerados e desiludidos homens que não souberam amar.
Uma onda gigantesca toma conta de tudo e a tudo engole
Com uma fome voraz... Uma fome de um monstro abissal.
E, continua, chovendo.
Por um instante me abriguei numa cova rasa e deixei que
A lama cobrisse o meu corpo e, assim, barro, permaneci
Por uma eternidade, até que a chuva cessou e o sol nasceu.
O vento possui-me vezes incontidas e como moleiro, moldou
O meu corpo e, em pouco tempo, me vi, um totem sem alma.
A vida se fez presente em mim, assim que uma soturna coruja
Passou a fazer morada em um dos meus galhos, procriando
Uma intensa prole... Enfim, a chuva parou e a vida voltou
A renascer em mim e, por não sei quanto tempo, fui feliz.
Choveu Ininterruptamente...
quinta-feira, 27 de junho de 2013
AS AREIAS DO TEMPO!
Pelo cristal da ampulheta vejo escorrerem as areias do tempo,
Como se serpentes vivas tateassem o vidro liso e escorregadio.
Fico nessas horas imaginando a vida que de mim se escorreu no vazio
Dos amores que teimei amar e que se perderam no esquecimento.
Hoje, tenho os cabelos embranquecidos e a tez pálida e inerme
Refletindo as desilusões que de mim se tornaram companheiras.
Se um dia, tentei ser um homem novo, revigorado, feito de cerne,
Hoje, vejo, alquebrado, uma imagem nada passional e nada altaneira.
Encostado no espaldar da poltrona esquecida no canto da sala
Dormito num sono nada profundo e cheio de sonhos desfeitos:
Em um deles sinto-me um pobre amante sem coração e sem alma,
Em outro, sinto-me um desventurado sonhador, que a ninguém amou.
E, assim, inerte, como se um fantasma fosse, contemplo as areias do tempo
No tempo em que quis ser, mas, por não ser, o corpo no abismo, soçobrou.
sexta-feira, 14 de junho de 2013
O COLAR DE CONTAS DE VIDRO
Assim que ela me beijou, pediu em troca um presente
Nada - disse -, que custasse caro ou fosse irrealizável.
Com medo de ser trivial tomei uma decisão, num repente
E, ordenei a alma que saísse atrás de um "agrado" afável.
Como um bólido ela saiu do meu corpo trêmulo
E, se aventurou por plagas nunca dantes visitadas:
Num átimo foi até o Universo e me trouxe um astro
Reluzente... Uma pedra de uma beleza inusitada.
Não contente com a aquisição ela se lançou às profundezas
Do mar sem fim, e respingando espumas voltou esbaforida
Trazendo às mãos uma concha tendo uma pérola presa
E, fazendo festas ma entregou denotando a missão cumprida.
Não satisfeito com as duas joias que à mulher iria presentear
Supliquei para que a alma ainda tentasse pela derradeira vez
Enfurnar no deserto e a pedra mais exótica ela garimpar
Pois, o beijo que recebi não merece em paga, algo pequenez.
De posse dos três exóticos presentes sussurrei num gesto tímido
Do qual deles ela ficaria feliz em ser presenteada no momento.
Com a voz débil, suave e maviosa disse-me num soluço incontido
Que, nenhum deles a agradou e, que simples é o seu sentimento.
Agoniado, fiquei de boca aberta sem saber a atitude a tomar
Visto que o beijo ainda me queimava os lábios que ardiam de dor
E, tornava-se, inexorável, retribuir com uma atenção ímpar
Carícia tão divina a mim dada num raro instante sedutor.
Quando pensei que ia morrer de desgosto pela missão não cumprida
Chegou até mim uma cigana tendo os cabelos negros e esvoaçantes
E, sem rodeios, lançou-me às mãos um colar de três voltas seguidas
Pedindo uma ninharia pela "joia", dizendo: "Presenteia-o, para sua amante."
Sem negacear o preço pedido adquiri o estranho colar e o retive às mãos
Até o momento que imbuído de coragem o ofereci à mulher do meu destino
Que, tal e qual uma criança que ganha um doce do bondoso ancião.
Me beijou, dizendo: " Era o que eu queria... Um colar de contas de vidro."
quarta-feira, 12 de junho de 2013
ACADEMIA TAUBATEANA DE LETRAS - UM BREVE HISTÓRICO
No início, um sonho. Sim, um sonho por mim acalentado durante anos. Muitas vezes me vi envolvido com alguns colegas escritores na ânsia de fundar uma Academia de Letras em Taubaté, visto ser a mesma uma cidade universitária e, claro, berço de excelentes escritores. Assim, acalentando esse sonho convidei os mais próximos a mim e encetamos várias reuniões, porém, nenhuma delas deu fruto. Isso aconteceu entre os anos de 1990 a 1997. Inúmeras reuniões foram realizadas, mas todas elas repletas de indagações e “medo” de se criar uma instituição que se tornasse maior do que seus criadores. É incrível como o escritor interiorano não acredita em seus propósitos. Exaustivas vezes, tentei mostrar o quanto seria importante para Taubaté e, para nós, escritores, a fundação de uma Academia. Assim, sem lograr intento, desisti mais uma vez do sonho e fui trabalhar no Litoral Norte como Delegado de Ensino. Quando retornei à Taubaté, como Supervisor de Ensino reatei as reuniões. No começo com poucos adeptos e, pouco a pouco, a semente foi germinando e as reuniões começaram a se tornar mais fecundas. No ano de 1997/98 estava ocupando o cargo de Delegado de Ensino de Taubaté e, por influência do cargo consegui mais adeptos ao meu ideal e, com mais tempo disponível passei a fazer reuniões mais amiúdes. No início usava uma sala da Delegacia de Ensino até que fiz um convite para a Professora Mércia, então Vice-Prefeita e Diretora de Educação do Município, que, prontamente aceitou a missão de “fundar” a Academia de Letras. Junto a ela vieram atendendo o meu convite os escritores Carlos Camargo (Advogado) que se incumbiu da parte jurídica; Professora Angélica (minha grande incentivadora); Dr. José Valdez de Castro Moura ( Acadêmico da Academia Pindamonhangabense de Letras) que com sua experiência nos ajudou muito; Camões Ribeiro do Couto, ilustre escritor e meu grande amigo e, juntos iniciamos os estudos para a criação da Academia. Durante meses fomos aprimorando os trabalhos e recorremos à Academia Paulista de Letras que nos cedeu uma cópia do Estatuto. Durante esse período tivemos muito contratempo com pessoas que apostavam na nossa derrota, inclusive, com políticos de renome da cidade que não desejavam a fundação da ATL. Por inúmeras vezes tentei desistir do intento, porém, tive na força de duas mulheres que acreditavam em mim o ímpeto de continuar. São elas: Edna, minha esposa e a Professora Angélica. Em 28/5/99, realizamos uma Assembléia Geral na sede do Departamento de Educação e Cultura, quando tivemos um público de mais de 100 pessoas. Após considerações necessárias coloquei o Estatuto da ATL para votação e, qual, não foi nossa surpresa, quando um grupo de “agitadores” localizado no fundo da sala se posicionou contra, alegando maior tempo para analisar o Estatuto. O impasse estava criado. No momento, decidi que a “hora” tinha chegado para a criação da Academia. Era tudo ou nada. Pensando assim coloquei o Estatuto para votação a despeito dos insurgentes que teimavam em solicitar a anulação da Assembléia. Para nossa felicidade a aprovação foi unânime. Sem perda de tempo declarei fundada a Academia Taubateana de Letras e todos nós que a desejávamos aplaudimos por vários minutos. Dessa maneira a “fórceps” a Academia de Letras de Taubaté nasceu e, para nossa alegria, vive até hoje.
Terminada a aprovação da criação da Academia, nos reunimos e elegemos a primeira Diretoria Executiva que teve vigência por dois anos da qual fui eleito Presidente.
Nessa primeira gestão tratamos de preencher vinte cadeiras. Os currículos dos inscritos foram enviados para a Academia Paulista de Letras que gentilmente fez a escolha dos vinte Acadêmicos. Numa bela solenidade no salão nobre da Faculdade de Direito eles foram empossados.
Durante a minha gestão foram preenchidas as demais 20 cadeiras. Tivemos alguns contratempos com “políticas contrárias”, inclusive fomos “despejados”, ou melhor, convidados a deixar a sede para nós cedida no Solar das Artes, pois o atual prefeito era contrário a criação da ATL. Sempre empenhados na efetivação completa da Academia, nunca esmorecemos e como “ciganos” das Letras nos deslocávamos de um lugar para outro, até que, a UNITAU nos cedeu uma sala ampla em definitivo no prédio da Escola Comercial sito à Rua Conselheiro Moreira de Barros.
Após minha Presidência outras se concretizaram e cada diretoria deu o máximo de si para o sucesso da nossa Instituição.
Hoje, passados 14 anos de sua fundação posso dizer emocionado que os obstáculos, os percalços, as dores de cabeça, os momentos de desânimo foram recompensados pela felicidade que sinto quando participo de uma reunião e vejo os meus colegas escritores, poetas, romancistas e trovadores voltados para o engrandecimento da Literatura em Taubaté.
Dentre tantas vitórias conquistadas pela ATL, reporto uma das mais significativas: A Lei Municipal 3982 de 06/11/2006 que a transformou em Instituição de Utilidade Pública.
Se me perguntarem se eu faria tudo de novo, respondo: Sim, de todo o meu coração.
Aldo Aguiar
Titular da cadeira 1
Patrono: Monteiro Lobato.
No início, um sonho. Sim, um sonho por mim acalentado durante anos. Muitas vezes me vi envolvido com alguns colegas escritores na ânsia de fundar uma Academia de Letras em Taubaté, visto ser a mesma uma cidade universitária e, claro, berço de excelentes escritores. Assim, acalentando esse sonho convidei os mais próximos a mim e encetamos várias reuniões, porém, nenhuma delas deu fruto. Isso aconteceu entre os anos de 1990 a 1997. Inúmeras reuniões foram realizadas, mas todas elas repletas de indagações e “medo” de se criar uma instituição que se tornasse maior do que seus criadores. É incrível como o escritor interiorano não acredita em seus propósitos. Exaustivas vezes, tentei mostrar o quanto seria importante para Taubaté e, para nós, escritores, a fundação de uma Academia. Assim, sem lograr intento, desisti mais uma vez do sonho e fui trabalhar no Litoral Norte como Delegado de Ensino. Quando retornei à Taubaté, como Supervisor de Ensino reatei as reuniões. No começo com poucos adeptos e, pouco a pouco, a semente foi germinando e as reuniões começaram a se tornar mais fecundas. No ano de 1997/98 estava ocupando o cargo de Delegado de Ensino de Taubaté e, por influência do cargo consegui mais adeptos ao meu ideal e, com mais tempo disponível passei a fazer reuniões mais amiúdes. No início usava uma sala da Delegacia de Ensino até que fiz um convite para a Professora Mércia, então Vice-Prefeita e Diretora de Educação do Município, que, prontamente aceitou a missão de “fundar” a Academia de Letras. Junto a ela vieram atendendo o meu convite os escritores Carlos Camargo (Advogado) que se incumbiu da parte jurídica; Professora Angélica (minha grande incentivadora); Dr. José Valdez de Castro Moura ( Acadêmico da Academia Pindamonhangabense de Letras) que com sua experiência nos ajudou muito; Camões Ribeiro do Couto, ilustre escritor e meu grande amigo e, juntos iniciamos os estudos para a criação da Academia. Durante meses fomos aprimorando os trabalhos e recorremos à Academia Paulista de Letras que nos cedeu uma cópia do Estatuto. Durante esse período tivemos muito contratempo com pessoas que apostavam na nossa derrota, inclusive, com políticos de renome da cidade que não desejavam a fundação da ATL. Por inúmeras vezes tentei desistir do intento, porém, tive na força de duas mulheres que acreditavam em mim o ímpeto de continuar. São elas: Edna, minha esposa e a Professora Angélica. Em 28/5/99, realizamos uma Assembléia Geral na sede do Departamento de Educação e Cultura, quando tivemos um público de mais de 100 pessoas. Após considerações necessárias coloquei o Estatuto da ATL para votação e, qual, não foi nossa surpresa, quando um grupo de “agitadores” localizado no fundo da sala se posicionou contra, alegando maior tempo para analisar o Estatuto. O impasse estava criado. No momento, decidi que a “hora” tinha chegado para a criação da Academia. Era tudo ou nada. Pensando assim coloquei o Estatuto para votação a despeito dos insurgentes que teimavam em solicitar a anulação da Assembléia. Para nossa felicidade a aprovação foi unânime. Sem perda de tempo declarei fundada a Academia Taubateana de Letras e todos nós que a desejávamos aplaudimos por vários minutos. Dessa maneira a “fórceps” a Academia de Letras de Taubaté nasceu e, para nossa alegria, vive até hoje.
Terminada a aprovação da criação da Academia, nos reunimos e elegemos a primeira Diretoria Executiva que teve vigência por dois anos da qual fui eleito Presidente.
Nessa primeira gestão tratamos de preencher vinte cadeiras. Os currículos dos inscritos foram enviados para a Academia Paulista de Letras que gentilmente fez a escolha dos vinte Acadêmicos. Numa bela solenidade no salão nobre da Faculdade de Direito eles foram empossados.
Durante a minha gestão foram preenchidas as demais 20 cadeiras. Tivemos alguns contratempos com “políticas contrárias”, inclusive fomos “despejados”, ou melhor, convidados a deixar a sede para nós cedida no Solar das Artes, pois o atual prefeito era contrário a criação da ATL. Sempre empenhados na efetivação completa da Academia, nunca esmorecemos e como “ciganos” das Letras nos deslocávamos de um lugar para outro, até que, a UNITAU nos cedeu uma sala ampla em definitivo no prédio da Escola Comercial sito à Rua Conselheiro Moreira de Barros.
Após minha Presidência outras se concretizaram e cada diretoria deu o máximo de si para o sucesso da nossa Instituição.
Hoje, passados 14 anos de sua fundação posso dizer emocionado que os obstáculos, os percalços, as dores de cabeça, os momentos de desânimo foram recompensados pela felicidade que sinto quando participo de uma reunião e vejo os meus colegas escritores, poetas, romancistas e trovadores voltados para o engrandecimento da Literatura em Taubaté.
Dentre tantas vitórias conquistadas pela ATL, reporto uma das mais significativas: A Lei Municipal 3982 de 06/11/2006 que a transformou em Instituição de Utilidade Pública.
Se me perguntarem se eu faria tudo de novo, respondo: Sim, de todo o meu coração.
Aldo Aguiar
Titular da cadeira 1
Patrono: Monteiro Lobato.
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