terça-feira, 27 de dezembro de 2011

RECESSO DE FINAL DE ANO E VIAGEM DE CRUZEIRO MARÍTIMO

Caros amigos Bloguistas:
Estarei de recesso literário nesta semana que precede o ANO NOVO. Estou arrumando as malas para embarcar no Cruzeiro Marítimo em Santos. Serão 10 dias de viagem pelo Brasil, Argentina e Uruguai. Dia 10 de janeiro voltarei com toda a disposição ao"ALBATROZVAGABUNDO".
Feliz Ano Novo ao todos os meus fiéis bloguistas ... extensivo aos familiares.
Fiquem com a Paz de Deus!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

GUARAREMA, A CIDADE NATAL

Guararema a cidade natal. É verdade. Pude conferir a beleza e riqueza de detalhes natalinos que Guararema se enfeitou. Creio que cidade nenhuma no Estado de São paulo se iguala ao clima natalino desta maravilhosa cidade. O portal de entrada da cidade é digno de um cartão postal; todos os postes e árvores da cidade estão enfeitados com arranjos natalinos e luzes. A praça principal que foi inaugurada é deslumbrante: o Coreto foi feito de mármore. Às margens do rio que ladeia a cidade todas as árvores foram decoradas, inclusive as que ficam na ilha. Dá gosto passear em Guararema... se antes isto já era um vislumbre para os olhos, agora então está um espetáculo maravilhoso. Às vezes chego a ficar com inveja ( no bom sentido) da Edna que é Secretária de Educação do Município. Existe uma forte tendência para irmos morar lá em 2012.
Parabéns Guararema!!!!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

UMA VIAGEM DO NADA PARA O NADA!

Tinha que iniciar minha viagem. Não podia ficar parado eternamente no lugar em que estava. Meus pés já tinham criado raízes e um tubérculo teimava em nascer e crescer pelas minhas pernas. Dentre os ralos fios de cabelo uma ave qualquer fez o seu ninho. Por mais que eu quisesse ou tentasse afugentá-la, ela não dava mostras de ir embora; aliás, não ligava a mínima para os meus gestos estouvados. Nem mesmo espantalho eu era. A única coisa que ainda restava era saber que eu tinha consciência de que não era ninguém. Esta constatação aliviava um pouco o peso descomunal da rocha que carregava sobre os ombros. Fazia frio. Um vento gélido assoprava em minha direção enregelando os dedos das mãos, visto que os pés estavam afundados no terreno estéril e pedregoso. Tinha que partir. De uns dias para cá o coração dava mostras de querer pulsar em outras paragens. Até a alma, que sempre ficou calada dentro do corpo começou a dar suspiros enigmáticos. Sim, o corpo todo pediu para ir embora e, fui.
Fui, sem saber para onde ir. Por que saber? Para um andarilho sem vida e sem horizonte qualquer lugar serve, mesmo que não seja um qualquer lugar. Assim, desgarrado do lugar onde estava e que não era lugar nenhum, fui para outras plagas. Senti, somente, deixar á deriva a ave que por tanto tempo morou em meus cabelos. Azar o dela, pensei e fui.
Depois de caminhar por um século cheguei num lugar em que nada existia. Nem mesmo o lugar existia. Extenuado pela peregrinação sem fim, coloquei um fim na desdita que me fazia andarilho. E, desmaiei.
Um dia qualquer de um mês qualquer de um ano qualquer acordei.
Acordei e constatei que não estava em lugar nenhum, porque, neste lugar não tinha flor.
Era dia escuro e cheio de raios. O negrume não me assustou, mesmo porque eu não era ninguém.
Fiquei e permaneci pelo tempo que não sei precisar. Novamente uma ave medonha veio, pousou em minha cabeça e fez dos meus cabelos o seu ninho e aí, morou e criou seus rebentos. Também os meus pés se encravaram no chão e criaram raízes e, tubérculos nasceram e serviram de alimentos para roedores desconhecidos.
Mais uma vez me vi exteriorizado em tronco ressequido( Ah, que felicidade se ao menos eu fosse um espantalho).
Uma noite em que a Lua se permitiu aparecer fiz um esforço hercúleo e decifrei o grande enigma de minha vida e, chorando ( sem ter olhos) constatei:Eu era e sou um espectro que vagueia sempre saindo do nada e indo para o nada... Um ovo acabou de romper e um pássaro piou...

... UM VERNÁCULO ESCORREITO

Eis que o meu amigo Laércio classificou em um seu comentário o meu vernáculo de ESCORREITO!!!!
Escritor de diversas obras, confesso que não conhecia este adjetivo ( ser humilde é uma das minhas caracteristícas). Fiquei muito feliz em tomar conhecimento de que um Diretor Comercial; Marceneiro e Iniciante de Apicultor domina tão bem o nosso idioma.
Claro que estou brincando quanto as profissões do meu amigo... De propósito esqueci de mencionar de que ele é Advogado, e dos melhores... minha neta que o diga!
Lárcio possui a cultura acadêmica e a das inúmeras viagens que fez pelo nosso Brasil e pelo mundo... Conversar com ele todas as manhãs tomando um delicioso café na Dona Bela só tem enriquecido os meus conhecimentos.Ah, ia me esquecendo: a do Olívio também, afinal, somos os três amigos que deu certo.
Querido amigo Laércio: para não ficar atrás digo:
TORNA-SE PEREMPTÓRIO PARA MIM ENCONTRÁ-LO TODA MANHÃ E DEGUSTAR UM DELICIOSO CAFÉ COM SEUS SÁBIOS CONHECIMENTOS.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

REUNIÃO FESTIVA DA ATL

Como fiquei de noticiar o felizardo no sorteio para publicação de seu livro pela Câmara Municipal de Taubaté, cumpro minha palavra:
O primeiro sorteado foi o amigo acadêmico CELSO BRUM;
O segundo Guilherme Feliciano;
E terceiro, Marlene
Infelizmente não o fui, mas, de qualquer maneira publicarei com muita alegria o meu livro.
A reunião foi um sucesso.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

REUNIÃO FESTIVA DA ATL

Hoje, às 20 horas os acadêmicos da Academia Taubateana de Letras se reunirão na FORNARINA, para a reunião festiva de final de ano. É evidente que lá estarei acompanhado de minha esposa Edna. Além das atividades literárias, teremos o sorteio do acadêmico que terá o seu livro publicado pela Câmara Municipal de Taubaté ( 500 exemplares). Ao todo, concorrerão 10 acadêmicos. Estarei participando com o meu novo livro: LIVRO DE POEMAS DO CORPO, DA ALMA E DO VENTO. SãO 70 POEMAS DE AMOR.
Espero ser bafejado pela sorte e ser contemplado. Mas, se não o for, estarei publicando em fevereiro de 2012 às minhas expensas.
Um escritor não pode de maneira alguma "parir"( para ele, o livro é mais um filho) um livro e deixá-lo na gaveta. É um crime sem perdão. Já "pari" 10 livros, este é o décimo primeiro.
Amanhã, sem falta apresentarei o contemplado no sorteio.
Saudações literárias.

domingo, 11 de dezembro de 2011

UM SOL RADIANTE

Hoje, o dia amanheceu com um lindo e esplêndido SOL RADIANTE. A natureza é sábia. Ela sabe quando a gente necessita de um dia lindo; de um dia radiante. Não precisei implorar a quem quer que seja para ter um dia especial. Pensei e muito nisto. Como o nosso cérebro está interligado com o Universo, é evidente que ele recebeu a minha mensagem e prontamente me atendeu: Determinou ao Sol que brilhasse com maior intensidade nesta bela manhã. É assim que acontece quando desejamos algo com inocente intensidade. Prontamente somos atendidos.
Com o espetáculo maravilhoso do Sol brilhando no Universo acontecem coisas também maravilhosas: Os pássaros voam invadidos de energia e, felizes entoam seus maviosos cantos; as borboletas dardejam aos milhares por sobre as flores; os insetos pululam endoidecidos de alegria pela relva verde e perfumada; as flores entreabrem suas pétalas oferecendo o néctar às abelhas obreiras; os animais silvestres passeiam envaidecidos de suas belezas pelos bosques e matas... tudo é uma festa quando o SOL está radiante.
Quando o SOL é radiante é comum escutar de quando em quando um balido de uma ovelha desgarrada... é o suficiente para o pastor buscá-la... nada se perde quando o SOL é radiante; assim também, quando alguém chora ou lamenta uma dor o PASTOR do Universo a consola.
Quero todas as manhãs da minha vida e as dos meus sinceros amigos, radiosas e felizes.
Amo o SOL.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O EPITÁFIO DO POETA.

Se vivi sem viver é porque morrerei sem morrer.
Nada é mais certo do que esta assertiva funérea.
Os mortos quando mortos viveram sem saber
Que quando vivos viviam em urnas vazias e etéreas.

O que é realmente viver e morrer sem saber Ser?
Quando não se sabe o que se é, é porque não foi nada.
Pode até ter sido um corpo sadio ou um pútrido cadáver,
Mas, jamais, uma consistência férrea e sim, alma penada.

Como uma noite infestada de trovões e raios fantasmagóricos
Retumba em meu âmago sons e ecos de um coração retórico
Que suplica a gravação na lápide fria da história do ser que não viveu...

Por que não fazer a vontade de um cadáver que me dá infinito enfado?,
Deixando incrustrado no mármore inerte o meu EPITÁFIO:
"VIVEU como um poeta sonhador e, como um albatroz vagabundo, MORREU.

O ESTALO DE VIEIRA

A ORIGEM DA EXPRESSÃO QUE DESIGNA UM SABER SÚBITO.


Antes de ser o genial orador dos Sermões, Antônio Vieira tinha fama de ser burro, estúpido.
É o que afirma André de Barros em sua obra VIDA DO APOSTÓLICO PADRE ANTÔNIO VIEIRA da Companhia de Jesus ( Lisboa).
Na biografia,publicada em 1746, Barros diz que o sofrível aluno dos jesuítas tinha obsessiva devoção pela Virgem Maria. Pois foi rezando certo dia para ela, "inflamado todo em desejos de saber", que lhe sobreveio repentinamente um estalo mental,"tão forte que lhe parecia que morria".
Esse estalo teria desembotado os sentidos de Vieira, terminando por dar-lhe "clareza de entendimento, agudeza de engenho e sagacidade de memória".
Assim, a expressão "estalo de Vieira" tem sido de uso popular desde então, sendo empregada para desgnar qualquer súbita e miraculosa compreensão de algo que até então era nebuloso.
Isso diz muito sobre um certo ideal de cultura que está muito presente na civilização brasileira. Afinal, para que esforço, estudo, trabalho, dedicação? No fim, tudo se resumirá a um estalo...

Obs: Este artigo foi tirado da revista Língua Portuguesa, Ano 7 - número 72 de Outubro de 2011,
escrito por MÁRCIO COTRIM, autor dentre outras obras, dos livros O PULO DO GATO I E II
( Geração Editorial)
www. marciocotrim.com.br
Resultado - 5º Festival de Sonetos "Chave de Ouro"
1ª lugar:CHAVE DE OURO - TOUREIRO CAIO CESAR BATISTA CARVALHO2º Lugar:CHAVE DE PRATA - SONETO DO NASCERRENATO ALVES3º Lugar:CHAVE DE BRONZE - O CORCELDIONIZIO FERRER LOMONACOMenções Honrosas:PALAVRA - Esio Antonio Perato (Piraciba/SP)DEZENOVE - Alexandre de PaulaSONETO AO AMOR ABSOLUTO - Paulo FrancoESTRELAS - Valkiria MalagoliLIBERTAS - Edmar JapiassuQUEIMADA NA FLORESTA - Samuel Freitas de OliveiraA BEIJAR - André KondoAMBIÇÃO - Sergio Bernardo EPITÁFIO - Adolfo Boiça Moinhos (Cornélio Procópio/PR)SONETO PARA FLORBELA ESPANCA - Sérgio BernardoSonetos selecionados para integrar o livro OS 50 MELHORES SONETOS:MEU QUINTAL - Therezinha Ofélia Nascimento RenoMURAIS - Odir Milanez da CunhaOFERENDA - Alessandra Pires BertazzoPRANTO - Alexandre de PaulaSONETO A JACAREÍ - Alberto Buais LeiteSEGREDOS DO CORAÇÃO - Oswaldo Ferreira de SouzaSIMPLICIDADE - Sergio BernardoSONETO - Menestrel LoboTRAGÉDIAS - Terezinha Ofélia Nascimento RenóA NUDEZ DO POETA - Odir Milanez da CunhaO COVEIRO - Caio Cesar Batista CarvalhoCAPITU - Michele EduardaDOR SEM NOME - .Francisco Neves de MacedoEM MIM - Renata LacovinoA CAPTURA - Paulo FrancoAFRESCOS - Edgley Silva GonçalvesAUSÊNCIA - Cesar VenezianiCAIXA DAS ALMAS - Esio Antonio PezzattoCONVALESCENÇA - Edmar JapiassuCRISTO REDENTOR - Joel Hirenaldo BarbieriDESILUSÃO - Gerson Silvestre Alencar Gonçalves (Belo Horizonte/MG)DOMINGO - Janske Niemann Schlender (Curitiba/PR)ETERNA INADIMPLENTE - Renan SilvaFIM DE TARDE - Aldo AguiarFORÇA MAIOR - Aldo AguiarFUTURA AMADA - Samuel Achilles da SilvaGÊMEAS - Nilson Vieira MorenoLUZ - Robledo Neves Cabral FilhoMEU AMOR POR LUNA - João Reinaldo NetoMIGALHAS - Gianou VianaO BÊBADO - Dom Antonio Affonso de MirandaO RISO - Joel Hirenaldo BarbieriPODER DA VIDA - Aldo AguiarSEI-TE INDA MINHA - Fernando CatelanEU MARÍTIMO - Thiago Baldissera DamiãoFELICIDADE - Merecelino Dias AssisFOGE DE MIM - Janske Niemann SchlenkerPrêmios:1º Lugar R$ 800,00 mais o Troféu Chave de Ouro2º Lugar R$ 500,00 mais o Troféu Chave de Prata3º Lugar R$ 300,00 mais o Troféu Chave de BronzeMenções Honrosas: premiadas com medalhasOS PRÊMIOS SERÃO ENTREGUES EM SOLENIDADE PÚBLICA NO DIA 3 DE DEZEMBRO, ÁS 17 HORAS NO AUDITÓRIO "JEAN ABDO", DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE JACAREÍ, PRAÇA BARÃO DO RIO BRANCO (Largo do Rosário), 92.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

UM PASSEIO SAUDÁVEL E PROVEITOSO

Sim, foi um passeio saudável e proveitoso;
Saudável porque nos reunimos ( os 3 amigos) e fomos para a pousada Grinemberg degustar uma lasanha de 5 queijos num clima londrino com direito a névoa, chuvisco e uma aragem fria. Enquanto em Taubaté, aproveitando o feriado, pessoas se deliciavam à beira da piscina, nós nos debrucávamos sobre a lareira. Enquanto o amigo sistemático preparava o "manjar" eu, o pobre, escutava com avidez as histórias divertidas do amigo rico. Passamos excelentes momentos na pousada e, para maior satisfação, na hora de "zarpar" ganhamos esbeltas e apetitosas cabeças de alface e cebolinha verde ( sem agrotóxico).
Proveitoso porque passamos pelo meu sítio "cabeça de bacalhau" quando o amigo sistemático arrumou a chaminé do fogão à lenha.
Deste passeio ficou que o pobre (eu), não é tanto quanto costuma aventar.
Coclusão: tive que pagar o café na Dona Bela... e xícaras grandes.
O que acontecerá amanhã quando os 3 amigos se reunirem?

À noite eu escrevo contando.

sábado, 3 de dezembro de 2011

E então, que quereis?...
Maiakóvski
Fiz ranger as folhas de jornal abrindo-lhes as pálpebras piscantes.E logo de cada fronteira distante subiu um cheiro de pólvora perseguindo-me até em casa.Nestes últimos vinte anos nada de novo há no rugir das tempestades.

Não estamos alegres,é certo,mas também por que razão haveríamos de ficar tristes?O mar da história é agitado.As ameaças e as guerras havemos de atravessá-las,rompê-las ao meio,cortando-as como uma quilha corta as ondas.
(1927)

Vladímir Maiakóvski nasceu e passou a infância na aldeia de Bagdádi, nos arredores de Kutaíssi (hoje Maiakóvski), na Geórgia - Rússia. Lá cursou o ginásio e, após a morte súbita do pai, a família ficou na miséria e transferiu-se para Moscou, onde Vladímir continuou seus estudos. Fortemente impressionado pelo movimento revolucionário russo e impregnado desde cedo de obras socialistas, ingressou aos quinze anos na facção bolchevique do Partido Social-Democrático Operário Russo. Detido em duas ocasiões, foi solto por falta de provas, mas em 1909-1910 passou onze meses na prisão. Entrou na Escola de Belas Artes, onde se encontrou com David Burliuk, que foi o grande incentivador de sua iniciação poética. Os dois amigos fizeram parte do grupo fundador do assim chamado cubo-futurismo russo, ao lado de Khlébnikov, Kamiênski e outros. Foram expulsos da Escola de Belas Artes. Procurando difundir suas concepções artísticas, realizaram viagens pela Rússia. Após a Revolução de Outubro, todo o grupo manifestou sua adesão ao novo regime. Durante a Guerra Civil, Maiakóvski se dedicou a desenhos e legendas para cartazes de propaganda e, no início da consolidação do novo Estado, exaltou campanhas sanitárias, fez publicidade de produtos diversos, etc. Fundou em 1923 a revista LEF (de Liévi Front, Frente de Esquerda), que reuniu a “esquerda das artes”, isto é, os escritores e artistas que pretendiam aliar a forma revolucionária a um conteúdo de renovação social. Fez inúmeras viagens pelo país, aparecendo diante de vastos auditórios para os quais lia os seus versos. Viajou também pela Europa Ocidental, México e Estados Unidos. Entrou freqüentemente em choque com os “burocratas’’ e com os que pretendiam reduzir a poesia a fórmulas simplistas. Foi homem de grandes paixões, arrebatado e lírico, épico e satírico ao mesmo tempo. Suicidou-se com um tiro em 1930. Sua obra, profundamente revolucionária na forma e nas idéias que defendeu, apresenta-se coerente, original, veemente, una. A linguagem que emprega é a do dia a dia, sem nenhuma consideração pela divisão em temas e vocábulos “poéticos” e “não-poéticos”, a par de uma constante elaboração, que vai desde a invenção vocabular até o inusitado arrojo das rimas. Ao mesmo tempo, o gosto pelo desmesurado, o hiperbólico, alia-se em sua poesia à dimensão crítico-satírica. Criou longos poemas e quadras e dísticos que se gravam na memória; ensaios sobre a arte poética e artigos curtos de jornal; peças de forte sentido social e rápidas cenas sobre assuntos do dia; roteiros de cinema arrojados e fantasiosos e breves filmes de propaganda. Tem exercido influência profunda em todo o desenvolvimento da poesia russa moderna. (Boris Schnaiderman in "Poesia Russa Moderna", Editora Brasiliense, 1985).
Poema extraído do livro “Maiakóvski — Antologia Poética”, Editora Max Limonad, 1987, tradução de E. Carrera Guerra.
UM POEMA DO GRANDIOSO POETA MAIAKÓVSKI


Brilhar para sempre,brilhar como um farol,brilhar com brilho eterno,gente é para brilhar,que tudo mais vá para o inferno,este é o meu slogan e o do sol.Vladimir Maiakóvski

A DESILUSÃO DO POETA

O Poeta está desiludido. O Poeta não compreende seus amigos. O Poeta está sendo levado a tomar atitudes que não condizem com o seu estado de alma.
Às vezes é preciso ignorar as mazelas da vida para se ter momentos felizes... mas, hoje, os amigos teimam em incutir no Poeta sentimentos variados de rebeldia e dor.
É difícil para o Poeta mudar bruscamente de modos e conceitos.
Estão falando coisas indevidas do Poeta.
Coisas que não são e por não serem faz o Poeta sofrer.
Já pensou se o Poeta afirmar de que o Sol é preguiçoso; aproveitador e cara de pau... Que tremenda ira causaria no Criador Supremo... porém, o Poeta não joga com os sentimentos do Universo... ele é respeitador e aceita o Astro maior como ele é.
Hoje, o poeta chorou e, chorou de tristeza e desilusão.
Nada muda! Por mais que você procure achar de que algo mudará, é besteira; é uma tremenda idiotice achar que novas situações provoquem novas mudanças.
A alma do Poeta está ferida.Nem mesmo o canto dos pássaros ou o perfume embriagador da relva verde conseguiram conter o pranto daquele que desde tenra idade têm primado pelo caráter; honra e trabalho.
Uns dirão: Tudo é bobagem! Outros dirão: Ele é cheio de "não me toques", porém, aqueles que realmente conviveram com o Poeta dirão: O Poeta não merece nada do que escutou.
Finalmente, concluo: TUDO É NADA!, E, NADA É TUDO!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

UMA SEMANA E TANTO...

E, hoje,termina mais uma semana; A primeira de Dezembro. A semana foi cansativa para mim, aposentado que o sou. Levei e fui buscar diariamente a minha amada Edna em Guararema. Como meu carro Siena não possui ar condicionado; sofri, e muito com o calor... mas, o que a gente não faz pelo amor? Para compensar vamos sair à noite e tomar um bom vinho e degustar um manjar delicioso. E, o frio? como muda o tempo em nosso Brasil? É uma provação para nós, idosos. Haja pulmão para resistir e, a pneumonia sempre rondando.
Bom mesmo foram os "cafés" deliciosos na companhia dos bons amigos Olívio e Laércio na Dona Bela. A reunião dos três amigos: O rico; o sistemático e o pobre. Quem é quem? Logo estarei revelando. Paciência e caldo de galinha não faz mal para ninguém.
Amanhã cedo irei ao sítio com os meus filhos. O Aldo Jr. vai cozinhar um frando caipira com mandioca. Estar junto aos filhos é muito prazeroso.
Pra rematar: Eu e a Edna estamos iniciando os preparativos para o "CRUZEIRO" que faremos no final do ano. Serão 10 dias em alto mar...
Uma abraço a todos e um excelente final de semana... com a vitória do CORINTHIANS, é claro.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

"COISAS DA VIDA"

Na audiência de pensão alimentar que o Dr. Laércio atuou defendendo minha neta, Nathália, soube por ela de que o amigo advogado quando usou da palavra expôs a situação em que o pai até o presente momento não conhecia a filha, ali à sua frente, e que ele poderia um dia qualquer encontrá-la na rua e arriscar alguns comentários impróprios visto a mesma ser uma jovem muito bonita. É evidente que o meu amigo usou outros argumentos em favor de sua cliente, mas não vem ao caso agora. ( Serei eternamente grato pelo ato praticado e sem COBRAR NADA.)
E não é que o argumento usado pelo meu grande amigo Dr. Laércio ocorreu em Zimbábue. O Zimbabuano Titus Ncbe agendou os serviços profissionais de uma prostituta e, qual não foi a sua surpresa ( desagradável, que o fez chorar muito) quando a moça entrou no aposento do hotel onde ele estava hospedado e constatou estarrecido de que ela era nada mais, nada menos, do que sua filha. Ele tinha deixado a família. Arrependido, reatou com a mulher e tirou a filha da prostituição.
São "COISAS DA VIDA" que acontecem quando não se tem Deus no coração. A Lei do retorno é imperdoável.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

UMA BREVE VIAGEM NA MÁQUINA DO TEMPO

Nós todos temos em nosso cérebro uma perfeita e maravilhosa "máquina do tempo" que nos leva com a rapidez da velocidade da luz para visitas ao passado de nossas vidas. Ao futuro, ainda não tentei. Quem sabe um dia o farei. Bem, vou relatar a viagem que fiz ao meu passado, mais precisamente quando tinha 14 anos de idade, e olha que já se passaram 52 anos... mas tudo é muito nítido e me vejo no auge das minhas aspirações; dos meus sonhos; da minha inocência e do desejo de amar e ser amado. Tenho 14 anos e estou num parque de diversões na Praça Santa Terezinha. Estou loucamente apaixonado por uma jovem de minha idade que se chama Aparecida... Raramente a vejo, a não ser no mercurinho do Cine Palas aos domingos e de quando em quando sentada na calçada frente à sua casa na Vila São José. Sou tímido. Às vezes eu passava ao seu lado e ficava vermelho de vergonha. Demorou alguns meses para falarmos as primeiras palavras. Com o passar dos meses começamos a namorar. Como presente de compromisso ela me deu o seu bracelete repleto de balagandans. Eu dormia com ele em minhas mãos. Volta e meia me via aspirando o perfume que ficou impregnado de sua pele. Mas, voltemos ao parque. Tínhamos brigado. O ciúme estava corroendo minha alma pois alguns garotos pretendiam conquistá-la. Andando de um lado para outro dentre as barracas de tiro ao alvo; do carrossel de cavalinhos; da roda gigante; do chapéu mexicano e de tantos outros brinquedos percorria com os olhos a sua imagem alegre, bonita e chamativa. Assim fiquei até a hora de ir embora. Não podia passar das 10 horas. Lembro-me que antes de ir embora ofereci uma música ao meu amor com a seguinte mensagem:" Alguém, apaixonado oferece a música QUERO BEIJAR TE AS MÃOS, com o cantor ANISIO SILVA para a jovem Aparecida... como prova de amor." Antes da música terminar ela me olhou, me piscou um de seus olhos e me jogou um beijo. Nesta noite fui feliz, infinitamente feliz.
Ah!, alguém está me chamando... Preciso desligar a máquina do tempo... Quem sabe outro dia a ligarei novamente... É muito bom ter algo para recordar.

domingo, 27 de novembro de 2011

ATITUDE LOUVÁVEL

È uma atitude louvável a do Fantástico de colocar no ar o quadro: BRASIL SEM CIGARRO. Parabéns ao médico Dr. Dráuzio Varela pela condução do programa. É incontestável os malefícios que o vicío do cigarro causa ao ser humano. Desnecessário se torna falar de tais doenças advindas do uso do cigarro. São todas conhecidas dos fumantes e não fumantes. Basta saber de que após o infarto o paciente deixa de fumar instantâneamente; ou de um AVC ou mesmo de um câncer no aparelho respiratório. Nada é mais desagradável do que ficar ao lado de um fumante inveterado. O odor que exala do corpo e da roupa é insuportável. Ainda bem que as autoridades estão restringindo ao máximo a permanência de tais viciados em ambientes fechados. É uma maneira de nos proteger, pois, sabemos de que a fumaça que nos atinge é prejudicial à saúde. Creio que um dia( TALVEZ EU NÃO O VEJA) nãos existirá um só fumante no planeta Terra. A evolução biológica que nunca cessa vai tornando o indivíduo mais inteligente e, somente o uso da inteligência é que vai torná-lo um homem desprovido deste maldito vício.
É incompreensível um médico, advogado, professor ou mesmo um cientista fumar... Prova de que a evolução em seu cérebro ainda está incompleta.
Eu, particularmente tenho um lema a respeito dos viciados em cigarro:
" PESSOAS INTELIGENTES NÃO FUMAM: PRESERVAM A SAÚDE E O MEIO AMBENTE!"
A interpretação fica a cargo de cada um.

FINAL DOS TEMPOS

Pois é, e não é que os Maias e o Nostradamus estão cobertos de razão quando dizem que o final do planeta Terra está próximo? Pela notícia que li no UOL passei a acreditar ainda mais no cataclisma final. Estava escrito: LAMPEÃO, O REI DO CANGAÇO, ERA HOMOSSEXUAL!!!!
Ora bolas, se um dos mais temidos homens do sertão nordestino, o mais fascínora, o matador sem compaixão era homossexual é porque o mundo está de cabeças para baixo. Já tive uma surpresa terrível quando vim a saber que o meu ídolo Rock Hudsom era homossexual, agora com esta notícia dada por um escritor que pesquisou a vida do cangaceiro fiquei estarrecido.
Quando assistia filmes do terrível cangaceiro lá pelos idos de 60, eu tremia na poltrona de medo de que ele pudesse sair da tela e me atacar... não devia ter tanto medo assim.
Que fique claro que não tenho nada com a "possível" opção do temido cangaceiro; só acho que ele era "macho" demais para o povão da região. E, Maria Bonita, o que será que tem a firmar sobre a notícia? Creio que só em outro mundo saberemos a resposta. De qualquer maneira, eu afirmo: Não acredito nesta versão.
Tenho dito!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A ARTE DE PERDER - ELIZABETH BISHOP ( 8-2-1911 - 6-10-79)

A ARTE DE PERDER

A arte de perder não é nenhum mistério
Tantas coisas contém em si o acidente
De perdê-las, que perder não é nada sério. Perca um pouquinho a cada dia
Aceite, austero, a chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério
Depois perca mais rápido, com mais critério:
Lugares, nomes a escala subsequente da viagem não feita
Nada disso é sério.
Perdi o relógio de mamãe.
Ah! E nem quero lembrar a perda de três casas excelentes
A arte de perder não é nenhum mistério
Perdi duas cidades lindas.
E um império que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudades deles.
Mas não é nada sério.
- Mesmo perder você( a voz, o riso etéreo que eu amo) não muda nada.
Pois é evidente que a arte de perder não chega a ser mistério por muito que pareça (Escreve!)
muito sério.

A MONOCULTURA DO EUCALIPTO

Nãoquero polemizar com o meu leitor que discordou da minha posição em não plantar eucalipto no meu sítio. Só quero deixar algumas informações que me levam a esta decisão:
1. Como biólogo não posso aceitar que uma floresta que abriga centenas e centenas de espécies tanto vegetais, quanto animais, seja substituída por uma só e, artificial;
2. Todos sabemos que a monocultura do eucalipto não oferece frutos e nem abrigos para a fauna da região;
3. As folhas são mineralizadas, portanto, não se transformam em adubo orgânico;
4. Atendem somente aos interesses financeiros de grandes empresas e de pequenos agricultores que acham mais fácil arrendar a terra por vinte anos do que cultivá-la.

Quanto ao fornecimento de folhas para que os escritores possam escrever seus livros não é relevante, pois, Machado de Assis, escreveu muitos livros quando ainda não existia a monocultura desta espécie e, com a tecnologia a mil, logo os livros serão todos eletrônicos.
Aconselho o meu nobre bloguista a assistir o filme sobre a monocultura do eucalipto no seguinte endereço:
acaoecosocialista.wordpress.com
Não vamos polemizar, apenas trocar idéias.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

UM DIA DEDICADO À MÃE NATUREZA

Hoje, tirei o dia para dedicá-lo à mãe NATUREZA. Logo cedo fui até a Floricultura no caminho de Tremembé e comprei 11 mudas de laranjeiras das mais diversas espécies para plantá-las em meu sítio. Após solicitar ao seu Zé que as plantasse passei a contar quantas árvores frutíferas e outras nativas já plantei no sítio. Fiquei surpreso: 97 pés de ameixa; 5 pés de graviola; 6 pés de araxá; 2 pés ( já produzindo) de framboesa; 6 pés de acerola;3 pés de limão cravo; 5 pés de jaboticaba, inclusive um pé com mais de 100 anos, abacates;manga , mexirica , 5 pés de amora; 4 pés de figo. 2 pés de mamão e muitos outros. Nativas deve ter mais de 20. Quando tudo estiver produzindo vai ser um banquete para os pássaros e animais silvestres. O que nunca vou plantar é eucalipto, isto porque tennho 3 nascentes maravilhosas que alimentam o lago onde pululam mais de 1.000 lambaris e 150 tilápias. Modéstia à parte o meu sítio é lindoooo!
Se "coisas da vida" não me importunar viverei tamanha felicidade em contato com a natureza.
Logo estarei montando o meu apiário com 5 colméias para retirar o mel puro e delicioso.
Hoje, também, dei início à construção da Horta e do lugar onde instalarei a FONTE ADELAIDE GALHARDO DE AGUIAR... QUEM VIVER VERÁ!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

CUBOS DE GELO À DERIVA

Cubos de gelo à deriva no líquido verde trombam no cristal
Produzindo sons que se assemelham aos "ais" da mulher-amante...
São seixos que rolam pelas vielas na tempestade outonal,
Ou, lágrimas minhas, que escorrem e se misturam à bebida esfuziante.

Com gestos estudados, nunca tresloucados ou trêmulos ou falsos
Rodopio a taça provocando no seu âmago um "Tsunami" fatal
Onde naufraga dentre as vagas dois corações tolos e bêbados;
Duas almas sequiosas de se possuirem na alcova de paredes de cristal.


Sorvo o líquido verde e me delicio com a embriaguez que me seduz
Em goladas que anestesiam a língua e aos desejos loucos induz
Um arroubo de insensatez, fazendo-os, verdugos, da posse carnal.


Que líquido maravilhoso é este?, a não ser o verde e forte absinto
Responsável por me proporcionar momentos de amor infindo...
Cubos de gelos trombam, se desgastam e somem no vazio cristal.

MULHER PESCA HOMEM NO INTERIOR DE SÃO PAULO

Aconteceu em Sorocaba. Uma mulher estava tranquilamente pescando e certamente tirando de seus pensamentos as neuroses da semana quando sentiu o anzol pesado. Pensou tratar-se de um enorme peixe ou quem sabe um enrosco. Qual não foi sua surpresa quando viu boiar na água um cadáver de um homem. Assustada chamou a polícia.
Bem, posso inferir desta notícia o seguinte: O mar, ou melhor o rio não está para peixe. Algumas dezenas de anos atrás bastava jogar a "minhoca" na água para tirar saudosos lambaris, piabas, e até mesmo dourados dos nossos rios interioranos. A pesca era um esporte familiar. Era comum o patrão levar a patroa e os filhos pra um delicioso pic-nic à beira de um rio qualquer. Passados algumas horas a festa estava completa e o samburá voltava "vomitando" peixes pela boca. Hoje, tudo mudou. Ao invés de graúdos bagres o que pega são cadáveres. Melhor mesmo é levantar no domingo bem cedo e ir até o mercado e no rio "pedra branca" e adquirir belos espécimes de peixe. A surpresa que espera o pescador, digo, o comprador é o preço, mas... o que não se faz para a querida patroa e filhos?
Está nervoso? Vá pescar... peixes, é evidente.

domingo, 20 de novembro de 2011

DOMINGO - DIA DE ALEGRIA

Hoje é domingo... Dia de alegria.
No almoço pagam o "pato" frangos, perus e afins. Isto para não falar dos caprinos. É uma algazarra geral...no bom sentido é claro.
Bom, vou parando porque a fome está apertando e a minha querida consorte está à mesa.
Um feliz almoço e domingo para todos.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

COISAS DA VIDA

O dinheiro é a raíz de todos os males. Sua influência nos "pobres mortais" chega às raias do incompreensível. Crimes bárbaros são cometidos pela sua posse. Desavenças familiares são comuns quando se trata de herança, mesmo que, a herança não passe de umas míseras taperas.
Às vezes o dono das míseras taperas serve de instrumento para fomentar a discórdia em seus descendentes. É uma pena.
É como se a insignificante parcela que cabe a cada um, fosse resolver todos os problemas. Ao contrário, por "COISAS DA VIDA", sabemos que o recebido desaparece como névoas nas mãos dos ávidos por $$$$ fácil. É mais fácil receber sem nada fazer, do que amealhar com o suor do rosto (Pensam eles).
Muitas vezes pessoas ganham terrenos, casas e carro sem esforço algum. Depois de algum tempo nada mais possuem. O que chega fácil, sai fácil e, quase sempre, não agradecem.
Agradeço à Deus por não me fazer um "àvido" por dinheiro. O que hoje possuo é com o suor do meu rosto e o ganhei com honestidade, não precisei me transmudar em "Tubarão".

terça-feira, 15 de novembro de 2011

DIAS MARAVILHOSOS

Sim, foram dias maravilhosos!
Passamos o feriado do 15 de novembro na Pousada Serra Azul no pé da serra de Ubatuba. Embora tenha chovido todos os dias, aproveitamos o máximo de que a paisagem exuberante pôde nos proporcionar. Travamos contato com casais de São Paulo e com eles jogamos buraco e bebemos muito vinho, além, é claro, da comida deliciosa.
Não, não é preciso ser rico para ser feliz. Basta apenas ter paz e muito amor no coração.
Que venha o próximo feriado.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

NO FUNDO DE UMA TAÇA - 11-11-11

No fundo de uma taça restaram apenas gotículas rubras
Do vinho tinto que sorvi enlouquecido de febris desejos,
No ardor das carícias infindas embaladas pela doce volúpia
Da posse trêmula do corpo rebelde em "ais" efêmeros.

Éramos dois corpos em alucinada sofreguidão destituídos de raciocinio
Embalados pelo "proibido" e acalentados pelo "possível" carnal...
Não, não tínhamos a sensatez de possuir e nem de sorver o rubro vinho
Em modorra de lagartos ao sol e sim, de tigre e tigresa, no cio animal.


A taça permanecia inerte e fria reservando para si gotículas esparsas
Que tingiam o cristal como se fora uma pintura de "Rembrand"
Dando a forma ao objeto de um corpo desnudo, morno e exuberante.


No ardor dos beijos molhados a boca sedutora se fez rubra e tumefata
Sorvendo o líquido gelado e rubro em goladas afoitas e intermitentes.
No fundo de uma taça o vinho, o amor, e os sortilégios se fizeram presentes.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

PROLIXOS & CONCISOS

Pensando com amor na mãe Natureza e na economia de milhões e milhões de árvores, inicio uma campanha de erradicação dos ditos "Prolixos" em prol dos "Concisos". Assim, creio, economizaremos folhas de caderno e manteremos muitas árvores em seu "habitat".


Começo hoje, com alguns exemplos de mudanças:





1. Num bar de uma cidade qualquer, em um bairro, qualquer existe uma placa com os seguintes dizeres: (PROLIXO)


- Não vendo fiado;


- Não aceito cartão;


- Não marco em caderneta;


- Não aceito cheque;


- Não empresto.





( CONCISO) :


Vendas só a dinheiro.





2.Está num anúncio de jornal: ( PROLIXO)





Vendo um Fusca ano 71 no seguinte estado:


- Motor com folga no mancal;


=- Motor queimando óleo;


- Soleiras das portas enferrujadas;


- Portas com folga;


- Pintura gasta;


- Assoalho furado e com ferrugens;


- Folga na caixa de direção;


- Estofamentos rasgados ;


- Pneus meia vida





CONCISO:


Vendo um fusca ano 71 FUDIDO.





3. Está numa carta que encontrei jogada num banco de jardim:


PROLIXO


Querida, você nem ao menos se dignou em olhar para mim quando foi embora. Virou as costas e partiu. Não se importou com a minha dor e o meu muito suplicar. Pensei que ia enlouquecer de tamanho desprezo. Implorei, implorei e você nem ligou. Às vezes fico pensando o motivo deste seu gesto. Nunca mais me ligou e nem escreveu. Será que eu fui o culpado? O que faço agora de minha vida? O que aconteceu comigo? O que você fez comigo? Não entendo ou não quero entender ( e, assim por diante).





CONCISO

Querida, levei um pé na bunda.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

TRANSCRIÇÃO DA NOTÍCIA PUBLICADA NA FOLHA DE SÃO PAULO DE 8-11-2011 – PODER A11 – REPORTER DANIEL RONCAGLIA.



EM DEBATE SOBRE CIRCO, TIRIRICA DÁ SHOW DE HUMOR.


Deputado faz em audiência pública em São Paulo o primeiro discurso desde que assumiu.


Tiririca, (PR-SP) transformou ontem seu discurso de estréia como deputado em um show de comédia.
Ao presidir em São Paulo uma audiência pública sobre a questão do circo, o humorista falou por 12 minutos e arrancou risadas da platéia por diversas vezes.
“Eu era conhecido na minha rua como “rasga mãe”, brincou, sobre o tamanho de sua cabeça.
Emocionado, Tiririca contou sua história e lembrou a música “ Florentina”, que virou nome de uma de suas filhas.”Quando falam Florentina, é uma gozação total com ela, porque “ô” nome feio.”
“Minha mulher é conhecida como perna de jogador. Não porque é grossa, mas por ser cabeluda”, afirmou, em outra passagem.
No discurso, o deputado mais votado do país, que obteve mais de 1 milhão de votos, não comentou sua atuação parlamentar.”Fiz esse pequeno “pocket show” para dar uma descontraída”, disse.
Tiririca foi elogiado por “políticos artistas” presentes como a deputada Lecy.
Brandão (PC do B) e os vereadores Netinho de Paula (PC do B) e Agnaldo Timóteo (PR).
“As pessoas não esperavam o que você fez aqui. Você é o cara”, disse Netinho.
Coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura, ele marcou audiência para dezembro, quando deve discursar na Câmara.


O que devo comentar?
Fica difícil e fácil ao mesmo tempo.
Difícil quando cai a ficha de que a nossa Cultura está nas mãos de um deputado palhaço, mesmo quando outro político ( que espanca mulher) afirma que ele é o “Cara”, parafraseando o Presidente Obama. Um deputado federal que se elegeu com mais de 1 milhão de votos deveria sim, ser o “Cara” por ótimos predicativos intelectuais e domínio da política e seus meandros; nunca, por usar a família (Filha e Esposa) para atrair apupos. Está para completar um ano de mandato, recebendo polpudos salários e ainda não pronunciou um discurso sequer na Casa para o qual foi eleito.
Fácil quando lembramos das palavras do Presidente Francês Charles de Gaulle que antes de conhecer o deputado e palhaço Tiririca afirmou: “ O BRASIL NÃO É UM PAÍS SÉRIO.”
Fácil quando se publica diariamente os escândalos envolvendo Ministros e suas falcatruas.
Fácil ou difícil?
Deixo a resposta para os meus fiéis bloguistas.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

SUBJUGADO PELO CAOS

Sim, sinto-me subjugado pelo caos.
Confesso sem medo de ser mal interpretado, mas, o caos é o meu senhor.
Senhor dos meus atos inconsequentes e banais;
Senhor dos meus sentimentos frívolos e inúteis;
Senhor dos meus anseios pueris e insípidos...
Tenho o caos em minhas veias e por conseguinte em meu âmago.
Aconteceu um dia de tê-lo interiorizado em minha alma...
Achei que podia me livrar de tal insidioso personagem.
Perdi e perdi feio.
Hoje, ele domina a minha razão; o meu coração e claro, a minha alma.
Sou redemoinho sem direção;
Sou tufão sem norte;
Sou espectro à deriva no olho do furacão.
Vagueio com pernas bambas e macilentas;
Sigo para à frente quando quero ir para trás e, vive-versa;
Penso em desalinho como um carretel de linha desenrolado e cheio de nós...
O caos é o meus senhor absoluto.
Posso sair do caos? Até que posso, mas, sair para que?
O caos me faz sentir confiança de que serei compreendido,
Apesar de que não faço menção de viver no mundo da compreensão.
O caos me leva diretamente para o mundo da ficção
Onde não existem cobranças de espécie alguma.
Se sou feliz ou não sendo escravo do caos não posso afirmar...
Afirmo sim, que viver no emaranhado do caos é salutar e tenebroso.
Ah!, vou parar de escrever... está na hora de ser algemado pelo caos.
Caooooos!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

BÊBADO DE DAR DÓ

ANDAVA TORTO, EM ZIGUEZAGUE,
O CORPO PENDENDO PARA OS LADOS.
COMO QUE NÃO QUER NADA, COLEI NELE
E, PUDE CONSTATAR QUE ESTAVA EMBRIAGAD.


SIM, ESTAVA BÊBADO DE DAR DÓ!
NÃO ESTAVA AGRESSIVO, MUITO MENOS INCONVENIENTE.
NO LUGAR DA VOZ PASTOSA, GARGALHAVA E, SÓ!
MAS, TRANÇAVA AS PERNAS NO CAMINHAR RENITENTE.


CURIOSO, ME APROXIMEI E, LHE FIZ A INDAGAÇÃO:
"CIDADÃO POR QUE BEBES, SE BÊBADO, PERDES A RAZÃO?,
DEITA E CURE A RESSACA NESTA VERDEJANTE RELVA."


RESPONDEU (TENDO OS LÁBIOS SUJOS DE CARMIM) À PERGUNTA:
" CARO AMIGO, HOJE, TIVE A MULHER QUE AMO, NUA."
AH, E CONTINUOU EM ZIGUEZAGUE... ESTAVA BÊBADO DE DAR INVEJA.


Poema extraído do meu novo livro a ser lançado:
"LIVRO DE POEMAS DO CORPO, DA ALMA E DO VENTO."
página 75.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A HOMENAGEM AO POETA DRUMOND QUE NÃO FOI FEITA

Aconteceu no Congresso Nacional, ou melhor, não aconteceu!
Na segunda-feira, antevéspera do feriado de Finados o nobre deputado Chico Alencar resolveu prestar homenagem ao nosso Poeta maior Drumond que estaria completando 109 anos, discursando e declamando seus poemas. Assim pensou lograr o seu intento... mas, não conseguiu e, pelo simples e corriqueiro motivo: Ausência dos nobres pares no salão do Congresso. Realmente o nobre deputado sonhou e sonhou alto achando que na semana do feriado encontraria a casa lotada. Ledo engano e um engano muito simplório, pois, deve conhecer da rotina de seus nobres pares. Não tinha mais de que 10 deputados presentes... Uma afronta para o nosso poeta maior, deve ter pensado o presente deputado e, resolveu não declamar os versos que tinha preparado. Ora, todos sabemos das pretensões dos nossos "dignos" representantes: Se a matéria envolve $$$ a casa fica repleta de sair figurões pelos ralos; se, não envolve $$$$. aparece meia dúzia de "gatos" pingados. Parece que nem o nobre deputado Tiririca, responsável pela comissão de cultura deu seus ares da graça... A coisa continua feia no Congresso Nacional.
Contemplando a Lua, pensei com meus botões: Se uma data tão importante como o aniversário de 109 anos do Poeta Drumond os congressistas não deram a mínima, imagina como reagirão quando este aprendiz de poeta morrer e, um político qualquer resolver prestar uma homenagem, não no Congresso Nacional ( muita pretensão), talvez numa Câmara Municipal... Ah, creio que só os meus amigos Laércio e Olívio estarão presentes... É a vida!
Deixo aqui o meu repúdio aos congressistas que não homenagearam o nosso Poeta maior

terça-feira, 1 de novembro de 2011

SOBRE O COMENTÁRIO DO ILUSTRE AMIGO LAÉRCIO

Fiquei deveras maravilhado com a sua equação que explica com clareza o peso que a nossa Terra está carregando. São dúvidas como as nossas que impulsionam as ciências que explicam o Universo. Quando escrevi a minha "Teoria" esqueci de acrescentar de que estou contribuindo para diminuir o peso da nossa Terra: Estou fazendo regime e devo perder uns 15 kg. Estou fazendo a minha parte.
Continue a nos agraciar com os seus comentários inteligentes e fáceis de serem assimilados.
Sou seu grande amigo e admirador.
O poeta.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

UFA! QUE APERTO!

Ufa! Que aperto!
Somo 7 bilhões de terráqueos.
O planeta Terra está implodindo de seres humanos ( principalmente). E, pensar, que tudo começou com Adão e Eva ( Teoria Criacionista).
Deus, num arroubo de sabedoria criou o primeiro homem, Adão. Dele, tirou uma costela e criou a primeira mulher, Eva. A partir deste singelo e belo casal e com o passar dos milênios chegamos a que somos hoje: 7 bilhões de almas àvidas por paz, amor e alimento( muito alimento).
Segundo a Teoria de Malthus a população humana deve duplicar a cada 25 anos. Diz ainda, o que é mais preocupante, de que a população cresce numa proporção geométrica, isto é, 2,4,8,16... e os alimentos numa proporção aritmética: 2,4,6,8,10... O que nos induz a pensar de que fatalmente faltará alimento para a humanidade em algum ponto do futuro. Hoje falta em algumas regiões de alguns países subdesenvolvidos.
Um dos pensamentos que tenho e que me intriga é o seguinte: Quando Deus criou o primeiro casal na Terra, ela girava em sua órbita ao redor do Sol destituída do peso dos seres vivos e de suas criações: edifícios; carros; matas artificiais; pontes gigantescas; arfefatos de aço e ferro etc.
Com o passar dos milênios é evidente que ela ficou mais pesada. Ela continua a fazer a sua órbita em seus movimentos de rotação e translação. A pergunta que faço é a seguinte: Será que ela ainda não se afastou nem um pouco de sua órbita, ou caiu alguns metros em direção ao Sol. Se ela se afastar do Sol , inevitavelmente teremos a Era Glacial; se ela chegar perto do Sol teremos um calor abrasador incendiando e matando tudo o que é vivo.
Conclusão a que chego na minha ignorância em Física e outras ciências que tentam explicar o Universo: É hora de se pensar em colonizar outro planeta. È pena que eu e o amigo leitor não estejamos aqui para esta experiência vivenciarmos. Enquanto isto não acontece o negócio é os "machões" usarem com mais assiduidade a "CAMISINHA"
Tenho dito.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

JORNAL APASE - ANOXXIII - N0. 215- OUTUBRO DE 2011

O Jornal APASE é uma publicação mensal do nosso Sindicato ( Sindicato dos Supervisores de Ensino). Dentre as notícias que veicula referente à classe de Supervisão, destina um canto para as letras. Volta e meia sou agraciado com a lembrança dos meus poemas. Neste número foi com alegria que pude constatar o poema "SAUDADES" do meu livro: "AMOR, AMOR, AMOR - ETERNA PAIXÃO" publicado, o qual passo a descrever:

SAUDADES

Saudades, muitas saudades...
Vontade imensa de vê-la, senti-la, beijá-la...
O perfume que usas, que tanto adoro faz-me falta.
Neste momento de infinda solidão
Desejo com ardor estar ao teu lado.
Não demores, venhas para mim, venhas
Sem receio, mesmo que para isto
Eu tenha de deixar tudo e, tudo
deixarei para ter o seu amor.
Não demores...

É bom ser reconhecido!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O MAR

O mar que não vejo está revolto;
As ondas que não vejo estão endiabradas;
A areia que não vejo está tórrida;
A falésia que não vejo está nua e calcitante...
Nada vejo por querer ver muito.

Estou há séculos à beira-mar à espera do inviável.
Sou gaivota desnuda de penas e bico;
Sou siri despido de casca e pinças;
Sou craca desprendida dos cascos de navios;
Sou concha vazia de pérolas âmbar.

O mar que vejo está dócil;
As vagas balouçam e fazem a criança dormitar;
Os grânulos de areia formam travesseiro para o marinheiro cansado;
As falésias íngremes reverberam sombra para o naúfrago...

Estou há séculos vendo e muito vendo:
Vejo os raios de lua incidirem nas espumas alvas;
Vejo as mãos calejadas dos pescadores acariciarem as águas;
Vejo os peixes e demais viventes do mar rodopiarem no ar de alegria,
Vejo a sereia nadar com volteios deliciosamente sensuais.

Vejo tudo, apenas não vejo o inviável,
Mas, o que é o inviável?
A não ser aquilo que não me é permitido ver.
Para mim é inviável:
O amor;
A felicidade;
A paz;
A esperança...

O mar não me é inviável...
Por não me ser inviável farei dele minha morada.

Espumas, vagas, conchas e peixes... Meus amantes seculares.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A CAMISOLA

A camisola me chamou a atenção e me fascinou.
Me fascinou pelo que era e pelo que não era.
Não sei precisar sua cor, mas, isso realmente importa?
Poderei afirmar que era azul ou branca ou preta ou furta-cor...
De que não era feita de pele de camaleão posso afirmar.
Também não sei dizer se era comprida ou curta... só sei que existia.
Quando meu hálito morno soprou no quarto ela se moveu;
Ou esvoaçou; ou dardejou feita mariposa bêbada.
A escuridão da alcova feria os meus olhos como punhal gélido...
Com mãos trêmulas tateei o corpo sedoso e meus dedos escorregaram
pela pele oleosa impregnada de óleos perfumados e fluídos viscosos...
A camisola protegia o vale com sua fenda profunda e proeminente.
A camisola não protegia as planícies e as montanhas fecundas da mulher...
A camisola era minúscula.
A camisola, após muito forçar os olhos, pude notar que era formada
De fios sedosos, perfumados e entrelaçados.
A camisola parecia mais uma teia de aranha.
A camisola não escondia nada, pois, transparente que era, deixava nu
O vale com sua deliciosa entrância.
Louco, tentei rasgar a camisola e só tive em minhas mãos
Um tufo de pelos macio.
A camisola me fascinou e me fez possesso no ato da posse inaudita.
A mulher da camisola minúscula me cativou... e me enrodilhou
Em sua camisola.

UM DOMINGO ESPECIAL - 23-10-11

Sem sombra de dúvida foi um domingo especial. A família da Edna resolveu comemorar o aniversário do Fernando no Sítio.
No meio dos cantos dos pássaros e da brisa amena que soprou o dia todo fizemos um excelente churrasco. A alegria foi geral. O sítio está um "brinco". Dá gosto de passar o dia lá. A represa está repleta de lambaris e tilápias. A jabuticabeira secular está com os galhos pendurados pelo peso das graúdas jabuticabas. A estrada está ótima. Tudo contribuiu para o sucesso do evento.
Sou feliz em ter sido agraciado por Deus com o Sítio " RECANTO DO POETA". Eu mereço!!!!!

VIAGEM À CURITIBA - 3 e 4o. DIAS

3o. Dia

Quinta-feira amanheceu com um sol radiante. Tudo no Resort é maravilhoso. O café da manhã é esplêndido. Uma variedade de guloseimas de deixar qualquer um de boca aberta, literalmente falando. Após o café os participantes do evento educacional foram para o salão onde foram apresentadas palestras. Eu, ator coadjuvante, fiquei me deliciando com a paisagem e tirando fotos de um avestruz. O almoço, como sempre, superou as espectativas. Tirei uma foto de um leitão assado para mostrar ao meu amigo Orlandino. À tarde, foi bastante proveitosa. Fiquei à beira da piscina respirando o ar puro da montanha. À noite nos levaram para jantar no bairro Santa Felicidade. Comprei vinho e após o jantar fomos para um clube árabe, onde lindas bailarinas dançaram a Dança do Ventre... Muito cativante.
A noite terminou com um City Tour pela cidade.


4o. Dia

Sexta-feira: último dia do encontro educacional.
Fomos conhecer a cidade mirim. Nela estão respresentados todos os órgãos de uma cidade: Prefeitura; Fórum; Cadeia; Banco etc.
Após o almoço tivemos uma palestra e após, antes do encerramento me´pediram para que eu declamasse alguns poemas( a minha fama de poeta e escritor já tinha chegado em Curitiba). O público, composto de Secretários de Educação e Prefeitos teve a satisfação ( modesto?) de me ouvir. Aproveitei à oportunidade para divulgar meu livro de Ecologia e solicitei um cartão para cada um... Breve estarei remetendo o material às Prefeituras. É bom ressaltar que o Brasil todo estava lá representado.
ÀS 18 horas embarcamos no voo da "Azul" e chegamos em SJC às 19 horas.
Foi bom, muito bom o Encontro Educacional.
Parabéns para a minha esposa Edna que representou tão bem a sua Secretaria de Educação de Guararema.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

VIAGEM À CURITIBA - 2. DIA

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Após o café da manhã fomos transferidos para um RESORT maravilhoso incrustado na Serra. Chama-se MABU - CAPIVARI ECO RESORT e fica distante de Curitiba 40 KM. Lá após os procedimentos de praxe fomos para o almoço. Que maravilha!!!!
Às 14 hs começou a programação voltada à educação. Eu participei da primeira parte e quando deu uma chance me retirei para o quarto. Que quarto!!!! Um luxo!!!!
Estou muito feliz e agradecido à Deus e à Edna por me propocionarem férias tão deliciosas.
À noite, após o jantar, ouviremos música e dançaremos e, certamente...

VIAGEM À CUTITIBA - 1. DIA - UM AZAFAMA SALUTAR

Dia 18 iniciamos nossa viagem à Curitiba para participar de um Congresso de Educação. Realmente, o compromisso é mais da Edna do que meu. Vou como acessor para assuntos gerais, ou mais precisamente, como marido. Ganhei o voo (Edna) e a estadia nos hotéis pela Firma patrocinadora do Congresso ( Pela minha experiência na educação).
Bom, embarcamos em São José dos Campos às 8:15 H no avião da "AZUL". O voo durou 55 minutos. No aeroporto Afonso Pena em Curitiba estava nos esperando um funcionário da Firma que nos levou até o Hotel no centro da cidade.
Quando já estávamos instalados confortavelmente na deliciosa suíte demos por falta de uma mala. Tínhamos esquecido no aeroporto.
Tudo resultado da pressa em retirar as malas e seguir para o hotel e gozar das delícias da Capital.
Discute dali, discute daqui a melhor solução. E, ela apareceu na gentileza da Firma que nos mandou um carro para nos levar novamente no aeroporto. Pelo trajeto que dura mais ou menos uns 4o minutos pudemos mais uma vez contemplar a beleza da cidade. Após recuperar a mala o funcionário nos levou e deixou no Shoping MULLER, no centro. Lá almoçamos e a Edna fez compras. Finalmente, pegamos um táxi e fomos para o hotel, felizes com a mala na mão.
À noite a Firma nos levou, juntamente com os demais Secretários de Educação´para um suntuoso jantar , regado a vinho. Sem sombras de dúvida tivemos um azafama salutar.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

MEU DÉCIMO LIVRO: LIVRO DE POEMAS DO CORPO DA ALMA E DO VENTO

Hoje, com muita alegria recebi o primeiro "boneco" do meu novo livro de poesias: POEMAS DO CORPO, DA ALMA E DO VENTO. São 70 poemas de amor. O livro está com 128 páginas... Páginas cheias de emoção, amor e poesia.
Quando nós escritores produzimos uma nova obra é como se fosse um filho nascendo. A emoção é a mesma. Espero em breve fazer acontecer a NOITE DE AUTÓGRAFOS. Quando este livro estiver pronto deverei trabalhar em outros 6 que estão iniciados. Se Deus quiser em 2012 deverei colocá-los na praça. Quem viver, verá.
Os que estão para término:
1. Giz, quador-negro e Dor
2. A menina que soltava pássaros ( Ecologia)[
3. O super bem-te-vi ( Ecologia)
4. Armas de brinquedo: A cultura inocente da violência
5. Contos picarescos
6. Por que duvidas de Mim? ( poema bíblico)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

UMA VISÃO PRIVILEGIADA

Sim, é uma visão privilegiada.
Da janela do meu escritório no quinto andar do Edifício Mauwad, de onde diariamente escrevo meus poemas, crônicas, contos e afins, vislumbro ao entardecer a Serra da Mantiqueira com as suas matas verdejantes emolduradas por alvas nuvens. Sou feliz por ter esta oportunidade. Às vezes creio não ser merecedor de tanta felecidade, mas, caio em mim e vejo do quanto fiz por esta ventura. Sou também agradecido. Não tenho maldade no coração. Se puder e quando posso faço tudo pelo meu semelhante; principalmente pela minha família. Sou incapaz de usar a fraqueza de outro para o meu proveito próprio. Assim, vivendo em calmaria vou tocando o meu barco e sei que sempre navegarei em águas tranquilas até o dia que está me reservado para navegar em outros mares ( outra eternidade ). Enquanto isso vou curtindo o amor da Edna; o convívio com meus amigos; o meu sítio delicioso e todas as coisas boas que a vida reserva aos homens de bom coração.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

A VORACIDADE DOS TUBARÕES

Não é surpresa para ninguém da voracidade dos tubarões. Feras que são, devoram sem piedade as suas presas. Ai daqueles menos cautelosos que se aproximam com inocência e coração ingênuo. São despedaçados, rasgados, destruídos e finalmente aniquilados. Existem tubarões em todos os mares e oceanos do mundo... até mesmo em terra firme. Os tubarões são inescrupulosos. Para eles não importa a espécie de presa: todas são motivos de sua ferocidade. Não se apiedam de nada, de ninguém. Creio que no lugar de coração, possuem um paralepípedo. Às vezes conseguem ludibriar um incauto mostrando se dócil e afável, mas, possuem o instinto da maldade. Já li sobre tubarões que viviam às custas de pessoas que os alimentavam; curavam suas feridas e lhes davam abrigo, porém, um dia qualquer, sem o menor aviso ou escrúpulo ( se é que os animais os possuem) atacavam a mão amiga, decepando-a e, se possível, matando a pessoa.
Em minhas orações peço a Deus que tire do meu caminho esta fera. que nunca me torne dependente de sua maldade; que nunca precise conviver com ela e, certamente o conseguirei, pois, não tenho o coração petrificado, mesmo porque sou temente à Deus e amo os meus semelhantes e, o mais importante tenho um medo terrível da " LEI DO RETORNO" que apregoa: "AQUI SE FAZ, AQUI SE PAGA!"
Tubarões que nadam e pululam em nossa sociedade vos declaro: VADE RETRO!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

EM GALHO DE JATOBÁ CACHORRO NÃO FAZ POLEIRO




A odisséia de brinquinho, cão vira-lata pardacento e surdo de um ouvido teve início quando o seu dono Flausino Pimentel me convidou após uma rodada de truco para no próximo domingo à noite caçarmos tatu na mata de propriedade do Sargento Pafúncio Crisaldo. De imediato, disse sim. Fazia tempo de que eu queria me embarafustar nos capões de mato para buscar um ou dois tatus que a minha patroa Crisálida sabia preparar com muito apreço. A carne do animal silvestre ficava tão deliciosa que era impossível degustá-la sem lamber os dedos e o beiço. Ainda mais quando era acompanhada da famosa cachaça “Suspiro de Donzela”, fabricada no engenho do major Porfírio Presoto por encomenda. Não existia nas prateleiras dos botecos. Era coisa fina. Uma tentação de dar nó nas tripas.
Marcado o dia passamos a combinar o que levar para matar a fome na noite enluarada. Combinou-se que a patroa do Flausino, Dona Cabriola Pimentel se encarregaria de preparar a matula.
Domingo chegou como qualquer outro: dando uma preguiça gostosa no povinho de Santo Antão do Mato Dentro. Após a missa na matriz e ter escutado com devoção o sermão do padre Juracy Ratino, fui para o bar do Pedrão dentuço onde me encontrei com o famoso caçador de tatus e, juntos, combinamos os últimos preparativos para a incursão na mata do Sargento aposentado da milícia. Papo vai e papo vem quando se instalou na mesa o soldado Catalão Paraense ( veio do Pará) e sabendo do nosso intento pediu para se juntar a nós. Pelo seu porte de vagão de trem, mais a peixeira na cinta foi um “pulinho” até nós concordarmos. E, assim, estávamos prontos para a grande aventura.
A Lua teimosa em aparecer atrás dos morros não testemunhou os nossos preparativos. Assim é que ela não viu quando eu tirei a minha VEMAGUETE da garagem ( suas portas abriam para à frente) e me dirigi até a praça onde os caçadores já me esperavam. Num relance adentraram no veículo, sem antes, porém, colocar o brinquinho no porta-malas. Sacolejando pelas estradas de terra fomos, empolgados pela certeza de que traríamos pelo menos uns dois ou três tatus: a confiança no cão vira-lata era o estopim para a nossa alegria. Quando chegamos ao local apropriado para iniciarmos a caçada, parei o carro abri o porta-malas e soltei o intrépido sabujo. Imediatamente o seu dono ordenou-lhe para que fosse desentocar os tatus e arrematou: “ Assim que ele cheirar um tatu ele desembesta atrás dele e o entoca. Então nós vamos atrás, guiados pelos seus latidos. Depois é só desentocar o bicho e zás... panela nele.”
A explicação foi tão convincente que já antevi o meu prato repleto da carne vermelha e saborosa. Mas...
Mas, o nosso sabujo não fazia tenção de sair correndo pela mata escura. Ficou sim, deitado sob o carro ganindo baixinho. Por várias vezes o caçador Flausino instigava o vira-lata para se enfurnar dentre a escuridão sombria em busca dos animais silvestres. Tudo em vão. O famigerado brinquinho não dava a mínima. Assim, neste impasse, passaram-se as horas. Quando eu ia propor de voltarmos para casa aconteceu o inusitado. O soldado Catalão Paraense agachou sob o carro e resmungando igual uma Maria Fumaça pegou o pobre vira-lata pelo rabo; volteou-o pelos ares algumas vezes e quando achou que o bólido tinha atingido a velocidade necessária soltou do rabo arremessando o cão tatuzeiro umas quarenta braças pela mata adentro. ´´É imperioso falar do sofrimento do amigo Flausino. Até as quatro horas da madrugada ficou berrando, chamando o seu nobre cão. Cada berro que dava soltava um lamento. Que triste cena eu contemplava: Flausino chorando chamando o seu cão e o soldado Catalão rindo e soltando pragas para que o cão sofresse dores atrozes em paga de sua covardia. Já desanimado de tanto esperar liguei a VEMAGUETE e chamei os caçadores para irmos embora. Flausino retrucou: “ Vou embora, mas, amanhã voltamos para buscar o meu amigo”. Com sono, nada mais me restou, a não ser, concordar.
Não voltamos uma vez, mas sim, três vezes. Foram três tardes à procura do brinquinho. Quando já estávamos pensando em desistir ouvimos um latido fraco no alto de um Jatobá secular. Com muita dificuldade, visto a árvore estar cercada de cipós e folhagens, vislumbramos o pobre vira-lata agarrado com as unhas e dentes no galho mais alto do espécime.
O resgate durou quatro horas e depois de exaustos e suados tendo os braços lanhados pelos espinhos da vegetação adjacente conseguimos trazer o cão até o chão.
Foi uma festa de arromba. Flausino beijava e acariciava o pequeno cão com frenesi e, o cão, retribuía ganindo baixinho.
Assim, terminou a odisséia do cão vira-lata brinquinho, que depois desta mal sucedida caçada nunca mais se aventurou pelas matas das cercanias.
De tudo isto ficou um hábito do cão tatuzeiro, de chamar a atenção dos moradores e visitantes da boa terrinha de Santo Antão do Mato Dentro:
Quando a tarde se despedia dando lugar às brumas da noite, brinquinho procurava o pé de laranjeira e subia em seus galhos indo ocupar o galho mais alto, quando com um uivo ameaçador espantava o galo carijó Belarmino, ocupando o seu trono.
Uma vez quando fui à sua casa, indaguei ao amigo Flausino o porquê deste estranho hábito. Ao que rindo me respondeu: É amigo, brinquinho acha mais seguro fazer poleiro em galho de laranjeira, do que nas alturas, em galho de Jatobá.”E, rindo, fui até a cozinha tomar um martelo da deliciosa cachaça “ Suspiro de Donzela”, cuja garrafa estava bem escondidinha no meio de um feixe de lenha

domingo, 18 de setembro de 2011

A DOR DO POETA

O Poeta quase nunca sente dor.
Ele é imune às dores causadas pelas coisas do mundo.
È mais fácil uma cachoeira secar do que lágrimas verterem dos olhos do poeta.
O Poeta chora e quando chora é sem sentir dor, ou então, com imensa dor.
E, por que?
Porque o Poeta não se liga às coisas comuns e inertes; às coisas de somenos.
Por exemplo: O Poeta não está nem aí quando as bolsas de valores despencam:
Mas, chora e sente dor, quando uma flor é pisada e esmagada por um materialista;
O Poeta desdenha se está vermelho ou não no cheque especial:
Mas, urra de dor e fica vermelho de indignação quando alguém prende um pássaro na gaiola;
O Poeta não sofre se veste roupas rotas ou anda descalço em leito pedregoso:
Mas se descabela todo se a Lua rompe dentre as nuvens e ninguém dela se lembra.
Ah, o Poeta é de outra raça... O Poeta certamente não é deste mundo.
De onde o Poeta veio não existe pensamentos que não estejam voltados para o amor e contemplação das coisas belas... O Poeta vive o seu mundo e, raramente permite que o mortal comum dele se apodere.
Quer enfurecer o Poeta?
É simples. BASTA APENAS exigir dele que se afaste por um minuto que seja do seu mundo.
Ah!, meu amigo, deixo um conselho: Nunca, mas nunca mesmo enfureça um Poeta.
Um Poeta enfurecido é o mesmo que:
As ondas violentas do mar tenebroso;
Os ventos impiedosos do avassalador tufão;
Os dentes caninos do voraz leão;
As garras aduncas da temível águia;
O veneno letal da ferina cascavel;
A ira implacável dos deuses de Atenas.
Por isto eu suplico:
Deixe-nos, Poetas que somos, vivermos à nossa maneira.
A Dor do Poeta é invisível, incomensurável, inimaginável... Só os Poetas se entendem.
Ser Poeta... uma dádiva de Deus!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

EM TOCA DE JAGUATIRICA PREÁ NÃO ENTRA





Frenegildo Freitas apareceu em Cordoália das Neves em uma noite de escuridão total. A Lua estava em greve. Já por vários dias ela não dava sinais de vida. Os pacatos moradores da Vila evitavam sair à noite para não terem maiores transtornos com algum gatuno, ou então, alguma alma penada, visto que o cemitério “Recanto da Saudade” ficava bem próximo da praça principal. Uma hora ou outra, um mais afoito percorria as ruelas vazias e escuras com passos apressados em busca do abrigo que pudesse protegê-lo dos perigos escondidos nas sombras da noite. Muito raro era encontrar um casal de namorados sob a proteção de uma marquise se entregando às delícias do amor. Foi nesta condição que Frenegildo aportou com seus parcos pertences na pensão “ Prato Feliz” de propriedade da viúva Bresália Fortuna. De imediato a matrona tentou induzi-lo a procurar outro local para ele fincar pé, mas, depois de ouvir a sua ladainha ela se condoeu e preencheu o livro de registro de hóspedes dando-lhe o quarto ao lado do único banheiro do imóvel. Por esta noite e as duas consecutivas Frenegildo não deu as caras na rua. Tratou sim, de descansar o corpo moído pela viagem no lombo do burro Praxedes. Só depois que sentiu o corpo e os músculos em ordem e, principalmente as pernas é que ele deu ares ao povinho do lugarejo. Sem maiores preâmbulos chegou ao bar “Alvorada” ; sentou-se num banco e pediu um martelo da melhor pinga da região. De imediato, a negra Alfonsina lhe serviu a bebida. Talagada vai, talagada vem e ele indiferente ao movimento do bar e da rua se pôs a mordiscar um palito de fósforo e sem maiores preâmbulos cuspia a saliva pegajosa e escura no piso sujo e encardido do bar. Neste ínterim deu entrada no boteco o anão Gurupita Pedregoso. Desde que o circo “Uma noite em Moscou” retirou os trapos de lona da cidade, o anão resolveu ficar instalado numa das casas da rua “Pintão AthaÍde”, onde o recebeu com carinho a donzela Tetê Carneiro já entrada na casa dos sessenta anos( Nunca se casou, por isto era tida por todos uma donzela). Bem, num piscar de olhos, o intrigante anão perguntou à queima-roupa para o Frenegildo o que ele fazia de melhor. O nosso herói ( ou quase) respondeu sem embaraço algum de que ele era campeão em rabo-de-arraiá. “Rabo-de-arraia?”. Perguntou espantado o gorducho anão. “Isto mesmo”, respondeu Frenegildo sem se dignar a abaixar os olhos e fitar o pobre anão. Como um rastilho de pólvora aceso a notícia percorreu todos os becos; buracos; ruelas; barracos; casas e até mesmo o cemitério se viu tomado pela notícia bombástica a ponto do coveiro Pestanildo declarar feriado no campo santo.
Por uns meses Frenegildo gozou de sua reputação de briguento imbatível em rabo-de-arraia. A primeira demonstração de sua habilidade “rabista” aconteceu numa quermesse na fazenda do Major Fragata. A festa ia de vento em popa quando um valentão cismou de passar a mão nas curvas da donzela Nenê Pintassilgo; moçoila dos seus dezesseis anos e cheia de fricotes. Com gritinhos estridentes ela chamou a atenção do Frenegildo que sem perguntar isto ou aquilo, aplicou um rabo-de-arraia no galanteador que, sem despedir do Major voou por sobre as barracas e foi aterrisar no curral de bezerros, onde ficou a noite inteira e só acordou para mamar nas tetas da vaca Favorita e desde então passou a berrar como um garrote desmamado. A fama de “rabista” de Frenegildo correu o sertão. Tornou-se imperioso conhecer o mais famoso aplicador de rabo-de-arraia das redondezas.E, assim, desfrutando de sua habilidade com as pernas ele foi vivendo e levando a vida em calmaria, até que...
Até que um dia também aportou em Cordoália das Neves um sujeito esquisito. Era esquisito por completo, tanto na carcaça, quanto no gênio. Tinha o corpo disforme. Era pequeno nas partes baixas e avantajado nas partes altas. A pele não tinha classificação de cor: ora era escura; ora era negra; ora era parda, mas, nunca branca. Parecia até que era um camaleão disfarçado de gente. Tinha os olhos encavados no rosto e nunca, mas nunca mesmo brilharam por alguém ou algum fato. Eram frios como os olhos de um urutu. Sisudo, não trocava palavra à toa. Só cuspia, por assim dizer, algumas palavras para o gasto. Quando chegou num dia chuvoso na praça Albertine no ônibus das quinze horas sentiu que estava pisando no lugar certo; na terra onde deitaria morada até que a morte o levasse para outra vida melhor. E, assim, Pretonildo Pacífico deitou amarras na bucólica cidade e, abriu o bar “ URRO DE LEÃO” na rua Cizino Freitas, número 65.
No começo das atividades comerciais o bar vendia bebidas e belisquetes e, atendia a freguesia que gostava de dar umas e outras talagadas, sempre acompanhadas de comentários jocosos e atrevidos. Passado algum tempo o enigmático comerciante passou a abrir o bar somente após as dezenove horas e instalou sobre o balcão uma lâmpada vermelha e enfeitou as paredes com papel celofane também vermelho. Com alguns golpes de marreta derrubou as paredes de um cômodo e instalou no canto uma sonata e, para terminar, encheu de garotas atrevidas, vindas todas da capital. No início foi um banzé dos diabos, A sociedade Cordoaliense botou a boca nos trombones. Mas, tudo em vão, mesmo por que o frequentador mais assíduo era o Doutor Delegado Josenildo Paranhos. De nada também adiantou os reclamos do padre Pedregoso e dos coroinhas. Pontualmente, às sete horas da noite, a luz vermelha se acendia e a imoralidade reinava dentre as quatro ou mais paredes do bar “URRO DE LEÃO”.
Para resolver o impasse a Sociedade Irmãs do Espírito Santo, constituída pelas abonadas e gorduchas matronas Cordoalienses se reuniu após muita discussão chegaram a conclusão de que só uma pessoa poderia devolver a moralidade à cidade: FRENEGILDO FREITAS e seu rabo-de-arraia. Conversa vai, conversa vem e convenceram o nosso herói( será?) a tomar atitudes com o imoral Pretonildo, que, argumentaram: “Com um rabo-de-arraia bem aplicado ele voa para outras bandas e deixa em paz nossos maridos.” Dito e feito.
A noite ainda estava capengando quando Frenegildo aportou no bar “URRO DE LEÃO”e, peremptoriamente gritou: “Nêgo do satanás, sai da toca que aqui tem homem pra te mandar pros infernos.” As últimas sílabas de “infernos” ainda estavam no ar, quando saiu em mangas de camisa e calção de brim azul o disforme mortal. Cumpre avisar o amigo leitor que ele tinha passado sebo de carne de bode velho nas pernas que além de deixá-las luzidias também as deixavam terrivelmente escorregadias. Este artifício foi a “pedra no caminho” do “rabista” Frenegildo ( só mesmo o inigualável poeta Drumond para entendê-lo).
De um salto mirabolante Frenegildo aplicou o golpe. Mas, que decepção. Caído no chão sujo do bar o “rabista” contemplava o seu rival em pé e ainda rindo em gargalhadas. Não desanimou e tentou se levantar para aplicar outro golpe, quem sabe o mortal, mas, ficou só no intento, pois, sem dar uma palavra; sem avisar o energúmeno aplicou-lhe um bofetão no pé da orelha esquerda, para em seguida dar-lhe um pontapé nas partes baixas deixando-o desmaiado e sangrando pelas ventas. Coube ao anão Gurupita Pedroso arrastar o moribundo pelas calçadas até a pensão “Prato Feliz” onde ele permaneceu desmaiado e acamado por vários dias. Quando numa bela manhã de setembro a passarinhada fazia algazarra na laranjeira ele acordou e foi interpelado pela senhoria Bresália Fortuna, que, sem dó nem piedade perguntou: Frenegildo você vai voltar no bar “URRO DE LEÃO” para lavar sua honra”?
Com os olhos esbugalhados e num esgar de dor respondeu: “ Eu tô louco por acaso? E, arrematou: EM TOCA DE JAGUATIRICA PREÁ NÃO ENTRA.” E, desabou num sono secular.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A CASA DE PEDRA

PARA EDNA AGUIAR

Quando cheguei à casa de pedra no alto da colina
Trazia às costas um castelo de sonhos não realizados,
Que me fazia cansado, alquebrado e triste com a sina,
Imposta a mim pelo destino, de nunca ter sido amado.

Com passos trôpegos adentrei no “hal” e depositei os sonhos
No chão pedregoso e escorregadio e me quedei a relembrar
O caminho percorrido; os tropeços nas pedras e os atalhos
Que me conduziram a lugar algum, ou, a um covil, para chorar.


Andarilho de roupas ou trapos rotos tendo a alma rota
Construí com a poeira do leito encardido um castelo
E, inocente, o dotei de colunas de sonhos: tarefa inócua,
Embora, amante pertinaz, as fiz com carinho e muito zelo.

Por uma eternidade carreguei comigo este castelo fictício
Na esperança ferrenha de um dia vê-lo erigido em aço,
Abrigando em seus infinitos aposentos o doce e sensual vício
De possuir e ser possuído até a lassidão que sobrevém ao cansaço.

E, assim, perambulando pela vida cheguei até a casa de pedra:
Cheguei e me instalei e fiquei por uma noite ou por um século.
Não importa o tempo quando se tem a certeza real, pétrea,
De que num átimo de segundo a casa de pedra será o meu castelo.

Sim, o meu castelo, não de sonhos, mas de uma realidade tangível,
E, nele, certamente, encontrarei à minha espera a mulher sonhada;
A mulher que o meu coração almeja: um sonho sublime e crível,
Não mais névoas a circundar as torres do castelo de areia dourada.

Quando cheguei à casa de pedra já sabia de que o castelo ruiria;
De que, os sonhos intangíveis, se tornariam carícias eternas.
Oh!,que felicidade saber de que não mais habitarei casas em ruína.
Habitarei sim, uma casa sólida; repleta de amor...Uma casa de pedra.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A FELICIDADE DO POETA

A felicidade do poeta é saber que existem flores; pássaros e estrelas.
Por que mais?
Basta somente aquilo que deixa o poeta feliz.

A VIDA COMO ELA É

A VIDA COMO ELA É:

É bela;
É excitante;
É romântica;
É desafiadora.

Eu, sou, como sou:

Apaixonado;
Poeta;
Romântico
Sonhador.

Tanto eu, quanto a vida, somos o que somos e, nada mais.

O MEU ANIVERSÁRIO

Hoje é o meu aniversário. Faço 65 anos. Estou feliz e a vida me é feliz. Estou na Argentina, mais precisamente em Buenos Aires ao lado da minha querida esposa Edna. Viemos pra cá dia 05 e vamos ficar até o dia 09. Não existe, creio eu, um lugar mais atraente e romântico de que Buenos Aires. Adoro esta cidade com seus prédios europeus; o clima ameno e principalmente o vento da tarde que açoita com suavidade a nossa testa. Tudo aqui é maravilhoso. Hoje estivemos no "CAMINITO". Quanta poesia exala nos ares. Mais à noite iremos no ESQUINA GARDEL, casa de tango onde cearemos e assistiremos o espetáculo de tango. Até o dia de embarcarmos desfrutaremos das delícias deste recanto.
Ah, ia me esquecendo: ganhei um BULOWA da Edna.
O Hotel é simplesmente maravilhoso e fica na região central.
Arre de tanto degustar carnes macias acompanhadas de suaves e perfumosos vinhos.
A vida, hoje, posso afirmar com convicção está toda voltada para me fazer feliz.
Após tantas idas e vindas o poeta achou o seu PORTO-SEGURO.
AGRADEÇO AOS AMIGOS SINCEROS QUE ME AJUDARAM A ENCONTRÁ-LO.
O POETA DEITOU AMARRAS NOS VERGALHÕES DO PORTO.

sábado, 3 de setembro de 2011

SONETO DE EXAUSTÃO

Estou exausto. Minhas carnes tremulam de desejos frementes
E, trêmulas, exalam pelos poros o perfume da pele suave e tépida
Que veste o corpo da mulher, que, a mim, se uniu eternamente
Formando um corpo uno; nunca mais duas almas paralelas.


A exaustão que sinto me faz o vivente mais feliz do universo;
Mais feliz do que os deuses que habitam o Monte Olimpo;
Do que os beija-flores que osculam os botões entreabertos,
Ou mesmo, dos amantes que julgam serem, dos mortais, os preferidos.


Por uma eternidade almejei com esperança, amor e tenacidade,
A união destas duas almas que nunca, por um momento, se curvaram,
Mas, sim, lutaram com forças desmedidas olvidando os percalços.


Hoje, posso dizer com o coração repleto de alegria e febril felicidade
De que as desilusões, intrigas e desavenças pelo éter se esfumaram,
Dando lugar à posse total... uma posse desmedida que me deixa EXAUSTO.

terça-feira, 30 de agosto de 2011


FRUTOS PROIBIDOS


Dois frutos maduros, suculentos e apetitosos
Balouçam impelidos pelo arfar do colo sedutor,
Como se duas maçãs balouçassem no galho frondoso
À espera da boca atrevida do audaz galanteador.

Pássaros multicoloridos esvoaçam entorno dos frutos
Na esperança ferrenha de por eles ser eleitos à mesa farta.
Assim como eles os meus lábios também dardejam
Entorno dos frutos alvos e trêmulos - ânforas tumefactas


Possuí-los é o mesmo que possuir tesouros inauditos;
É o mesmo que possuir os astros do universo sidéreo;
É o mesmo que possuir a alma em seu obscuro mistério.


Sei que nunca os terei à mesa, pois, são frutos proibidos,
E, como tais, pertencem, sim, aos reis, imperadores e príncipes.
Frutos proibidos – seios almejados... objetos da minha estulticie.


.





RODA-GIGANTE



Roda gigante que roda imitando doidos ébrios
Impelida pelos eflúvios que exalam das bocas
Que se beijam ávidas por beijos nas carícias loucas
Dadas pelos amantes sob o manto do negrume sidéreo.

Balouçam pelos ares almas e corações apaixonados
Desprendidos do perigo que paira na altura estonteante.
Oh!, criaturas, que desdenham a cautela e excitantes
Pendem para os lados e frente e explodem em doces afagos.


Bancos outrora frios e agora cálidos e aconchegantes,
Abrigam casais repletos de alegria, amor e desejos,
De um porvir risonho inundado por um oceano de beijos.


Roda-gigante que roda a despeito do meu olhar suplicante
De girar, girar e girar pelo espaço e noite do meu querer.
Roda-gigante – peço-te: gire, e não se importe como meu sofrer.




terça-feira, 23 de agosto de 2011

UMA CARÍCIA DESMEDIDA



Meus olhos a fitá-la imploravam.
Imploravam o que não sei descrever.
Só sei que tanto os meus olhos quanto o meu corpo
Imploravam.
De tanto implorar eu tinha os membros e entranhas doídos.
Doídos de uma dor que não sei descrever.
Uma dor desmedida.
A alma também implorava.
E, como toda alma, implorava, sem sentir dor.
Mas, a dor que sentíamos era envolvente e tomava conta de tudo.
Tomava conta do espaço; da noite; do dia; do vento; do silêncio e dos meus gritos.
Os meus olhos a fitá-la perdiam vida e sem vida não tinham viço.
Sem viço permaneciam vítreos e embaçados... duas miçangas sem valor.
Valor não se mede com alegria mas, sim, com dor,
Portanto, meus olhos, ou as miçangas passam a ter valor.
Sofro por implorar aquilo que talvez ela não queira me dar.
Por que temos que implorar o impossível?
É bem mais fácil almejarmos o exequível... sofremos menos.
Porém, por um século os meus olhos ao fitá-la vêm implorando num arroubo desmedido.
Implorando o que?
O que eles imploram com perseverança e magnitude ela bem o sabe.
Ela sabe dos meus anseios; dos meus desejos; das minhas aspirações... ela sabe tudo.
Os meus olhos a fitá-la imploram,
Imploram tão somente UMA CARÍCIA DESMEDIDA.

domingo, 21 de agosto de 2011

ENFIM, VOU ME CASAR!

Enfim, vou me casar!
Dia 02 de setembro às 10hs casarei. A minha consorte? Claro que é a Edna. Após um relacionamento de tantos anos, com muitas idas e vindas; com muitos amores e paixão; com momentos inolvidáveis de carinho, ternura e sedução, contrairei núpcias. Se me perguntarem se estou nervoso, respondo que não. É evidente que nesta idade ( 66 anos) se torna uma aventura ( no bom sentido) e como tal devo vivê-la em toda a sua plenitude. Sei que serei feliz e farei feliz a Edna. Após o casamento no cartório iremos para Penedo onde ficaremos até o domingo. Na segunda-feira voaremos para Buenos Aires e lá permaneceremos até o dia 09. Certamente passaremos uma Lua de Mel fantástica. Passeios nos lugares turísticos; casas de tango; vinhos e carne macia. Isto sem falar no clima ameno que tanto adoro. O Hotel em que ficaremos é maravilhoso : BISONTE PALACE HOTEL, que fica a mais ou menos 800 metros do obelisco.
Enfim, temos tudo para sermos felizes... e, merecemos!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

PLANTIO DE ÁRVORES

Diz a boca geral do povo deste remotas eras de que um homem para ser completo; para não passar em brancas nuvens neste planeta deve fazer três coisas: Ter filhos; plantar uma árvore e escrever um livro.
FILHOS os tenho em número de 3: ALDO JR., ALEXANDRE E ANALISA.
LIVROS: tenho 11 livros editados e mais 5 para editar;
ÀRVORE: ATÉ O PRESENTE MOMENTO DEVO TER PLANTADO EM MEU MARAVILHOSO SÍTIO PELO MENOS UMA CENTENA DE ÁRVORES.
Ontem tive o privilégio de plantar mais 16 árvores; sendo 10 nativas e 6 frutíferas. Já plantei 90 mudas de ameixa. Estão uma maravilha.
No meu sítio existe uma mata nativa de mais ou menos 1 alqueire com uma variedade enorme de espécies tanto animais quanto vegetais.
Creio que posso me sentir realizado. Já fiz as três coisas que se espera de um mortal... Ah, me esqueci de que não sou mortal, pois, tenho a honra de pertencer à Academia Taubateana de Letras... portanto, sou IMORTAL.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

SOB O RITMO DE UM CORAÇÃO



Sob o ritmo de um coração
Dancei uma noite ou um século;
Quem sabe uma eternidade.
Dancei ritmos que nunca havia dançado.
Deslizei pelo salão embalado pelo som
Que se desprendia de um coração.
Às vezes eu rodopiava no êxtase de um bolero;
Ou então no ritmo frenético de um flamengo.
Não importava a melodia;
Não importava o ritmo;
Não importava a letra da música que saía de um peito.
Importava sim, bailar e bailar, até a exaustão.
A noite parecia não ter fim
E um coração pulsava freneticamente impondo o seu ritmo.
Um suor pegajoso grudava a camisa em meu corpo, porém,
Os pés teimavam em não se desprender do piso escorregadio.
Bailava subjugado pelo ritmo ininterrupto de uma orquestra
De um instrumento só... Um coração ávido e romanesco.
A madrugada silente chegou e enciumada se fez verdugo;
Verdugo de minha alma; de meus sonhos; de meus desejos.
Madrugada-verdugo que de mim não se apieda;
Amante-verdugo que de mim não tem compaixão.
Rompe a aurora e o ritmo impregna cada vez mais o salão:
Acordes maviosos se confundem com o ribombar de tambores;
Sons de violinos se evolam em espirais de misticismo;
Notas estridentes partem das trombetas douradas;
Um pulsar fremente faz arfar o busto da bela mulher.
Sob o ritmo de um coração
Vivi uma noite de excelso romantismo.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O TROPEÇO DO BEATO J. PALHARES.


J.Palhares teve uma vida normal, isto é, dentro do que se pode chamar de normalidade quando se trata de um jovem no auge dos seus dezesseis anos. Como qualquer outro adolescente de sua idade viveu o que tinha de ser vivido. Nem mais, nem menos. Frequentou os grupos de amigos e junto deles desenvolveu as suas aptidões as que não eram poucas. Ora era um excelente arqueiro debaixo dos três paus; ora era um exímio caçador de preás; às vezes desempenhava o papel de mocinho nas brincadeiras de esconde-esconde; ou então se mostrava um aventureiro pertinaz quando se tratava de roubar frutas na chácara do italiano Mussolini. De aventura em aventura foi levando sua vida até os dezoito anos quando aconteceu o fato inusitado que o fez mudar bruscamente de vida, ou seja, de costumes, modos e comportamento emocional. Até então, além de dado a molequices era um habitual namorador. Tinha se lambuzado de mel nos lábios das mais belas morenas e loiras de Pedralva. Para muitas ele era um excelente partido, embora ainda estivesse na puberdade, mas, antes cedo do que tarde. Era o pensamento das moçoilas casadoiras e sonhadoras. Tudo caminhava às mil maravilhas para Palhares. Trabalhava de ajudante na loja de armarinhos do seu tio G. Palhares. Não ganhava muito, mas, o que recebia dava e de sobra para o seu sustento e para as matinês de domingo no cine Majestic quando enchia o bolso de caramelos: mimos que dava para a namorada do momento.
Como eu disse anteriormente, tudo caminhava bem, até o dia em que conheceu Lindalva. (cont.)

domingo, 7 de agosto de 2011

UM OLHAR ATÔNITO

Quando chegou a hora de nos despedirmos eu pensei que não ia suportar tamanha dor. Tínhamos brigado e decididos que a continuidade no relacionamento era insuportável. Há muito nossas vidas tinham degringolado; caído no lugar comum. Não que eu tivesse toda a culpa. Ela também ajudou e muito a chegarmos onde chegamos. Tudo começou quando ela foi notificada pelo seu ginecologista de que não podia ter filhos. Foi uma catástrofe. Como uma lesma ela se enfurnou no silêncio carregando sobre sí uma concha que me impedia de adentrar em seu âmago. À bem da verdade eu não me importei muito com a notícia. Achei e ainda acho que o nosso relacionamento não poderia sofrer interrupção; que deveríamos nos continuar amando e tocar a vida; que a vida em comum poderia ser enriquecida com muito amor, carinho e compreensão. Mas, nada disto funcionou. A partir de então os dias e noites se tornaram um martírio. Por incontáveis vezes tentei fazê-la compreender de que o amor supera todos os incovenientes que a vida nos prepara; que o destino de nossas vidas já está traçado por "Mãos" superiores e, que devemos aceitá-lo; não com resignação, mas com bom senso. De nada adianta nos revoltarmos pois " O QUE TEM QUE SER, SERÁ!".
Era uma tarde outonal quando ela sentou-se ao meu lado no sofá e disse que precisava ter uma conversa séria comigo. A princípio pensei tratar-se de mais uma longa conversa que não nos conduziria a lugar nenhum. Me enganei. Ela estava mais determinada do que o costume e sem maiores preâmbulos me disse: " Quero ir embora para sempre! Chega! Não aguento mais viver com você sob o mesmo teto!"
Estupefato pelo vigor e rancor contido na voz e pelo estilo peremptório com que a mim se dirigiu a única reação que tive no momento foi gaguejar algumas palavras sem nexo e permanecer boquiaberto. ( Sinceramente não esperava que a decisão de romper o nosso relacionamento fosse tão rápido assim. Apenas dois meses depois da notícia de seu médico.)
Num gesto rápido ela se levantou do sofá, pegou seu bolsa e se dirigiu à porta, deixando-me prostrado; sem ação alguma.
Quando escutei o som da porta ao se fechar, levantei-me do sofá e caminhei alguns passos trôpegos pela sala. Sem destino algum fui parar frente ao aparador que ficava num canto do aposento. Lá fiquei por alguns segundos petrificado e só o que pude vizualizar de mim no reluzente espelho foi o olhar... UM OLHAR ATÔNITO.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

UM OLHAR FUGAZ

Estava eu, como sempre o fazia, às 11 horas da manhã sentado no banco da praça ao lado do coreto, frente à Matriz de São Judas, quando vi dois caminhões enfeitados adentrarem na rua principal que ladeia a citada praça. Em Platina, pequena cidade, a rua principal se inicia ao lado da praça, corta-a e sai em direção ao campo de futebol no outro extremo do município. Não possue em extensão mais de que 500 metros. Dos dois lados da via principal situam-se os comércios e os casarões; remanescentes do Brasil colonial. Em tempos idos, Platina se projetou como a capital do café. Sediou Barões, Viscondes e Duques, sem falar nos coronéis que mandavam e desmandavam nos pacatos munícipes. Hoje, sua vida é marcada pela rotina de alguns comércios de secos& molhados e de hortifrutogranjeiros. A vida social é praticamente insignificante: possui um clube que vive mais fechado do que aberto. O que realmente anima os Platinenses são as festas religiosas e as gincanas promovidas pelo Grupo Escolar "Professor Rochinha Matos".Bom, mas vamos ao que me chamou a atenção nesta manhã encalorada: os dois caminhões enfeitados que cruzaram a Av. Dr. Mariozinho Serafim Leite. Eram veículos já um pouco gastos com suas lataria amassadas; porém, traziam letreiros pintados com cores esfuziantes o que os faziam serem notados sem a mínima dificuldade. Em um deles pude ler: " CIRCO IRMÃOS BELIZÁRIOS" " A DIVERSÃO PARA TODOS" ' LEÕES, TRAPEZISTAS, EQUILIBRISTAS E O PALHAÇO JANJÃO PATOLA." Em pouco tempo a garotada fazia procissão atrás dos caminhões. Na carroceria do primeiro, sobre a jaula de um leão esquálido um palhaço arremessava ingressos para a criançada. Entre o buzinaço e o ribombar de um surdo o desfile prosseguiu até o campo de futebol. Mais tarde ficou-se sabendo que o "grandioso" circo se instalaria em Platina e aí permaneceria por 10 dias. Não deixa de ser um bem para a cidade, pensei com os meus botões, a vida vai ficar mais animada com esta atração, arrematei em meus pensamentos de admirador das artes circences. Ao me levantar para me recolher em meus aposentos caiu dos meu colo um ingresso para a noite de estréia. Bom, já era um excelente sinal de que o circo me queria como espectador.
A folhinha com a estampa de São Jorge atacando o dragão, oferta da Farmácia "Zéquinha Pedroso" marcava em vermelho( feriado) o sábado de inauguração do circo: 7 de setembro. O ano era o de hum mil, novecentos e cinquenta e oito. Eu fazia aniversário e, como presente ganhei mais quatro ingressos. Fui ao primeiro espetáculo circence do circo "IRMÃOS BELIZÁRIOS". Como era noite de inauguração o recinto estava lotado. Muitos moleques ainda tentavam entrar por debaixo da lona, mas eram rispidamente enxotados pelos seguranças. Antes do espetáculo circulavam dentre os espectadores bonitas jovens vendendo pirulito, amendoins torrados, algodão doce, dropes e balas e tantas outras guluseimas. Era noite de festa.
No picadeiro uma banda formada por 4 músicos entoavam alguns dobrados. Era uma estratégia para manter o público em paz e gastando até que o verdadeiro "espetáculo" começasse. Às nove horas em ponto soaram duas trombetas e os artistas entraram no palco, Foi um delírio geral. Palmas e assiovios estrondaram no aconhego das lonas esticadas. Durante duas horas todos ficamos absorvidos pelos números apresentados. De que eu mais gostei foi a apresentação dos trapezistas e, fiquei embevecido pela destreza e beleza da artista que liderava os outros dois. Além de linda; de um corpo prefeito, não tinha medo de voar pelos ares. Durante a apresentação não desgrudei os olhos dela e, durante os dias que antecederam o próximo espetáculo só tive pensamentos para ela. Cumpre registrar que eu tinha acabado de completar dezoito anos, portanto, estava no auge de minhas emoções, além do que era um sonhador contumaz.
Chegou o tão esperado segundo dia de apresentação. Creio que eu fui o primeiro a adentrar no recinto e ocupar a cadeira bem próxima do picadeiro. Com o coração galopante esperei o início do espetáculo. Não tive olhos para os números do palhaço, do leão e de outras apresentações. Fiquei sim, em êxtase quando o locutor anunciou o número dos trapezistas. Com o peito empolado e a voz grave vociferou: " Agora, teremos a apresentação dos irmãos Belizários... os ases do trapézio." As luzes se apagaram e quando se acenderam novamente os três artistas estavam frente à frente com o delirante público. Ela estava vestida de um maiô azul colante no corpo e trazia uma capa de veludo, também azul jogada nas costas. Em um relance ela tirou a capa e desfilou só de maiô em torno do picadeiro. Ao passar por mim pude notar com maior clareza o quanto ela era bela. Neste instante me vi terrivelmente apaixonado pela sensual e intrépida trapezista. Delirei em suas idas e vindas pelo espaço. Aplaudi como um louco às suas revoluções e senti o coração agoniado quando ela se joagava no espaço em busca das mãos seguras de seus companheiros.
Assim, por quinze noites vivi tresloucado amor. Amava a bela trapezista, embora em momento algum tenha trocado uma palavra sequer com ela. Quando voltava para casa após o término do espetáculo varava a noite e a madrugada a pensar nela. Sonhava e sonhava. Me vi várias vezes ao seu lado desfrutando de seus abraços e beijos. Muitas vezes tive polução noturna. O que fazer? Era o clamor do sexo no auge da minha idade.
Foi na última noite de espetáculo que tudo aconteceu. Estava como sempre sentado na primeira fileira quando os irmãos trapezistas se fizeram aparecer no picadeiro. Num ímpeto incontrolável me levantei da cadeira e gritei o seu nome ( já tinha perguntado para um trabalhador braçal do circo o seu nome): "ADELITA!!!!!! Quando ela ia se dirigindo para a escada que a conduziria no píncaro do circo, ela se voltou e me lançou um olhar e continuou sua trajetória. Um olhar apenas e que bastou para me fazer feliz pelo resto da noite. No dia seguinte o circo desmontou suas lonas, carregou os caminhões e partiu para sempre de Platina.
Hoje, passados cincoenta e três anos e eu completando setenta e hum anos ainda não me esqueço daquela bela trapezista e do olhar que me lançou. Estou sentado à mesa de um barzinho na bucólica Platina tomando uma cerveja e rememorando o passado, Neste mesmo lugar ficava o picadeiro do circo "IRMÃOS BELIZÁRIOS". Neste mesmo lugar em uma noite distante o primeiro e inesquecível amor de minha vida me lançou um olhar... Ainda que tenha sido um OLHAR FUGAZ.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

UM FINO GESTO

Não durou mais de que alguns segundos, mas, sem dúvida alguma foi um fino gesto. Eu estava sentado no banco do jardim da estação ferroviária de Maracatinga fazendo minha religiosa sesta após o almoço e sentado sobre as raízes tabulares de uma secular figueira remoendo dentre os molares um apetitoso pedaço de cocada quando ela passou por mim como sempre o fazia àquela hora do dia. Invariavelmente, todo dia, no mesmo horário, tanto eu quanto ela, desfrutávamos da mesma sombra da benfazeja árvore. Eu por mais tempo; ela, pelo tempo apenas de passar; de ensejar alguns passos macios e chamativos. Muitas vezes eu a comparei como uma gazela que desfila suavemente e graciosamente por dentre a vegetação verdejante da campina. Assim era ela. Porém, nesta tarde especial, aconteceu o inusitado. Estava eu absorto com os meus sonhos e pensamentos mais burlescos quando a vi caminhando em minha direção. Imediatamente refiz-me do salutar deleite e me pús de sobreaviso. (Acredito que neste momento me tornei um felino a sondar a presa.) Nada mais do que alguns segundos se passaram e ela estava à minha frente. Num relance pude notar que ela se vestia com simplicidade: um vestido de chita azul e branco cobria o corpo e um par de alparcatas calçava os pés diminutos e belos. Somente os cabelos negros e compridos dançavam impelidos pela suave aragem da tarde primaveril. Desperto da magia que a graciosa imagem após se incrustar em meus olhos tinha feito, balbuciei algumas palavras sem nexo ( acho que lhe ofereci um pedaço da cocada) e permaneci pelo tempo que durou (segundos) extasiado ou mesmo petrificado.Foi então que ela num arroubo de sensualidade, embora, carregado de timidez, levou as mãos á boca carnosa e emitiu um acanhado sorriso para em seguida assoprar-me dentre os dedos um beijo. Um beijo que chegou até mim embalado pelo sopro das asas de uma multicolorida borboleta. Fechei os olhos tendo o coração célere de emoção e, quando pude abrí-los, constatei que ela já estava distante de mim.
Sem dúvida alguma, dela, partiu um FINO GESTO.

sábado, 30 de julho de 2011

UM DIA MARAVILHOSO

Hoje, certamente, terei mais um dia maravilhoso.
Logo mais irei ao meu sítio com meus filhos e meu irmão Zete e seu genro Milani.
O Meu recanto está uma graça. As árvores com suas ramagens esfuziantes abrigam dezenas e dezenas de pássaros. O sol explode em raios luminosos e repletos de energia. Na mata, macacos fazem algazarra saltitando de galhos em galhos à procura de alimento. No lago, apetitosos lambaris e tilápias nadam à espera de um inseto que cai e fique à deriva nas águas tépidas e claras. Enquanto a natureza se exibe em sua formosura, na churrasqueira uma deliciosa picanha certamente estará à nossa espera.
Tudo é lindo e salutar o meu sítio. Deus em sua infinita bondade decidiu me presente-á-lo.
Sou feliz no meu dia a dia.
Hoje, viverei um dia abençoado.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

AS NÚPCIAS DE NAIRA III

Naiara é rainha e mãe.
Naiara deu à luz um lindo rebento.
Naiara e seu filho desfrutam do belo e da paz das dunas do deserto.
O lindo rebento recebeu o nome de BABEUÍNO dado pela sua mãe.
Quando venta Naiara agasalha seu filho em suas roupas de seda.
Sempre que a Lua se projeta sobre as dunas um Babuíno se mostra em sua altivez.
Sempre que as sombras cobrem a tenda um rei adentra na alcova real.
O lindo príncipe traz em seu corpo as marcas de seu pai.
Os olhos negros e perscrutadores refletem imagens de seu âmago.
O corpo moreno e oleoso acusa tufos de pelos em demasia.
Dentre os belos e alvos seios de Naiara repousa um rosto enigmático.
Tanto o príncipe Beduíno quanto o rei Babuíno reclamam para si a paternidade.
Enfim, no deserto, o místico e a realidade se confundem.
Um ano se passou e Naiara faz festa no primeiro aniversário de suas Núpcias.
Na tamareira um espécime soberbo pula dentre as folhas e os cachos de frutas apetitosas.
Naiara contempla embevecida seu rebento fazer estrepulias na árvore dadivosa.
No alto de uma duna um Babuíno contempla a cena e regozija de alegria.
Na entrada da tenda um Beduíno contempla a cena e se estufa de orgulho.

sábado, 23 de julho de 2011

AS NÚPCIAS DE NAIARA II

Naiara é rainha.
Naiara reina absoluta entre os Beduínos e Babuínos.
Naira reina com as tâmaras; sedas e pedras preciosas.
Em algum lugar do deserto um Babuíno grunhe uivos roucos.
Dentre os lençóis finíssimos de seda um jovem Beduíno geme.
A rainha sabe que o perfume que exala do seu corpo nu embriaga os animais.
Súditos; escravos e Emires sonham com a pele lépida da rainha.
O sol abrasador provoca um marasmo nos seres viventes do deserto.
Dunas encorpadas evoluem em formas sensuais impelidas pela aragem da tarde.
Tarde demais para os viajantes e peregrinos que queriam contemplar a princesa.
Naiara é rainha.
O ventre de Naiara pulsa ao ritmo frenético de outro ventre e arfa buscando a vida.
Vida que se desenvolve no ventre da rainha.
Um presságio mau reina dentre os Beduínos e, benéfico, dentre os Babuínos.
Naiara em processo de gestação refulge de alegria e felicidade.
Um príncipe Beduíno clama para si a orgem da vida que está prestes a explodir.
Um rei Babuíno clama para si a a origem da vida que está prestes a explodir.
Naiara, somente ela, sabe se o rebento viverá nas dunas ou nas tendas.
As núpcias de Naiara constituem o sortilégio que encerra as sombra do deserto.
Bedúíno e Babuíno... amantes enrodilhados no corpo sedutor de Naiara.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

AS NÚPCIAS DE NAIARA

Naiara é princesa.
Princesa dos desertos, das dunas, das areias, das tempestades e dos oásis.
Naiara acabou de completar quinze anos.
Naiara está pronta para sua noite de núpcias.
O deserto se preparou para ser sua alcova nupcial.
Beduínos e babuínos se misturam numa algazarra festiva.
As tamareiras derrubam seus frutos na areia tépida e macia.
Naiara está deitada dentro da tenda sobre tapetes ricamente enfeitados.
Duas escravas acabam de banhá-la com óleos; âmbar e perfumes afrodisíacos.
Naiara está nua.
Nu, o corpo prepara-se para o embate celestial.
As velas são apagadas e os incensos são acesos.
A lua temerosa de ser confidente de Naiara escondeu-se dentre as nuvens.
O negrume tomou conta da TENDA.
Naiara sente um corpo sobre o seu e respira ofegamente.
Dois corpos travam um embate sublime e os tapetes rolam pelo chão.
Sons; uivos; gemidos; ais e sussurros rasgam a noite.
Naiara não mais é princesa e sim rainha.
Rainha dos Beduínos e...
Na duna mais elevada um babuíno soberbo uiva e regozija.
Naiara se veste e guarda dentre os seios os pelos sedosos de um babuíno.
Naiara hoje é rainha dos Beduínos e dos Babuínos.
Naira em noites de negrume uiva e se transmuda em BABUÍNA.
Naiara e o deserto... um Universo de mistificação

HOTEL ADPM FALCÃO AZUL
GUARAREMA, 14 DE JULHO 2011